sábado, 13 de dezembro de 2014

OS PILOTOS DE PROVA DA DEMOCRACIA

OS PILOTOS DE PROVA  DA DEMOCRACIA
¨No Brasil a democracia é  uma plantinha tenra, que necessita de cuidados para não  fenecer¨.
 A autoria desta  frase é incertamente atribuída a diversos  políticos, mas, o que se tem  bem sabido, é que ela surgiu   após o fim do Estado Novo quando o país atravessava o inseguro período de redemocratização,  A democracia não é uma ¨plantinha  tenra ¨ apenas no Brasil, na verdade, o chamado  talvez um tanto ufanisticamente,  sistema de governo do povo para o povo  e pelo povo, é uma experiência muito recentemente incluída no processo civilizatório de alguns países,  na sua grande maioria ocidentais e desenvolvidos.
A História da humanidade  se confunde com as biografias de déspotas, esclarecidos  uns poucos, e não esclarecidos, quase todos.
A feição autoritária ou mesmo totalitária é quase a mesma, surgindo desde os primórdios da civilização até o período dito moderno,  em que,  tendo chegado ao clímax do progresso tecnológico, a humanidade colocou a tecnologia à serviço da sua própria destruição. Por trás das hecatombes dos séculos 19 e 20,   estava o  germe nefasto da visão totalitária a contaminar a sociedade  Quando , este ano fez 100 anos,  Alemanha, França , Inglaterra  e Rússia se  engalfinharam na guerra que foi a primeira mundial, o Kaiser alemão  e o Tzar russo eram dois autocratas, enquanto a  França e a Inglaterra definiam-se como países democráticos, mas , tanto os russos, e alemães, como os ingleses e franceses foram morrer pela pátria sem saber exatamente porque morriam.
A democracia como idéia e prática efetiva da soberania popular, tem sido apenas um ensaio  registrado num curto espaço de tempo, do qual as últimas gerações participaram como se fossem pilotos de prova, sofrendo as conseqüências de bruscos retrocessos,   aqueles riscos representados  pelas recorrentes investidas dos sempre inadaptados a esse novíssimo modelo de convivência humana, fundamentada no pluralismo, no voto livre e na igualdade de direitos.
Esses que odeiam a democracia   fazem coisas assim, como as manifestações que estão acontecendo em cidades brasileiras, sempre, e felizmente, com menos de cem pessoas  pedindo  intervenção militar, ou seja, mais uma ditadura. Talvez sonhem com um Jair Bolsonaro alcançando o posto de  grande coiceiro da República.
 A democracia tem essa característica singular que é  tolerar, ou melhor, assegurar,  o pleno direito   de quem deseja sepultá-la.

Resta saber se os que renegam a democracia,  vivendo,  depois, na ditadura que pediram, teriam o mesmo direito de, arrependidos, clamarem pela volta do regime  que ajudaram a suprimir.

O TORTURADOR E O CANIBAL

O TORTURADOR E O CANIBAL
Nas sociedades primitivas o canibalismo era uma prática tolerada e até incluída como parte dos ritos  que faziam parte dos costumes,  inclusive com algumas características sagradas. As tribos brasileiras que praticavam a antropofagia acreditavam que as qualidades  dos devorados seriam incorporadas naqueles que os transformavam em alimento. Após um combate  os guerreiros da tribo vencedora,  fazendo prisioneiros, os levavam para as suas malocas.  Ali, eram tratados com muita deferência, postos a comer do bom e do melhor . Deviam engordar para o banquete em que seriam servidos. Os prisioneiros jamais pensariam em fugir, porque, no ritual que  fazia parte das suas tradições eles deveriam, com altivez e até satisfação, se      deixar conduzir ao sacrifício.Os que iriam abatê- los com um certeiro golpe de tacape na cabeça se comportavam como  guerreiros vencedores que tinham um código de honra,   sanção moral religiosamente obedecida, por isso, os guerreiros vencidos teriam de ser tratados com dignidade.
Eles eram canibais,  jamais se prestariam à prática da tortura, algo absolutamente inconcebível na  instintiva moral dos povos selvagens.
Nas sociedades primitivas onde o homo-sapiens  estava mais próximo dos seus ancestrais desinteligentes,  o germe da perversidade ainda não contaminara aquela nova espécie que começava a povoar o planeta.
O tempo foi passando, e o homem ,   misturando a perversidade que já incorporara aos seus hábitos com a intolerância de convicções religiosas ou políticas, fez, do carrasco e do torturador  os meios legítimos que justificavam os fins,  ou mesmo, abriam aos ímpios, as portas do paraíso.  A morte na  fogueira,  como a entendia o bispo inquisidor Torquemada   era um ato transcendente de piedosa caridade.
  George W Bush no auge da sua desatinada ¨guerra ao terror ¨ transformou as suas prisões   pelo mundo  em laboratórios  de tortura, e nelas todas as formas de causar  dor e  desespero foram testadas. Ninguém imaginaria que os militares e agentes  secretos da nação mais rica e poderosa do planeta, pudessem chegar ao requinte perversamente hediondo de encapsular um ser humano numa caixa apertada, onde havia marimbondos, abelhas, formigas carnívoras, e escorpiões.
Tudo isso em nome da defesa da civilização, dos direitos humanos, da democracia e da liberdade.

 E também, mais ainda, para salvar e preservar as nossas tradições cristãs.

A COMISSÃO DA VERDADE E O FORNO DA USINA

A COMISSÃO DA VERDADE
E  O   FORNO   DA    USINA
A Comissão da Verdade ao término dos seus trabalhos  faz revelações surpreendentes. Sabe-se, agora, que presos políticos assassinados nos cubículos da repressão tiveram seus corpos incinerados nos fornos de uma usina  para que definitivamente sumissem. Outros, lançados nas águas de um rio, sofreram na barriga um  corte  profundo, ficando com as vísceras expostas. A finalidade desse requinte cruel era fazer com que os cadáveres não boiassem, ficando no fundo até a completa decomposição. Dessa forma muitos presos políticos continuam desaparecidos, seus restos jamais serão encontrados.
Na simbologia perversa desse corte na barriga deixando visíveis as vísceras da vitima, é possível que se chegue até as vísceras nojentas da ditadura, que agora se tornam expostas, verdadeiramente reveladas para que permaneçam como página de vergonha e nojo na nossa História.
Basta que se tenha conseguido chegar até as entranhas malignas de um regime que se dizia salvacionista, redentor, regenerador, ético e moralizante, e escondia as próprias vísceras na farsa trágica que patrocinava, amparando-se na censura, na perseguição mesquinha, na delação descarada e na ignomínia da tortura.
Qual o descaminho trágico que leva um regime sustentado em baionetas a se considerar dono  exclusivo dos destinos de um país, árbitro supremo sobre a liberdade,   a vida e    a dignidade das pessoas ?
A resposta  a essa pergunta  não será pedagogicamente elucidativa para tornar-se inteiramente convincente, mas, a constatação óbvia dos males causados pela supressão da democracia e da liberdade, pode servir, definitivamente, como anteparo a todas as ações que  tenham como objetivo suprimir o diálogo, a tolerância, o pluralismo, o direito de discordar e de gritar, proclamando o que se pensa e o que se deseja.
Este, foi o grande serviço que a Comissão da Verdade prestou à nação brasileira.
n>e os6 � � t ��Q �vC truirão sua glória póstuma. ¨


Infelizmente não houve o ¨muito tempo ¨. O anjinho barroco alçou vôo.  Sua amiga artista, escritora , também poeta  Antonia Amorosa, sentia, na cerimônia do adeus, que o anjo por ali esvoaçava.

UM AMERICANO VEIO A SERGIPE ENSINAR TORTURA

UM  AMERICANO  VEIO  A
SERGIPE ENSINAR TORTURA
Um americano agente da CIA,  Dan Mittrione, esteve durante mais de um mês em Aracaju,  no começo dos anos setenta.  O objetivo da visita do gringo era ensinar a policia sergipana a utilizar  métodos de tortura para extrair confissões de presos políticos.
Mittrione tinha especial predileção pelos choques elétricos aplicados em corpos molhados e nus.
Felizmente,  os seus ensinamentos aqui jamais foram aplicados . A polícia sergipana nunca fez qualquer prisão de natureza política, nem manteve presos políticos nos seus quartéis.
O professor de tortura foi demonstrar  as suas especialidades  no Uruguai,  e lá acabou executado por um grupo de guerrilheiros,  os Tupamaros,  empenhados  no combate à ditadura em seu país. Existem versões não confirmadas de que o presidente uruguaio, Pepe Mojica , hoje um personagem reverenciado como exemplo de simplicidade e dignidade pessoal, teria participado daquela ação contra o criminoso mestre torturador.
y� H f n �!G � R .0pt; line-height:115%'>Araripe era assim, insolente na nudez desafiadora,  ajoelhadamente místico diante do sublime e  da fé.

Na Missa do primeiro ano da morte de Déda lá estava ele, envolvido numa echarpe de seda, translúcida, a declamar um poema  e a derramar lágrimas.  Dias depois, na festa de lançamento da Agenda de Thais Bezerra, Araripe  quase saltitava, parecia um pássaro a ensaiar um vôo, e  ouviu de  um jornalista: ¨Ontem,  numa livraria, li um pequeno livro de poemas . Só depois verifiquei que o autor era Araripe.  Você é daqueles poetas que criam mundos quase inacessíveis para quem tentar desvendá-los.   Sua poesia nunca será popular, mas, daqui a muito tempo haverá reedições,  e os críticos construirão sua glória póstuma. ¨

Infelizmente não houve o ¨muito tempo ¨. O anjinho barroco alçou vôo.  Sua amiga artista, escritora , também poeta  Antonia Amorosa, sentia, na cerimônia do adeus, que o anjo por ali esvoaçava.

LA SE FOI O NOSSO ANJINHO BARROCO

LA SE FOI O NOSSO
ANJINHO BARROCO
Como poeta, Araripe Coutinho era airosamente moderno, inovador desafiante de métricas e convenções. Sua poesia hermética, escatológica,  carnalmente construída, era, ao mesmo tempo,   ascese e  calvário de um ser que transubstanciava o martírio interior na  esfuziante determinação de nunca parecer triste. Ele era afável,  extremoso na afetuosidade que demonstrava aos amigos,   e ardiloso também. Nos últimos anos Araripe se foi revelando além do poeta, e surgiu o escritor, o repórter, o comentarista perspicaz do cotidiano.
Poderia ter sido imortal na nossa Academia, mas, entre tantos vetustos adereçamentos, como se sentiria o poeta que se fez anjinho barroco ,  esgueirando-se lépido, quanto lépido pode ser um obeso, para finalmente despir-se,  emoldurado por lantejoulas floridas, deixando-se fotografar assim, tão despojado, em plena circunspeção do Palácio Museu?
Déda o nosso governador,  até quase abespinhou-se com o atrevimento da nudez ao lado dos bigodes e cavanhaques dos próceres sisudos que na República nos governaram, mas, logo deixou-se  convencer pelo argumento sempre sensível a um intelectual de que a irreverência também movimenta a roda da vida.
Araripe era assim, insolente na nudez desafiadora,  ajoelhadamente místico diante do sublime e  da fé.
Na Missa do primeiro ano da morte de Déda lá estava ele, envolvido numa echarpe de seda, translúcida, a declamar um poema  e a derramar lágrimas.  Dias depois, na festa de lançamento da Agenda de Thais Bezerra, Araripe  quase saltitava, parecia um pássaro a ensaiar um vôo, e  ouviu de  um jornalista: ¨Ontem,  numa livraria, li um pequeno livro de poemas . Só depois verifiquei que o autor era Araripe.  Você é daqueles poetas que criam mundos quase inacessíveis para quem tentar desvendá-los.   Sua poesia nunca será popular, mas, daqui a muito tempo haverá reedições,  e os críticos construirão sua glória póstuma. ¨

Infelizmente não houve o ¨muito tempo ¨. O anjinho barroco alçou vôo.  Sua amiga artista, escritora , também poeta  Antonia Amorosa, sentia, na cerimônia do adeus, que o anjo por ali esvoaçava.

A BATALHA PERDIDA CONTRA AS DROGAS E O FUMO DERROTADO

A BATALHA PERDIDA CONTRA AS
 DROGAS E O FUMO DERROTADO
A batalha que está perdida contra as drogas, vai, ao mesmo tempo, transformando-se num negócio paralelo  à atividade das quadrilhas. Talvez seja o momento de procurarmos uma alteração de rumo. Quem sabe, imitando o que foi feito em relação ao hábito de fumar, que nunca foi criminalizado, mas terminou se transformando num sentimento coletivo de que é uma coisa que não presta, individualmente mortal e socialmente oneroso.
A campanha que se fez contra o cigarro foi inteligente, e não precisou recorrer à repressão. Na origem de tudo, as ações iniciais, que então até pareceram ridículas, decididamente levadas a efeito pelo senador sergipano Lourival Baptista.
lV � h �J �MS mito de Inglaterra- anglofilia e anglofobia em Portugal (1386-1986).


A importância dele, diz o também professor doutor da UFS Jorge Carvalho, agora presidente da SEGRASE: ¨se pode medir pelo interesse que teve a editora portuguesa Gradiva em editá-lo conjuntamente com a Edise, a editora do governo de Sergipe.¨

PORTUGAL O PORTO SEGURO DA INGLATERRA

PORTUGAL  O   PORTO
SEGURO DA INGLATERRA
Portugal  foi o porto continental mais seguro para  comerciantes e também flibusteiros vindos do outro lado da Mancha, cruzando o Atlântico  revolto no entorno norte da península ibérica, até as águas mansas do Tejo. Ali, em  movimentada época, também chegava o ouro brasileiro que financiava a aventura colonial inglesa.  No primoroso livro que lançou  dia 9, no Museu da Gente Sergipana, o professor doutor, da UFS,  Luis Eduardo Oliveira analisa os sentimentos e os efeitos sociais em Portugal , conseqüências das relações com a Inglaterra, quase a Corte de fato do frágil reino luso. O livro chama-se O mito de Inglaterra- anglofilia e anglofobia em Portugal (1386-1986).

A importância dele, diz o também professor doutor da UFS Jorge Carvalho, agora presidente da SEGRASE: ¨se pode medir pelo interesse que teve a editora portuguesa Gradiva em editá-lo conjuntamente com a Edise, a editora do governo de Sergipe.¨

O RIO POXIM E O SEU DUPLO ENTORNO

O RIO POXIM  E   O
SEU DUPLO ENTORNO

Rio rural  mal cuidado, o Poxim, quando se torna urbano atravessando Aracaju, revela as conseqüências de todo o acumulado desprezo em relação ao meio ambiente, e se torna um gravíssimo problema para a qualidade de vida na cidade. Um coletivo acadêmico formado por especialistas da estirpe de Lílian de Lins Wanderley , como Anderson Vasco e  Marinoé   Gonzaga, produziu um livro que analisa todas as vicissitudes do Poxim e as suas conseqüências. Chama-se: Rio Poxim: o rural o urbano e o ambiental na bacia hidrográfica. Será lançado nessa quarta,  dia 17, no Museu da Gente Sergipana , às 18 horas. A publicação é da editora IFES.

OS MENINOS DE CANINDÉ E A OLIMPIADA DA MATEMÁTICA

OS MENINOS DE CANINDÉ   E
 A OLIMPIADA DA MATEMÁTICA
 O professor  Valdemberg diretor do Departamento de Matemática da UFS lançou em Sergipe a boa semente  que fez frutificar talentos matemáticos,  prodigiosos,  e, em alguns casos, geniais. Tudo consiste na busca e depois na atenção especial dada por professores também da UFS aos alunos que se revelam capazes de, com destreza, manejar os números. O Reitor Ângelo Antoniolli,  entusiasmado com a idéia de gerar cientistas, quer dar amplitude ao curso  que o prefeito Heleno Silva de  Canindé, desde o inicio deste ano implantou no município, com apoio da UFS, da Petrobrás e intermediação do Instituto Vida Ativa.  Completa um ano o Curso de Excelência em Matemática e Português do Programa Saber Canindé, e  nas Olimpíadas  Nacionais da Matemática alunos de Canindé se destacaram, todos eles  do projeto  que se realiza em tempo integral aos sábados,  na Escola Municipal Maria do Carmo Nascimento Alves. O curso é ministrado por professores de matemática da UFS, e da língua portuguesa pelo professor Hunald Alencar.
Receberam  Medalha de Bronze os alunos do projeto Saber  Canindé e da escola Maria do Carmo, Carlos Eduardo de Oliveira Santos, 12 anos; Evelyn Lemos Santos, 12 anos, e Thalita Daniela Teixeira Barbosa, 13 anos.
Mereceram Menção Honrosa os alunos, David da Silva Rocha, 13 anos,  e José Rael Gomes dos Anjos, 12 anos, os dois da escola Antonio  Dutra e também do programa Saber Canindé.

A escola Maria do Carmo foi escolhida para ser a sede também do curso Saber Canindé em virtude da dedicação e dos sucessos alcançados sob a direção do professor Evaldo Marinho.

BOA NOTÍCIA PARA OS PERÍMETROS IRRIGADOS

BOA NOTÍCIA PARA OS
PERÍMETROS IRRIGADOS
O presidente da COHIDRO ex-deputado Mardoqueu Boldano assinou ordem de serviço para o início das obras de recuperação do perímetro irrigado Piauí, em Lagarto. As reformas do Perímetro Califórnia estão em execução, e nos demais os serviços iniciam-se neste final de ano ou começo do outro.

Mardoqueu observa que esta é a primeira vez  em que os perímetros construídos todos há mais de 20 anos são recuperados, inclusive sendo trocados todos os sistemas de bombeamento e feito o conserto dos canais que têm vazamentos. Com essa ação do governador Jackson Barreto,  garante Mardoqueu que os perímetros  produzirão mais e com maior produtividade, alguns , podendo ter ampliada a área irrigada, e todos gerando mais empregos.  Mardoqueu lembra  que tudo isso se tornou possível graças aos recursos do PROINVESTE,  por tanto tempo  negados pela maioria oposicionista que existia na Assembléia.

sábado, 6 de dezembro de 2014

A MÁQUNA EMPERROU É PRECISO DESTRAVÁ-LA



 A MÁQUNA EMPERROU
É PRECISO DESTRAVÁ-LA
A máquina que move o estado,  que é o conjunto da administração pública em Sergipe, está emperrada. O motivo é banal, facilmente explicável: os gastos ao lado de erros,  cresceram exponencialmente e a receita não acompanhou. Assim, se nada for feito agora e o descompasso persistir, estaremos condenados à insolvência. A afirmação poderá parecer exagerada,  mas bastará apenas que se percorram os números da previdência estadual para que se tenha a dolorosa certeza de que são imprescindíveis e urgentes medidas visando não só a racionalização de gastos como,  principalmente,  uma reforma ampla e abrangente na estrutura administrativa do estado.
Em Sergipe criou-se a falsa idéia de que os cofres do estado são inexauríveis , nunca secam, e suportam todos os erros ou mesmo desatinos que se cometam.
A frase  ¨O estado não quebra ¨ tornou-se a justificativa para todas as  facilidades oferecidas à custa de um orçamento  historicamente elaborado para contemplar a privilegiada classe dos donos do poder. Isso fez com que a defasagem salarial atingisse em Sergipe níveis que agridem o bom senso. Quase 70 % dos servidores  sergipanos até pouco tempo sem ter sequer atendida a reivindicação elementar de um plano de cargos e salários, foram condenados a ingressar no serviço público chegando até a aposentadoria  sem receber nada mais do que um salário mínimo. Para  essa massa imensa de servidores humilhados os outros servidores,  que estão no topo da pirâmide,  são vistos como se fossem marajás.
De uma máquina pública assim, formada por uma legião de insatisfeitos e sem  um mínimo de eficiência, não se pode esperar uma contrapartida equitativa de serviços correspondentes ao montante dos impostos que todos pagam.
Ficamos então  naquele círculo vicioso que na década dos 50 um economista sueco Gunnar Myrdal,  ao analisar o subdesenvolvimento,  classificou como ¨causação  circular da pobreza e da ineficiência¨,  uma, alimentando a outra. Sem a ruptura desse círculo perverso resultante de erros  ao longo do tempo acumulados,  Sergipe não se tornará nunca um estado moderno e justo.
As medidas que o governador Jackson Barreto agora começa a adotar são apenas a primeira etapa de um extenso caminho que lhe ocupará todo o mandato , ao final do qual, ele espera ter mudado a  face ingrata de um modelo de administração incompatível  com a modernidade.
 O que se tem a fazer é uma espécie de cruzada exaustiva em busca de mudanças que quase sempre geram incompreensões e fazem nascer obstáculos inimagináveis.  Em vista disso, Jackson  tratou de blindar-se com a confiabilidade de um político que diz querer apenas levar a bom termo a tarefa,  sem almejar mais quaisquer cargos públicos. Nada  porém acontecerá se não houver um propósito comum a juntar, em função do mesmo objetivo, os três poderes.

O QUE TEM O LOBO DA FÁBULA COM O RIO TIETÊ



O QUE TEM O LOBO DA
FÁBULA COM O RIO TIETÊ
 Pode parecer estranho o título .  O que teria o lobo, animal  selvagem ,  carnívoro, com um rio paulista?
E por  quê,   ainda mais,onde entrariam o Tietê  e o lobo que seria personagem   de uma fábula?
O predador que povoa o imaginário dos povos europeus, enriquece  a literatura, o folclore, até a música e a pintura, invariavelmente figurando como expressão do mal e da sagacidade malévola e traiçoeira.
Nas historias infantis o lobo  surge com freqüência. O lobo até engoliu Chapeuzinho Vermelho e a vovozinha dela. Teriam as duas permanecido nas entranhas do bicho, não fora a providencial aparição de um destemido caçador que, após matar a fera cortou-lhe a barriga, e dela  retirou vivas a menina e a velha.
La Fontaine que escrevia para crianças e produzia também folhetins pornográficos,  revelou todo o cinismo e a desfaçatez malévola do lobo no episódio em que a fera bebia num regato e abaixo estava um indefeso cordeirinho. O potente animal  se disse furioso porque o outro,um vizinho fraquinho,  estava a sujar a água que ele bebia. De nada adiantaram as balbuciadas  tentativas do cordeirinho para aliviar a fúria lupina  que logo acabou por devorá-lo.
Os romanos, que tinham sua origem em Rômulo e Remo os dois, amamentados por uma loba, nem por isso anistiaram a espécie, e ate criaram  o  aforisma: O homem é o lobo do homem.
Nada melhor para caracterizar a autofagia da espécie humana do que essa crise de água que agora São Paulo vive. Além da imprevidência que relegou a água e os rios ao esquecimento,   a cidade cresce e suas fontes de abastecimento continuam as mesmas há mais de 40 anos. Acrescente-se a isso o instinto predador do próprio homem,  que transformou  num enorme esgoto o rio Tietê, justamente o que atravessa a megalópole   ameaçada de ficar sem gota de água.
É a velha estória do lobo corrente acima emporcalhando a água dos que a bebem abaixo,  indefesos, e ainda transformados em  culpados e punidos.

AÉCIO O INVERSO DO AVÔ TANCREDO



AÉCIO O INVERSO
DO AVÔ TANCREDO
Tancredo Neves era um político sereno, comedido ,  capaz de muito tolerar desde que a tolerância não se confundisse com tibieza.  Tancredo viveu momentos decisivos da vida política brasileira, e era para ele que se voltavam todos nos momentos em que o diálogo político acabava,  sendo substituído pela virulência da linguagem,  e as divergências ameaçavam degenerar em conflitos. Poucas vezes Tancredo ergueu a voz além dos decibéis permitidos pela civilidade, mas ele,  um ser político até a medula,  sabia quando a indignação deveria sair boca à fora.
Ministro da Justiça do presidente Getúlio Vargas, em 1954, quando oficiais da Aeronáutica rebelados criaram a chamada República do Galeão e ameaçavam invadir o Palácio do Catete para prender o presidente, numa tensa reunião em que os ministros militares davam sinais de fraqueza, Tancredo, quando usou a palavra, falou mais alto do que todos e deu a sua sugestão para acabar o motim: ¨general Zenóbio, coloque na rua as tropas da Vila Militar,  ponha na cadeia o Brigadeiro Eduardo Gomes e o General Juarez Távora. ¨
O Ministro da Guerra Zenóbio da Costa nada fez.
Um sergipano que se dedica ao estudo daqueles dias tensos do mês de agosto de 54, o procurador aposentado Darcilo  de Melo Costa , diz, que embora pertencendo a uma família de udenistas, desde a sua juventude,  quando ocorreu o episódio da morte do major  -aviador Rubens Vaz,  no atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, sempre enxergou na exacerbação  do ódio que então ocorreu,  a origem de todas as crises institucionais que atravessaríamos,   minando as instituições até o desfecho final do golpe de 64.
O neto  Aécio, vivendo em outra época, beneficiando-se de uma democracia consolidada que o avô Tancredo tanto ajudou a construir, age,  criando a suspeita de que estaria interessado na ruptura da legalidade. Sabendo que os quartéis estão  pacificados e profissionalmente distantes dos embates partidários, Aécio cumpre o papel desprezível de radicalizar o clima político para fazer surgir a idéia do impeachment da presidente Dilma,  jogo arriscado e aventureiro que somente o inconformismo irresponsável de um derrotado nas urnas poderia estimular. O impeachment,  como assinalou o respeitado senador do PSDB paulista Aloísio Nunes Ferreira, somente pode ocorrer quando existem provas insofismáveis de atos indignos cometidos pelo governante e, mais ainda, que esses atos o tenham levado a uma desmoralização pública que gerasse o clima para o seu julgamento por crime de responsabilidade. Assinala o senador que esse clima hoje não existe, tal como sucedeu uma única vez na nossa história republicana quando se fez o julgamento do presidente Collor.  Passado o tempo se verifica que muito mais do que uma atitude saneadora, o impeachment de Collor foi  ato meramente político,  somente não gerando maiores conseqüências porque o presidente carecia de uma base social de sustentação, e se comportou  quase como um resignado .
 Aécio, o neto de Tancredo radicaliza, diz que foi ¨derrotado  por uma quadrilha ¨, aí, desastradamente, incluindo todos os brasileiros que nele não votaram, e nisso ganha o espaço que lhe é concedido por uma mídia com  tradição golpista, como  o grupo Marinho da Globo,  o Grupo Mesquita de O Estado de S. Paulo, acolitados  por outros onde se inclui o Grupo dos Chivita,  ramo da máfia italiana. Quando  se procura partidarizar a apuração   conduzida   pelo Juiz Sérgio Moro   daquela ladroeira monumental ocorrida na Petrobras, atrapalha-se o caminho de  uma ação correta, inicialmente na estatal petroleira, mas, que poderá   ampliar-se  alcançando todos os setores empresariais e públicos onde o roubo  faz parte da rotina. Toda a esperança despertada pela ação conjunta da Policia Federal, do Ministério Público e da Justiça corre o risco de se desfazer no tumulto que um grupelho fascistoide  promove, ululando nas ruas  a raiva revanchista  e a ambição voltada para o ano de 2018, ou até  conspirando para antecipá-lo.
Partidarizar  as apurações que agora se fazem em clima de segurança jurídica e estabilidade democrática, é o mesmo que tentar reeditar, ampliando e dando conseqüências graves a aquele gesto imbecil e arrogante do  ex- ministro petista Jose Dirceu. Ele, destituído de qualquer sentimento de vergonha  entrou na   cadeia  como se fosse um herói injustiçado levantando o punho em sinal de desafio às instituições,  que  funcionaram  , apesar  do vedetismo de alguns e das deformações midiáticas tantas vezes registradas.

OS CHINESES E AMERICANOS ESTÃO DE OLHO EM SERGIPE



 OS CHINESES E AMERICANOS
 ESTÃO DE OLHO EM  SERGIPE
Para uma visita  em busca de melhores informações sobre a economia e o potencial   que Sergipe possui, principalmente no setor mineral,  estiveram em Aracaju na quinta – feira dia 4 os cônsules da China, uma economia com um PIB superando os 10 trilhões de dólares,  e o dos Estados Unidos  que ultrapassa  17 trilhões.
Ouviram do governador Jackson Barreto uma exposição sobre a economia sergipana e as oportunidades para investimentos externos. Saíram  os dois cônsules impressionados  com as perspectivas de um estado que oferece a vantagem única de possuir, num raio de 80 quilômetros tendo Aracaju como centro, imensas jazidas de gás, petróleo, sais minerais  e calcário, parte delas já sendo aproveitadas  e outras com projetos em execução ou a serem iniciados . A  capacidade  que em breve existirá em Sergipe para a oferta de um suprimento de gás suficiente para atender a um imenso pólo industrial foi outro aspecto anotado pelos dois visitantes.