quarta-feira, 22 de junho de 2016

O PMDB QUER CANDIDATO DO PARTIDO EM ARACAJU



O PMDB QUER CANDIDATO DO PARTIDO EM ARACAJU
Perto de um desfecho da questão eleitoral em Aracaju, o PMDB, partido do governador Jackson Barreto, e hoje o partido também do Governo Federal, toma, através dos seus principais integrantes, onde se incluem os históricos, uma grave decisão política. Numa sucinta nota ao governador o partido assume uma posição e para ela pede o aval imprescindível dele. Não se trata de um emparedamento, muito pelo contrário. Até porque os subscritores da nota são companheiros de jornada de Jackson, e alguns, que estão com ele desde os bancos da faculdade, conhecem muito bem as reações que teria JB caso se sentisse, em algum momento, colocado contra a parede pelos próprios aliados e companheiros nos embates da política.
A nota tem como objetivo deixar claro qual é o rumo preferido pelo PMDB em face da questão aracajuana e sinaliza, também, o suporte partidário amplo para uma decisão que o próprio governador estaria propenso a adotar.  Seria a palavra final, o anuncio da pré-candidatura do engenheiro agrônomo e advogado Jose Sobral (Zezinho Sobral) que foi, até recentemente, Secretário de Estado da Saúde.
O texto é curto, mas, a partir dele o diálogo será copioso. No seu desenrolar é que estará necessariamente incluída a questão das alianças com outros partidos, a abertura para composições diversificadas, sem as quais candidaturas inviabilizam-se, mas, haverá ainda a observação.
Muito pragmática, aliás, de que o PMDB não deveria se reduzir ao papel de recheio para empadas que em Brasília terão gosto azedo; com efeito, sendo o PMDB a empada, os recheios serão bem aceitos, até porque, dessa forma, os eventuais azedumes se dissipariam.
A citação explícita do nome sugerido como pré-candidato, Zezinho Sobral, ainda segundo os subscritores, onde se inclui encimando a relação o presidente do partido João Augusto Gama, seria uma contribuição efetiva para fortalecer os propósitos já tão anunciados pelo governador, de contribuir para a renovação política de Sergipe. Zezinho é jovem, nunca exerceu mandatos políticos, entrou e saiu limpo de todos os cargos públicos que ocupou, entre eles, o mais complexo de todos, a Secretaria da Saúde, onde revelou competência administrativa e política. Saiu muito bem avaliado pelos numerosos servidores que cuidam da saúde pública sergipana. Com diálogo e entendimento Zezinho conseguiu uma coisa raríssima em nossos turbulentos dias: atravessou o seu período sem uma única greve.
 Um dos peemedebistas históricos que colocou a assinatura na nota, assim define a indicação de Zezinho que poderá ser feita pelo governador: “Jackson plantaria uma semente de renovação na política sergipana, quando uma geração da qual ele próprio faz parte, chega ao momento de reconhecer que cumpriu a tarefa, e encaminha-se para uma honrosa aposentadoria.”

OI GENTE! A OI FALIU. VAMOS PAGAR A CONTA?



OI GENTE!  A OI FALIU. VAMOS PAGAR A CONTA?
 A OI, a super-tele, “a empresa campeã” agora faliu mesmo. Pediu uma recuperação judicial, mas para um rombo até agora calculado em 65 bilhões não haveria salvação.
O colapso da OI era uma tragédia amplamente pressentida e anunciada.
A empresa surgiu no bojo de uma maracutaia posta em marcha no segundo governo de Lula, e que teve as digitais de Jose Dirceu, o construtor de projetos onde o revolucionário quase guerrilheiro, acomodou interesses espúrios, ofertando com paternal magnanimidade dinheiro público para contemplar a insaciável ânsia rapinante de grupos empresariais, ou facções salteadoras.
 A OI é o resultado podre da megalomania do Estado desvirtuado e corrompido, que tudo pode, associado a quadrilheiros que se tornam empresários.
Tudo começa com a fusão da TELECOM e TELEMAR, formando a OI.  Surgiu a novela alongada do predador Daniel Dantas, banqueiro amigo de todos os reis. Chegaram os portugueses do Grupo Espírito Santo, cujo banco já andava mal das pernas, e vieram confiantes nos recursos fartamente liberados pelo BNDES. Com o dinheiro brasileiro tapariam o rombo português, mas preferiram engordar as suas próprias contas. O covil diabólico que se chamava banco Espírito Santo, não escapou da falência. Os adquirentes da OI compraram sem ter capital e foram pagar a própria divida com os dividendos da empresa que assumiam. No meio desse torvelinho de malandragens não tiveram tempo para a adequação às novas tecnologias, que no setor têm alta rotatividade, e a OI espatifou-se.  Uma ação da empresa que valia 300 reais caiu para um real, e ninguém compra. O BNDES e o Banco do Brasil têm, de créditos a receber, algo próximo aos 20 bilhões.

EDUARDO CUNHA AFRONTA O S.T.F.



EDUARDO CUNHA AFRONTA O  S.T.F.
 Eduardo Cunha completa o seu périplo vergonhoso pelasmaltas esferas da maltratada República encenando uma entrevista para reeditar sua farsa. Afastado da presidência da Câmara e do mandato parlamentar, ele teve sua entrevista transmitida pela TV Câmara, enquanto funcionários do parlamento o serviam.
O STF reagiu à afronta, indiciando mais uma vez por unanimidade de votos o cafejéstico meliante, que tanto espaço encontrou na República.

LIBERDADE PARA QUEM?



LIBERDADE PARA QUEM?
Nas redes sociais circula um texto que é classificado como discurso. O autor é identificado como general Paulo Chagas.
Pode ser que o general exista mesmo, ou pode ser que o nome seja mais uma invenção dos que andam a incentivar saídas extravagantes para a nossa crise, e acham que o fato de vestir farda faz da pessoa um desajustado para a democracia, saudosista dos tempos em que crise se “resolvia” pondo os tanques nas ruas.
Alguns trechos do “discurso”: “Liberdade para que? Liberdade para quem? Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para traficantes, viciados e hipócritas?
Falam de uma ‘noite’ que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando, que, à luz do dia já dura 26!
.......... Fala-se muito em liberdade! Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro dos carros blindados e dos vidros fumê!
Mas afinal o que se vê? Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangs e traficantes.
......... Olhando mais adiante enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos ‘bullyng’ conivência e mentira, vemos crianças que matam crianças drogadas, crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.
......... Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e sequestros. Uma terra em que a família não é valor, onde menores são explorados e violados por pais, parentes e estrangeiros.
....... Mas afinal em que país vivemos?
Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói. Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam ‘mensalões’ e vendem sentenças.  Nesta terra a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer local é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos, é aqui na terra da liberdade que encontramos a ‘cracolândia’ e a ‘roubauto’, ‘dominadas’ e vigiadas pela polícia!
...... Afinal, aqueles da escuridão eram ‘anos de chumbo’ ou anos de paz? E estes em que vivemos são anos de liberdade ou de compensação do crime do desmando e da desordem?
Quando será que nós, homens e mulheres de bem, teremos de volta a nossa liberdade?”
Sobre o texto do general, ou suposto general, apenas diríamos que a liberdade serve sim, a começar para que ele próprio produza e distribua livremente aquele texto, onde desqualifica a democracia, sem sofrer represálias, e com plena garantia de se expressar e criticar, como e quando quiser. Na época em que ele afirma que “homens e mulheres de bem” usufruíam da liberdade, alguém que tivesse a ousadia ou coragem cívica de criticar o regime, terminaria preso, ou “suicidado”. No tempo em que ele desfrutava a plena liberdade da qual sente saudade, uma epidemia de meningite espalhou-se no país, matou milhares de brasileiros, enquanto a mídia era amordaçada pela censura,  exercida por censores quase sempre ignorantes, colocados nas redações. Era terminantemente proibido noticiar casos de meningite, que,  segundo  a lógica perversa do regime não existiam. Não havia necessidade de nenhuma precaução, porque meningite era apenas uma invenção dos comunistas. E de meningite os brasileiros continuavam morrendo. Sob a “liberdade” que perderam segundo o autor do texto os “homens e mulheres de bem”, chegou às redações uma determinação do Ministério da Justiça proibindo a veiculação de qualquer noticia sobre o estupro e morte de uma menor em Brasília, no qual estariam envolvidos o filho do Ministro da Justiça Alfredo Buzaid, e um outro filho de um Senador da República. Naquele tempo de tanta “liberdade” ninguém foi punido.
O problema desses desajustados que renegam a democracia e pedem a ditadura é que não fazem a eles mesmos uma pergunta simples: Se conseguirmos implantar uma ditadura e depois discordarmos dos seus rumos poderia então criticá-la livremente, como fazemos hoje em relação à democracia?
A democracia poderá chegar até a um momento de podridão, como este que agora atravessamos, mas é o único regime que se auto-regenera. E esse esforço de regeneração é o que teremos de fazer agora, aliás, já está sendo feito.

O ROTEIRO DAS SERRAS



O ROTEIRO DAS SERRAS
 O general Maynard foi Interventor em Sergipe, duas vezes e uma vez Senador da República.  Rebelde desde menino quando se envolveu  como cadete do Exército da sangrenta Revolta da Vacina,  ele, que participaria  de mais três rebeliões e uma Revolução, a de 1930, que o levou ao poder, costumava fazer avaliações um tanto ácidas sobre o caráter das pessoas.   Repetindo um político inglês, dizia melancólico: “Os homens são como as montanhas, de longe impressionam, de perto decepcionam”.
Tanto o general sergipano como o político inglês, salvo engano Disraeli, certamente se conformaram em contemplar ao longe ou de perto as montanhas, e não se interessaram ou se aventuraram a vencê-las.
O fascínio das montanhas reside, exatamente, no ato de percorrer as suas vertentes e chegar ao topo, onde a paisagem se oferece aos olhos, e o ar leve, translúcido, acaricia ou fustiga a pele. De cima, as desvirginadas montanhas, ou simplesmente serras, se revelam, se desnudam, na lascívia miraculosa da natureza teimosamente exuberante.
 Não só alpinistas que desafiam a verticalidade das escarpas, podem ter o prazer insólito de devassar montanhas. A escalada pode ser feita por aqueles jovens, ou idosos, que tenham o entusiasmo para superar a aspereza da subida, todavia atenuada na medida em que se ampliam os horizontes e o prazer da vista vai retemperando a exaustão do corpo.
Aqui em Sergipe, as montanhas se reduzem à modéstia das serras, e delas somos bem contemplados. Não sofremos, por isso, daquela lassidão ou ímpetos causados pela planura das paisagens, que podem ser uma chatice, como no caso holandês, ou um convite ao tropel como nos pampas do Rio Grande, do Uruguai, da Argentina. Talvez encontremos na paisagem sergipana medianamente acidentada, também uma característica do nosso caráter, sempre disposto ao meio termo, e isso denota serenidade.
Mas retornemos ao nosso assunto central que é o roteiro das serras.
Como o espaço tornou-se exíguo em face da longa digressão inicial, o roteiro propriamente dito,  apresentaremos no próximo domingo.