UM ESCLARECIMENTO INDISPENSÁVEL
DO ESCREVINHADOR
Diante da chuva de insinuações promovidas
pelo grupo que tenta, até ao desespero, continuar controlando o
poder em Canindé, município de cofres
abarrotados e que também vazam muito,
este escrevinhador, atingido pelos que se acostumaram a agir sorrateiramente, sempre
via terceiros, endereçou ao amigo,
ex-deputado Marcos Franco, sócio proprietário do JORNAL DA CIDADE, uma nota
que atenciosamente deverá ser
publicada na edição de hoje daquele
jornal, e que aqui a reproduzimos:
Meu caro amigo Marcos Franco,
A coluna Periscópio do seu
prestigioso JORNAL DA CIDADE, nos
últimos dias vem dando especial destaque a episódios do dia a dia político de
Canindé. Nas notas publicadas, é sempre
possível identificar-se a digital de um interesse. Isso faz parte do jogo político,
e os caros colegas jornalistas que formam a equipe responsável pela
coluna, nem por isso se desqualificam,
pelo contrário, o que fazem, mesmo satisfazendo às fontes que os utilizam, serve para que se estabeleça o contraditório,
contribui para que,
democraticamente, se explicitem
os fatos.
Você acompanhou de bem perto a luta
que travei, tendo o seu jornal
como trincheira que me foi assegurada, sempre com integral liberdade, pelo seu pai e meu sempre saudoso amigo,
Antonio Carlos Leite Franco. Os túmulos de ACF, do seu avô Augusto Franco, são dois dos
que incluo nas visitas que faço ao Santa Izabel, reverenciando as pessoas queridas que se
foram, e também, para meditar sobre a
fragilidade da vida, e da necessidade que temos de aproveitá-la, de modo a fazer com que as vaidades, os ódios e o egoísmo não
contaminem a curta passagem. Lá se vão
doze anos, desde que, por
imperativo moral, me vi obrigado a uma luta que para muitos parecia inútil e
infrutífera. Nesse período, a Justiça prevaleceu.
As instituições de Sergipe não permitiram que o sangue do radialista Cazuza,
restasse impunemente derramado.
Sobre mim, não podem recair, tanto tempo depois, insinuações infames,
de quem , por hábito costumeiro de esquivar-se, as
espalha de forma leviana, enquanto se mantém na comodidade tíbia dos que
não assumem os próprios atos.
Tenho por natureza, talvez por
inafastável herança genética, o hábito de não deixar que a sombra da
covardia torne dúbios ou amorfos os atos que pratico, as posições que
assumo.
Por isso, sempre assino o que escrevo, sempre me responsabilizo, diretamente, pelo
que digo. Assumo o que faço e o que
penso, sem o recurso mofino a terceiros.
Canindé, mais uma vez, está na
origem de tudo. Pelo reverencial respeito
que devoto aos meios de comunicação e à opinião pública, peço a compreensão do prezado amigo para, através do seu jornal, revelar aos sergipanos o que efetivamente
acontece hoje em Canindé.
O
grupo que está no poder naquele município, hoje capitaneado pelo
suplente de senador Kaká Andrade, resolveu,
unilateralmente, reeditando velhas práticas dos tempos dos coronéis,
retirar do desgastado bolso do colete um candidato. Trata-se do comerciante
conhecido como Ednaldo da Farmácia. Ele nunca exerceu qualquer cargo público,
nunca teve qualquer participação efetiva
na vida política do município. Sempre viveu atrás do seu balcão de comerciante
trabalhador e eficiente nos seus negócios. Tanto assim, que obteve o raro
privilégio de ter sido, ao longo de oito anos, fornecedor exclusivo de remédios
para a Prefeitura de Canindé. As relações comerciais devem ter cimentado a
preferência política, e assim, ele foi
ungido e sacramentado candidato oficial à sucessão. Não foram
ouvidos os que estiveram na eleição
passada no mesmo palanque junto com o Prefeito
Orlandinho Andrade, na reeleição
dele, e
em duas sucessivas eleições estaduais. Este grupo, formado pelo deputado
estadual João Daniel, pelo PT, pelo MST e outros movimentos sociais, pelo
deputado federal Heleno Silva, e por este escrevinhador que sempre se intromete
nos embates políticos, não concordou com a escolha autoritária de um candidato
que não possui nenhum resquício de capacidade administrativa para governar um
município que , este mês, arrecadou mais de Doze Milhões de Reais , além do mais, está preso
exclusivamente aos compromissos
assumidos com o seu mentor político e guia eleitoral, Kaká Andrade,
que, por sua vez, alimenta ambiciosos projetos pessoais para 2014, e,
para eles, Canindé seria um recheado
trampolim.
Canindé exige um candidato que
demonstre capacidade para gerir de forma competente e transparente uma
arrecadação mensal média de dez milhões de reais. Os problemas sociais no
município estão irresolvidos, e a maior prova disso é o próprio Índice de
Desenvolvimento Humano, o IDH. Em Canindé o desemprego é alarmante, um hospital
arrasta-se numa infindável construção
inacabada há seis longos anos; há um lixão enorme sobre uma nascente cujas águas correm para o
São Francisco e onde são lançados restos hospitalares de um arremedo de
hospital, que, por sinal, funciona pessimamente. Todas as obras principais
realizadas em Canindé foram executadas
pelo governo do estado.
Diante desse quadro, que não é
dos mais promissores, o candidato oficial diz, num comício, que não vai mostrar
seus projetos, nem discutir suas ideias em entrevistas, debates, ou nas
reuniões com os movimentos sociais e os sindicatos que pedem a sua presença.
Ednaldo revela que se inspira nos técnicos de futebol, e só vai mostrar
o jogo
no primeiro dia do seu mandato.
E o Prefeito Orlandinho, seu
irmão, o suplente Kaká, ainda querem que pessoas responsáveis, assinem,
confiantemente, um cheque em branco para que eles ponham e disponham sobre o
futuro de Canindé, e de uma arrecadação que, em quatro anos, vai ultrapassar
meio bilhão de reais ? Tudo isso na mão
de quem não tem capacidade administrativa nem compromisso, a não ser com os
seus inventores e patronos?
E o povo de Canindé, vai continuar desempregado, sem perspectiva
concreta para o futuro, muitos
sobrevivendo com a esmola de cento e trinta reais, hoje transformada em moeda de troca eleitoral
?
São perguntas e duvidas que
deveriam ser esclarecidas, bem antes da
preocupação em mandar recados.
Grato pela atenção e pelo acolhimento do
pedido que o seu espírito democrático
por certo, não recusará.
Um abraço, do amigo
LUIZ EDUARDO COSTA