A MÁQUNA EMPERROU
É PRECISO DESTRAVÁ-LA
A máquina que move o estado, que é o conjunto da administração pública em
Sergipe, está emperrada. O motivo é banal, facilmente explicável: os gastos ao
lado de erros, cresceram
exponencialmente e a receita não acompanhou. Assim, se nada for feito agora e o
descompasso persistir, estaremos condenados à insolvência. A afirmação poderá parecer
exagerada, mas bastará apenas que se
percorram os números da previdência estadual para que se tenha a dolorosa
certeza de que são imprescindíveis e urgentes medidas visando não só a
racionalização de gastos como,
principalmente, uma reforma ampla
e abrangente na estrutura administrativa do estado.
Em Sergipe criou-se a falsa idéia
de que os cofres do estado são inexauríveis , nunca secam, e suportam todos os
erros ou mesmo desatinos que se cometam.
A frase ¨O estado não quebra ¨ tornou-se a
justificativa para todas as facilidades
oferecidas à custa de um orçamento
historicamente elaborado para contemplar a privilegiada classe dos donos
do poder. Isso fez com que a defasagem salarial atingisse em Sergipe níveis que
agridem o bom senso. Quase 70 % dos servidores sergipanos até pouco tempo sem ter sequer
atendida a reivindicação elementar de um plano de cargos e salários, foram
condenados a ingressar no serviço público chegando até a aposentadoria sem receber nada mais do que um salário
mínimo. Para essa massa imensa de
servidores humilhados os outros servidores, que estão no topo da pirâmide, são vistos como se fossem marajás.
De uma máquina pública assim,
formada por uma legião de insatisfeitos e sem um mínimo de eficiência, não se pode esperar
uma contrapartida equitativa de serviços correspondentes ao montante dos
impostos que todos pagam.
Ficamos então naquele círculo vicioso que na década dos 50
um economista sueco Gunnar Myrdal, ao
analisar o subdesenvolvimento, classificou como ¨causação circular da pobreza e da ineficiência¨, uma, alimentando a outra. Sem a ruptura desse
círculo perverso resultante de erros ao
longo do tempo acumulados, Sergipe não
se tornará nunca um estado moderno e justo.
As medidas que o governador
Jackson Barreto agora começa a adotar são apenas a primeira etapa de um extenso
caminho que lhe ocupará todo o mandato , ao final do qual, ele espera ter
mudado a face ingrata de um modelo de
administração incompatível com a
modernidade.
O que se tem a fazer é uma espécie de cruzada
exaustiva em busca de mudanças que quase sempre geram incompreensões e fazem
nascer obstáculos inimagináveis. Em
vista disso, Jackson tratou de
blindar-se com a confiabilidade de um político que diz querer apenas levar a
bom termo a tarefa, sem almejar mais
quaisquer cargos públicos. Nada porém
acontecerá se não houver um propósito comum a juntar, em função do mesmo
objetivo, os três poderes.
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