DILMA SALVARIA O BRASIL
Se fizermos uma
avaliação destituída dessas odiosidades
que contaminam a cena política brasileira, e se também mantivermos afastados os
sentimentos de indignação e os interesses políticos, na sua maior parte
mesquinhos, miúdos e personalistas, se, no meio dessa turbulência que nos cerca,
mantivermos o indispensável equilíbrio, concluiremos uma passagem observadora
pelos mandatos da presidente Dilma Roussef, especialmente deste, que a duras penas atravessou
o primeiro ano, chegando à
desoladora conclusão de que ela não tem mais um mínimo de condições objetivas
para governar o Brasil.
Com efeito, nos
deparamos também, com o tamanho da enrascada política em que meteram o Brasil, que se vai agora dissolvendo numa crise econômica
ampliada pela absoluta ausência do poder
político .
A presidente Dilma não agrega, não sabe somar, não entendeu a
necessidade urgente de buscar um pacto de união nacional. Perdeu tempo, enfiou-se na sua teimosia, afastou,
por absoluta falta de diálogo e de entendimento a sua base de sustentação
política, não conseguiu enxergar horizontes, na estreiteza da visão que lhe
permitiam os antolhos de birras
ideológicas e projetos imperfeitos.
Paira sobre o país a ameaça de uma cassação da chapa
vencedora na eleição de 2014, e ai cairiam Dilma e Temer. E o que virá depois
deles ? Exatamente o Cunha , o sinistro, o desmoralizado, todavia incólume
Cunha.
Diz a Constituição
brasileira no artigo 80 do capítulo II: ¨ Em caso de impedimento do
Presidente e do Vice- Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício
da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o
do Supremo Tribunal Federal. ¨
No artigo 81 : Vagando
os cargos de Presidente e Vice Presidente da República, far-se-á eleição
noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a
vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita
trinta dias depois pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos
casos os eleitos deverão completar o período dos seus antecessores.
Mas, até chegar-se a esse ponto que resultaria da cassação
dos mandatos pela Justiça Eleitoral, e após recurso ao Supremo, vários meses já
teriam passado, prolongando-se a agônica situação do país.
Para o impeachment estabelece a Constituição o rito a ser seguido
: Admitida a acusação por maioria de dois terços da Câmara haverá o julgamento
perante o Supremo Tribunal no caso de crimes comuns, ou pelo Senado no caso de
crimes de responsabilidade.
Nesse caso, a presidente ficaria suspensa das suas funções e
assumiria o vice Michel Temer. O julgamento deve ser concluído em 180 dias, e
se isso não ocorrer a presidente retorna
ao exercício das suas funções sem prejuízo do andamento do processo.
Como se vê, em quaisquer das situações os prazos serão sempre
dilatados, e o país viverá sob esse clima, neste e no próximo ano. O Brasil não
agüentaria essa expectativa, essa longa paralisação de tudo. A economia
despencaria, teríamos o agravamento do desemprego e das tensões sociais. Faríamos
uma longa trajetória à beira do abismo.
Quem assistiu o programa do PMDB na quinta –feira dia 25, observou que o maior
partido de sustentação da presidente, deixou, explicitamente claro, que não
espera uma solução para a crise com ela permanecendo no Governo. Por outro lado,
o PT enclausura a presidente no espaço restrito dos seus interesses, e isso
dificulta mais ainda o entendimento com o Parlamento, com a sociedade.
O Brasil não merece esse sacrifício que não foi causado pelo povo. O Brasil não aguentará a longa agonia de expectativas, ansiedades e desesperanças criadas por uma presidente que
não mais governa, e imagina que a sua teimosa
insistência para permanecer no poder,
seria algo como uma resistência heróica em defesa do povo brasileiro,
que não deseja esse tipo de sacrifício
sem resultados, e quer entendimento, um pacto pelo Brasil, alternativas
concretas para a superação da crise.
A presidente Dilma deveria buscar, no fundo da sua
consciência, um traço que seja de bom senso e lucidez, juntar esses possíveis sentimentos de grandeza
à coragem que ela demonstra possuir,
para fazer, então, o grande gesto em favor do Brasil: A RENÚNCIA. Depois disso, nos caberia
esperar com esperança e num novo clima de distensão e previsível
retorno da confiança, que o Vice Michel Temer, no exercício da presidência conseguisse, para
o bem de todos e felicidade geral da Nação, demonstrar que a sua alma não é tão
pequena quanto o conteúdo deplorável daquela carta choromingas que teve a infelicidade de escrever e
enviá-la à Presidente.