sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

DILMA SALVARIA O BRASIL



 DILMA  SALVARIA O BRASIL
 Se fizermos uma avaliação  destituída dessas odiosidades que contaminam a cena política brasileira, e se também mantivermos afastados os sentimentos de indignação e os interesses políticos, na sua maior parte mesquinhos, miúdos e personalistas, se, no meio dessa turbulência que nos cerca, mantivermos o indispensável equilíbrio, concluiremos uma passagem observadora pelos mandatos da presidente Dilma Roussef, especialmente  deste, que a duras penas  atravessou  o primeiro ano, chegando  à desoladora conclusão de que ela não tem mais um mínimo de condições objetivas para governar o Brasil.
 Com efeito, nos deparamos também, com o tamanho da enrascada política em que   meteram o Brasil, que  se vai agora dissolvendo numa crise econômica ampliada  pela absoluta ausência do poder político .
A presidente Dilma não agrega, não sabe somar, não entendeu a necessidade urgente de buscar um pacto de união nacional. Perdeu  tempo, enfiou-se na sua teimosia, afastou, por absoluta falta de diálogo e de entendimento a sua base de sustentação política, não conseguiu enxergar horizontes, na estreiteza da visão que lhe permitiam os  antolhos de birras ideológicas e projetos imperfeitos.
Paira sobre o país a ameaça de uma cassação da chapa vencedora na eleição de 2014, e ai cairiam Dilma e Temer. E o que virá depois deles ? Exatamente o Cunha , o sinistro, o desmoralizado, todavia incólume Cunha.
 Diz a Constituição brasileira no  artigo 80    do capítulo II: ¨ Em caso de impedimento do Presidente e do Vice- Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados  ao exercício da  Presidência o Presidente da  Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. ¨
 No artigo 81 : Vagando os cargos de Presidente e Vice Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º  Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,  a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em  qualquer dos casos os eleitos deverão completar o período dos seus antecessores.
Mas, até chegar-se a esse ponto que resultaria da cassação dos mandatos pela Justiça Eleitoral, e após recurso ao Supremo, vários meses já teriam passado, prolongando-se a agônica situação do país.
 Para o impeachment  estabelece a Constituição o rito a ser seguido : Admitida a acusação por maioria de dois terços da Câmara haverá o julgamento perante o Supremo Tribunal no caso de crimes comuns, ou pelo Senado no caso de crimes de responsabilidade.
Nesse caso, a presidente ficaria suspensa das suas funções e assumiria o vice Michel Temer. O julgamento deve ser concluído em 180 dias, e se isso não ocorrer  a presidente retorna ao exercício das suas funções sem prejuízo do andamento do processo.
Como se vê, em quaisquer das situações os prazos serão sempre dilatados, e o país viverá sob esse clima, neste e no próximo ano. O Brasil não agüentaria   essa expectativa,  essa longa paralisação de tudo. A economia despencaria, teríamos o agravamento do desemprego e das tensões sociais. Faríamos uma longa trajetória à beira do abismo.
Quem assistiu o programa do PMDB  na quinta –feira dia 25, observou que o maior partido de sustentação da presidente, deixou, explicitamente claro, que não espera uma solução para a crise com ela permanecendo no Governo. Por outro lado, o PT enclausura a presidente no espaço restrito dos seus interesses, e isso dificulta mais ainda o entendimento com o Parlamento, com a sociedade.
O Brasil não merece esse sacrifício que não foi causado  pelo povo. O Brasil não aguentará  a longa agonia  de expectativas,  ansiedades e  desesperanças criadas por uma presidente que não mais governa, e  imagina que a sua   teimosa insistência para permanecer no poder,   seria algo como uma resistência heróica em defesa do povo brasileiro, que  não deseja esse tipo de sacrifício sem resultados, e quer entendimento, um pacto pelo Brasil, alternativas concretas para a superação da crise.
A presidente Dilma deveria buscar, no fundo da sua consciência, um traço que seja de bom senso e lucidez,  juntar esses possíveis sentimentos de grandeza à coragem que ela demonstra possuir,  para fazer, então, o grande gesto em favor do Brasil:   A RENÚNCIA. Depois disso, nos caberia esperar com esperança e num novo clima de distensão e  previsível  retorno da confiança, que o Vice Michel Temer,  no exercício da presidência conseguisse, para o bem de todos e felicidade geral da Nação, demonstrar que a sua alma não é tão pequena quanto o conteúdo deplorável daquela carta choromingas  que teve a infelicidade de escrever e enviá-la à Presidente.

AS ESTRADAS QUE NUNCA TERMINAM



AS ESTRADAS QUE
NUNCA TERMINAM
A duplicação do trecho sergipano da BR -101 é  novela em infindáveis capítulos. A obra começou  no primeiro governo de FHC ,  com o anel rodoviário em Aracaju que ficou incompleto e paralisado por mais de cinco anos. Veio Lula e retomou a obra, o anel foi concluído e reiniciou-se a duplicação. Foi completado o trecho sul até Estância e ali a coisa complicou-se, e complicada ainda está até agora. No trecho norte  a  engenharia do exército deu um novo impulso, mas agora tudo parou. Pronto mesmo só há o trecho , pequeno aliás, entre Pedra Branca e Aracaju. Sucedem-se trechos conclusos e inconclusos até Propriá, e quem faz aquele trajeto tem a desalentadora impressão de  um abandono completo , o descuido é  grande , a segurança  negligenciada .
  Em relação à rodovia federal que cruza Sergipe na direção leste – oeste, a BR – 235, existe a promessa nunca cumprida de que o asfalto prosseguirá de Carira  a Jeremoabo . É obra de grande relevância para Sergipe, principalmente agora, quando, pelo nosso porto, começa a ser escoada parte da produção de soja do oeste baiano e do sudeste piauiense.   As obras  foram interrompidas.
O senador Ricardo Franco começou o seu mandato defendendo a ampliação do programa federal de concessão de estradas. A administração privada de várias rodovias brasileiras   demonstra ser um modelo eficiente. Há o indispensável pagamento dos pedágios,   mas os concessionários  são obrigados, por  contrato, a aplicar os recursos para a perfeita manutenção das rodovias, e isso interessa a todos os que dela precisam. Se os trechos sergipanos das duas rodovias forem incluídos nos leilões de privatização, nos livraremos da escassez de boa vontade e de  eficiência ,  uma decepcionante  característica do governo federal.

A FARRA PERIGOSA DOS LANCHEIROS BÊBADOS



A  FARRA PERIGOSA DOS
LANCHEIROS BÊBADOS
 Correrias  irresponsáveis de lancheiros bêbados  ou ¨cheirados ¨,  vez por outra estão a causar acidentes. Havia um festivo evento nas águas do estuário do Vasa Barris.  Evento certamente saudável, esportivo, uma alegria para quem pode e tem condições de vivê-la a bordo de barcos motorizados, Jet-skis, e também dos frágeis caiaques, das pranchas do stand-up, esta última uma prática  que tem atraído  tantos jovens e até idosos mais ousados. Mas o perigo estava ao lado, nas lanchas que aceleravam mais do que a prudência recomendaria, e a prudência  se dissipa na proporção em que cresce o consumo irresponsável  do  álcool e drogas por quem tripula um equipamento que pode ferir e matar. Não se quer aqui dizer que  sejam irresponsáveis todos os tripulantes de barcos motorizados, ou que bebam  excessivamente e cheirem cocaína, mas, há uma parte deles que age de forma arriscada e desrespeitosa, fazendo com que corram riscos, quem  veleja, nada ou rema, ou tenta sobreviver pescando.
No sábado dia 20, quando  se encerrava o movimentado evento náutico   o  Speed Day , ( Dia da Velocidade ) o jovem Breno Leite foi atingido  por uma lancha. Teve ferimentos gravíssimos nas pernas esfaceladas pelos hélices. O bafômetro comprovou que o comandante da lancha estava alcoolizado, mas   o jovem ferido não o considera culpado pelo acidente e o inocentou,  quando conseguiu falar na UTI. Apesar de tudo fica a evidencia de que barcos motorizados participando de competições de velocidade, representam, com pilotos bêbados ou não, uma permanente ameaça  no sempre freqüentado estuário da Orla do Por do Sol, ou no igualmente largo estuário do  Sergipe.
A Marinha do Brasil  que sempre  exerce fiscalização nas áreas estuarinas, estava presente no dia do evento, mas os  seus meios    disponíveis,  inclusive no que se refere à tropa, são insuficientes para o tamanho da tarefa que deve ser cumprida.
O que fica bem claro de tudo o que aconteceu é a necessidade de serem estabelecidas áreas especificas para os motorizados, ficando vedada a passagem deles pelos outros locais reservados aos velejadores, remadores , pessoas que fazem natação ou que apenas curtem o banho , e mais ainda aos que  na atividade pesqueira  têm o seu ganha pão. Para essa grande  maioria daqueles que não dispõem dos cavalos de força  devoradores ávidos de combustível para acioná-los livremente a um simples toque nas manetes , é que se devem voltar os maiores cuidados, a proteção indispensável.

OS MANGUES NO ESPAÇO URBANO



OS MANGUES NO
 ESPAÇO URBANO
Aracaju tem a característica que é também  privilégio, de ser ainda uma cidade cercada por mangues. Eles revelam e demarcam a quase condição insular da cidade, tracejada pelos rios Sergipe, Poxim,  Sal,  Vasa Barris e alguns canais. Às margens desses rios formaram-se as ultimas e resistentes trincheiras dos manguezais  que conseguiram sobreviver ao processo  da urbanização vertiginosa. Há quem veja, com olhares de desdém, ou até repugnância, os manguezais que nos circundam  , estabelecendo a saudável convivência da natureza sobrevivente  com o asfalto invasor. Sobre os manguezais lançam a culpa pela fedentina  em alguns locais da cidade. Para esses, assim tão adversos ao injustiçado bioma, não convencem os argumentos  da exuberância de vida  no voejar matutino e vespertino  dos bandos de aves sobre a floresta à beira d` àgua. Espera-se então, que agora sejam convencidos, e se tornem até defensores dos manguezais, esses ignavos detratores, depois que desbastarem a ausência de conhecimento  com a atraente e enriquecedora leitura do livro que já está nas livrarias:  Os Manguezais  e Sua Importância na Sustentabilidade Urbana . Foi lançado na sexta dia 26 na Livraria Escariz da Jorge Amado pela autora   Marilda Colares  J. dos  Santos,  Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Engenheira Civil , professora e Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Segurança Meio Ambiente e Saúde do IFS.

O MARQUETEIRO PATINHA



O MARQUETEIRO PATINHA
Na mesma linha de criatividade que celebrizou  marqueteiros baianos, o agora preso João Santana, difere de alguns conterrâneos como Duda Mendonça ,  que é essencialmente publicitário,  e nas horas vagas cultiva hábitos um tanto selvagens,  como a briga de emplumados gladiadores que se estraçalham nas rinhas. J Santana foi sempre jornalista . Tempos depois do batente nas redações do Jornal da Bahia, nas sucursais soteropolitana e brasiliense da hoje decrépita revista Veja, é que enveredou pelo espaço publicitário, e logo tornou-se marqueteiro consagrado, artífice de vitórias do PT e da consolidação da imagem de Lula da Silva. O historiador baiano-sergipense, Gilfrancisco, pesquisador que desbrava os baús da nossa História,  conviveu com ele  nas intermináveis tertúlias litero-etílicas da Bahia, e  guarda a imagem do poeta, do compositor de sucesso,  conhecido como Patinha,  e que é famoso, com musicas suas gravadas por Morais Moreira, Amelinha, Grupo Bendengó, Diana Pequeno, entre outros. Gilfrancisco cita algumas músicas do Patinha : Forró do ABC, Eu e Você, Sinal de Amor e Perigo.
Patinha, o intelectual consistente, ao virar marqueteiro proficiente, poderá  se ter transformado em argentário impaciente. O que seria uma pena.
 Mas, convenhamos, aqueles policiais federais exibindo metralhadoras  e rodeando Patinha e sua mulher, que chegavam ao aeroporto, foi cenário midiático excessivo e  desnecessária exaltação da força. Desnecessária até, teria sido a prisão do  Patinha, que cancelou um milionário contrato com um candidato a presidente na República Dominicana, e veio, junto com a  mulher, para apresentar-se às autoridades brasileiras. Com uma simples intimação, ele teria comparecido sem o acompanhamento do séquito armado, diante do juiz e dos procuradores da infindável operação de caça a específicos corruptos.