sábado, 29 de março de 2014

DOIS MÉDICOS QUE TROCAM HIPÓCRATES POR MAQUIAVEL



 DOIS MÉDICOS QUE TROCAM
  HIPÓCRATES POR MAQUIAVEL
A presidente da Assembleia, Angélica Guimarães é médica, profissional da saúde bastante respeitada. O senador Eduardo Amorim é também médico, destaca-se  na   difícil especialidade de algologista, aquele que busca amenizar  as dores de pacientes, entre eles os terminais. Familiares de tantos desesperançados doentes que tiveram  dores suavizadas  nos últimos dias de vida, são unanimes em reconhecer a dedicação daquele médico. Quando o irmão do Dr. Eduardo, o homem de negócios inclusive eleitorais, Edivan Amorim, resolveu transformá-lo em político,  elegendo-o deputado federal e agora Senador da República , a medicina sergipana perdeu um excelente médico, e a vida pública não teve o ganho que se esperaria.  O  médico,   ao tornar-se político,  foi  capturado pela rede de interesses que o irmão manipula, onde não consta o que seria fundamental: O interesse público.
A doutora Angélica tem outra especialidade, trata de pequeninos, é pediatra, sabe, como ninguém, o que padecem famílias pobres  quando buscam atendimento médico-hospitalar para  as suas crianças.
  Tanto a doutora Angélica, como o doutor Eduardo, parecem esquecidos do que é preciso fazer  para que crianças tenham um atendimento de qualidade  na rede pública  da saúde, o mesmo em relação aos pacientes que padecem do martírio das dores atrozes.
Faz 6 meses o Governador enviou à Assembleia  um pedido de autorização para contrair  empréstimo de cem milhões de dólares, quase 250 milhões de reais, o chamado PROREDES, recursos externos que irão ser aplicados  em tudo o que for necessário para equipar e modernizar a rede publica  de saúde.
O governador Jackson Barreto, a sua equipe técnica, os parlamentares, sabem muito bem o tempo que foi consumido, os esforços, para vencer obstáculos  e tornar possível a obtenção de recursos, indispensáveis, caso se queira algo melhor do que é hoje a saúde em Sergipe.
 Quando enfim os recursos estão disponíveis, e é necessária a autorização do Legislativo, repete-se a  sabotagem, a mesma mesquinharia que aconteceu em relação ao PROINVESTE. Todos os estados brasileiros já começavam a receber os recursos do PROINVESTE, menos Sergipe. Então, o governador Marcelo Déda, nos seus últimos meses de vida, exauriu-se numa extenuante maratona,  visando convencer  Edivan Amorim a  liberar os deputados que lhe obedecem, para que eles votassem,  outra vez, o projeto que no ano anterior havia sido negado.
Agora, a situação é bem mais grave.   A sabotagem não se faz para impedir a construção de estradas, de pontes, de esgotamento sanitário, de abastecimento de água. A coisa é bem pior. Pratica-se um crime, impedindo-se que o Hospital do Câncer seja construído no tempo previsto, que se instalem equipamentos nos hospitais, nos postos de saúde, que se equipe melhor o SAMU.  Muita gente pobre vai sofrer, vai morrer nos próximos anos porque o atendimento médico hospitalar em Sergipe ficará pior, e os grandes culpados por tudo isso,  paradoxalmente, serão dois médicos: Angélica Guimarães e Eduardo Amorim.  Por que eles assumem esse comportamento absurdo, desumano, cruel, insensível?  A obsessão de alguém que não hesita em fazer qualquer tipo de jogo sujo, desleal, mesquinho, rasteiro, desde que seus objetivos sejam alcançados, é a explicação evidente para que dois bons médicos, por conta da política,  fiquem, um, o senador, a repetir aquela cantilena enfadonha e insubsistente  de que Sergipe vai afundar-se em dividas. Como se financiamentos fossem feitos  apenas pela vontade de um governador, sem a avaliação abalizada do Ministério da Fazenda, do Banco Central, de órgãos que rigorosamente fiscalizam a saúde financeira dos estados.    Por sua vez, a médica conceituada Angélica,  parece esquecer-se   de Sergipe, do seu pobre município Japoatã, onde o prefeito Gilmarcos enfrenta graves problemas na saúde, e Angélica submete-se  a Edivan ,   enquanto mantiver trancada a sua gaveta, usando para isso as chaves equivocadas de um desatinado ¨ projeto político¨ onde os fins justificam os meios, por mais absurdos que sejam.  Na gaveta fechada, há 6 meses,    está esquecido o pedido de autorização feito pelo governo do estado. O que a doutora Angélica precisaria como presidente do Legislativo fazer? Apenas,  retirar um papel da gaveta  e determinar ao primeiro secretário   que  dele faça a leitura,  dando conhecimento do seu teor aos deputados, e assim possa começar o  ritual da analise e da votação do projeto. A atitude da presidente, além de antidemocrática, é vergonhosa para o  Legislativo,  palco de  uma chantagem, com os deputados sendo impedidos de analisar e votar um projeto  porque a doutora Angélica teria recebido ordens externas para que a votação não se realize.
Isso é um comportamento que fere os princípios da médica zelosa que sempre foi Angélica, e é acintosamente desrespeitoso, tanto ao povo como às nossas tradições de civilidade.  Em consequência,  os deputados ficam refém de uma mesquinharia  que poderá desmoralizá-los  perante a sociedade sergipana, e  fica humilhada e subalterna a Casa do Povo, na qual   registram-se  divergências e embates, mas, onde nunca  deixou de prevalecer o interesse publico .
O senador Amorim, algologista, e a deputada Angélica, pediatra, trocam os ensinamentos  humanistas de Hipócrates,  pai da medicina, e adotam o  jogo bruto da guerra pelo poder, seguindo a esperteza cruel de Maquiavel , para que se faça a vontade do Príncipe.  No caso,  o Príncipe se chama Edivan .
 E onde ficam, nessa novela malfadada, os interesses de dois milhões e duzentos mil sergipanos? É bom que eles, Angélica  e Eduardo ,  doutores hipocráticos e políticos agora  maquiavélicos, não esqueçam que na Florença do fim da Idade Média, onde viveu o pensador que ensinava  príncipes a conquistar e a permanecer no poder, não havia  duas coisas:  voto  livre  e opinião pública.

O FIM DO MUNDO E OS SINAIS DO TEMPO



 O FIM DO MUNDO E
OS SINAIS DO TEMPO
A parcela judaico-cristã da humanidade, minoritária, aliás, não é exclusiva portadora  da ideia do Genesis e do Apocalipse, os dois pontos fulcrais onde começa e termina o mundo , e que a Bíblia descreve  desde o Éden, o paraíso perdido por Adão e Eva em consequência da irresistível atração pelo prazer de morder a maçã metafórica, até o fogaréu derradeiro, onde tudo se consome, e o Criador chega para  sopesar virtudes e defeitos das suas criaturas, e determinar-lhes o destino: Céu ou inferno, ressureição, ou cinzas. Em  forma de textos religiosos ou lendas transmitidas de geração a geração,  existem centenas ou milhares de narrações diversas sobre a Criação,  e profecias inúmeras a respeito do  fim dos tempos.  Em quase todas elas, os sinais  que precedem a hecatombe derradeira são dados através de eventos extraordinários, cometas luminosos, desastres naturais,  ou as turbulências humanas, desde guerras, a crimes hediondos, ou até a devassidão de costumes.
Em Canindé do São Francisco, naquele extremo de sertão onde a seca persiste , há quem viva a repetir que, chegando-se ao quarto ano de invernos secos e verões sem trovoadas, seria sinal forte de um próximo fim do mundo, tema no qual se especializam tantos padres e pastores que lotam templos espalhando  temor. E aconteceu, em Canindé, o crime horrendo: Um homem de 39 anos matou e decepou braços e pernas de uma criança de dez, que era seu irmão. Isso fez as pessoas enxergarem mais perto o Apocalipse, como se em terras do paraíso que fora tão recentemente perdido, Caim não houvesse matado o irmão Abel. E era apenas o começo dos tempos.
 Daqui a 2 bilhões de anos, se algo fortuito e grave não ocorrer, a terra estará nos estertores, a humanidade  terá desaparecido, e ninguém mais verá , da terra gelada,  um sol enorme ,  bola de luz mortiça, quase imperceptível  no fundo do firmamento negro.
Se os temores místicos de um fim de mundo a bater às portas são  cientificamente injustificáveis,  a  realidade apavorante da violência que a nossa volta cresce,  as vezes nos faz duvidar, se como espécie temos evoluído ou regredido, e isso, efetivamente, nos atormenta. Ficando indiferentes ou acovardados, estaremos condenando as próximas gerações, pelo menos aqui no Brasil, onde a violência virou rotina,  a se virem diante da opção selvagem : Justiceiros ou bandidos.
A violência, como querem alguns, seria exclusivo produto da miséria, das injustiças sociais, mas, talvez,  ela se alimente com maior intensidade no espaço das nossas omissões, tolerâncias, e visão deturpada a respeito de valores e conceito de liberdade e direitos.
O homem que matou,  cortou braços e pernas do irmão, um menino vivaz, inteligente, que gostava de música, e  retornava, vindo da escola, carregando uma sacola de livros, era considerado um demente,  vez por outra com acessos de fúria sem maiores consequências. Na policia, ele disse que não completara a empreitada bárbara, porque não tivera tempo de esfolar, retirar a pele do irmão ainda vivo, de quem tinha quase a mesma idade, quando viu sua mãe estuprada por marginais que infestavam uma favela de Socorro, onde o pai, vindo do sertão, instalara um pequeno armazém.  A mãe, desde então, passou a viver num estado quase cataléptico.  Os estupradores não foram presos,  continuaram estuprando e roubando. Tempos depois, três deles foram  mortos ,  e o pai,  acusado de ter perpetrado a vingança, foi preso, passou mais de dois anos na cadeia.   Voltou a viver em Canindé, assustado com  a violência da cidade grande, tornou-se funcionário da COHIDRO, e tem uma  Banda de Música, a Forrobodó, onde o menino morto gostava de ensaiar o canto. Messias de Bento é assim conhecido o sertanejo, homem honrado, que passou pela ignominia de viver o crime sem castigo sofrido pela esposa, agora, semiparalítico em consequência de um acidente vascular cerebral, deveria, se pudesse se locomover, ir a  novo júri,  20 anos depois .   Pai de um filho morto e também do que o matou, ainda chora a morte de outro filho, assassinado há  dez anos. Os matadores estão soltos, nunca foram julgados.
Para Messias de Bento, para os seus filhos assassinados, para o seu filho assassino, o mundo deles acabou, tragados pela realidade do outro mundo, o global,  cuja lógica se tornou para todos eles,  ininteligível.

FAZ CINQUENTA ANOS AMANHÃ OU NO DIA PRIMEIRO DE ABRIL?



FAZ CINQUENTA ANOS AMANHÃ
OU NO DIA PRIMEIRO DE ABRIL?
 Foi para uns a Revolução redentora e gloriosa de 31 de Março de 1964. Para outros, foi o golpe militar de primeiro de abril. Divergem ainda hoje, meio século depois, as versões de vencedores e derrotados. Na verdade não houve vencedores nem derrotados. Perderam todos. E seria bom que agora, passados 50 anos, os dois lados entendessem bem porque  ambos saíram perdendo.
 Mas não será possível ainda chegar a esse entendimento. Terá de ser obra para as próximas gerações, quando protagonistas de 64 não estiverem mais vivos, (já são aliás muito poucos) e seus descendentes não guardarem lembranças  dos sofrimentos dos antepassados, seja pelas marcas de perseguições  e violências, seja pelo inconformismo de não  terem sido reconhecidos como heróis e salvadores da pátria ,retirada das ¨garras do comunismo ¨.  E o comunismo nem mais existe. É peça de museu em Cuba, ou virtual enfeite para amenizar a face brutal de uma China que adotou a religião do lucro.
Perderam as ilusões  os que imaginavam poder construir um  mundo novo por meio da violência  das revoluções populares, mas isso só aconteceu depois , quando não restou pedra sobre pedra no demolido Muro de Berlim,  e Stalin deixara de ser  ¨o guia genial dos povos ¨ e  exposta a  face cruel que o assemelhava a Hitler.
Perderam a dignidade os que acharam que torturando e matando,  eliminavam os ¨traidores da pátria   agentes de um inimigo externo¨ e  levaram o aparato do  Estado para as masmorras,  misturando-o  com a escória de tipos como o delegado Sérgio Paranhos Fleury, e a essa escória tanto homenagearam, com medalhas que deveriam somente ornar o peito de heróis, como aqueles,  que foram  aos campos de batalha italianos.  Saíram supostamente vitoriosos, mas perderam, porque se desonraram, e continuam perdendo, porque publicamente não reconhecem o erro,  e teimam em não pedir desculpas à Nação.
5O anos depois ,  persistem essas questões, que somente serão definitivamente superadas,  quando de um lado for reconhecido que não existem ¨salvações¨ feitas à baioneta,  e do outro, que não ha  mundos novos e homens novos,  construídos a custa de rajadas dos fuzis Kalaschnikov.
Sem o culto firme e inarredável ao roteiro da democracia, que costuma ser tortuoso e as  vezes decepcionante, não há outros caminhos ou atalhos para que as sociedades humanas possam existir livres,  e com liberdade construírem as arquiteturas sociais que a elas melhor se adaptem.

DO ¨PETRÓLEO É NOSSO¨ À REFINARIA DE PASADENA



DO  ¨PETRÓLEO É NOSSO¨
 À REFINARIA DE PASADENA
Quantos, na década dos anos 50 foram presos, perseguidos, até morreram por gritarem: ¨O Petróleo é Nosso¨.  Aos “gringos”,  tendo  o óleo farto dos campos texanos, do oriente médio,  nas  águas rasas do golfo de Maracaibo,  na Venezuela, não interessava o Brasil a ter petróleo e fabricar seus  combustíveis. Desafiando a Standard Oil,  e os demais componentes do cartel, e aqui dentro, civis e militares golpistas a eles aliados,   Getúlio  assinou o decreto criando a PETROBRAS. Logo depois, deposto pela mazorca  da ¨República  do Galeão ¨,  Getúlio dava um tiro no peito, deixando, na Carta Testamento,  denuncia das forças que contra ele se juntaram raivosas após o nascer da PETROBRAS.
Separando o grito do  ¨Petróleo é Nosso ¨ ontem, da refinaria de Pasadena hoje, há o tempo em que ideais e sonhos  foram esquecidos, enquanto a quadrilha  dos CEO, tomava conta da estatal e controlava os seus cofres.

O LEITE SABE SE EXPANDE



O LEITE SABE SE EXPANDE
Albano e o seu filho Ricardo, anunciaram sexta-feira na fábrica em Muribeca ao governador Jackson Barreto, que o laticínio entra em expansão, e se vai produzir também água mineral, refrigerantes, sucos e isotônicos, com a mesma marca. São os grupos sergipanos investindo e demonstrando confiança em Sergipe.