sábado, 6 de dezembro de 2014

A MÁQUNA EMPERROU É PRECISO DESTRAVÁ-LA



 A MÁQUNA EMPERROU
É PRECISO DESTRAVÁ-LA
A máquina que move o estado,  que é o conjunto da administração pública em Sergipe, está emperrada. O motivo é banal, facilmente explicável: os gastos ao lado de erros,  cresceram exponencialmente e a receita não acompanhou. Assim, se nada for feito agora e o descompasso persistir, estaremos condenados à insolvência. A afirmação poderá parecer exagerada,  mas bastará apenas que se percorram os números da previdência estadual para que se tenha a dolorosa certeza de que são imprescindíveis e urgentes medidas visando não só a racionalização de gastos como,  principalmente,  uma reforma ampla e abrangente na estrutura administrativa do estado.
Em Sergipe criou-se a falsa idéia de que os cofres do estado são inexauríveis , nunca secam, e suportam todos os erros ou mesmo desatinos que se cometam.
A frase  ¨O estado não quebra ¨ tornou-se a justificativa para todas as  facilidades oferecidas à custa de um orçamento  historicamente elaborado para contemplar a privilegiada classe dos donos do poder. Isso fez com que a defasagem salarial atingisse em Sergipe níveis que agridem o bom senso. Quase 70 % dos servidores  sergipanos até pouco tempo sem ter sequer atendida a reivindicação elementar de um plano de cargos e salários, foram condenados a ingressar no serviço público chegando até a aposentadoria  sem receber nada mais do que um salário mínimo. Para  essa massa imensa de servidores humilhados os outros servidores,  que estão no topo da pirâmide,  são vistos como se fossem marajás.
De uma máquina pública assim, formada por uma legião de insatisfeitos e sem  um mínimo de eficiência, não se pode esperar uma contrapartida equitativa de serviços correspondentes ao montante dos impostos que todos pagam.
Ficamos então  naquele círculo vicioso que na década dos 50 um economista sueco Gunnar Myrdal,  ao analisar o subdesenvolvimento,  classificou como ¨causação  circular da pobreza e da ineficiência¨,  uma, alimentando a outra. Sem a ruptura desse círculo perverso resultante de erros  ao longo do tempo acumulados,  Sergipe não se tornará nunca um estado moderno e justo.
As medidas que o governador Jackson Barreto agora começa a adotar são apenas a primeira etapa de um extenso caminho que lhe ocupará todo o mandato , ao final do qual, ele espera ter mudado a  face ingrata de um modelo de administração incompatível  com a modernidade.
 O que se tem a fazer é uma espécie de cruzada exaustiva em busca de mudanças que quase sempre geram incompreensões e fazem nascer obstáculos inimagináveis.  Em vista disso, Jackson  tratou de blindar-se com a confiabilidade de um político que diz querer apenas levar a bom termo a tarefa,  sem almejar mais quaisquer cargos públicos. Nada  porém acontecerá se não houver um propósito comum a juntar, em função do mesmo objetivo, os três poderes.

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