sábado, 29 de novembro de 2014

UMA EDUCAÇÃO PARADA NO TEMPO



UMA EDUCAÇÃO PARADA NO TEMPO
Reproduzimos um diálogo entre um jornalista  curioso para saber a quantas anda a nossa educação, e    um estudante de     13 anos cursando o 9 º período de uma escola no interior do estado.
- Você já leu algum livro além dos escolares ?
- Não.
- Seus  professores  lhe recomendaram    algum livro? 
-Uma professora disse para eu ler Dom Quixote .
-Ela falou alguma coisa sobre o Dom Quixote?
- Não, nada.
-  Qual a matéria que você mais gosta?
-Geografia.
-Você sabe as capitais dos  estados ?
- Sei
- Então   vamos   lá:   Amazonas? ( nada)    Ceará ?    (nada )  Pernambuco ?   ( nada)   Minas Gerais?    (nada ).
Afinal, acertou as capitais de 3 estados: Alagoas, São Paulo,  Rio de  Janeiro,  e disse saber que Brasília era a capital do Brasil.
- Você sabe a capital de algum país  além do Brasil ?
- Acho que não.
-Você estuda inglês?
-  Estudo.
- Há quantos anos ?
- 3 anos .
-Sabe alguma palavra em inglês ?
- Sei, are.
-O que é are ?
-É um verbo.
- Seria o verbo to be?
- O que é isso ?
- Sabe algum número em inglês.
-  Sei. (  citou corretamente  de one a  ten )
 -Ontem foi o Dia da Consciência Negra, falaram sobre isso na sua Escola?
- Falaram, falaram em  Zumbi.
_ Quem foi ele ?
- Ele lutou pelos escravos.
- Quem assinou a Lei acabando a escravatura no Brasil ?
- A Rainha da Inglaterra.
Alunos como este,  vítima de um sistema  disfuncional não existem apenas em Sergipe. Eles estão em todos os estados brasileiros, aos milhares, aos milhões.
 Cada dia que passa, em cada escola pública,  um jovem brasileiro deixa de  colocar um tijolo na construção do seu próprio futuro. A manutenção deste  modelo emperrado, é o mesmo que  abrir para o Brasil a tampa de lixo da História.
Se os políticos principalmente senadores, deputados , vereadores, não começarem a entender a educação como uma Política de Estado, necessariamente afastada das ingerências eleitoreiras,  não haverá presidente, não haverá governador nem prefeito que consiga realizar as transformações   necessárias.    O professor não pode ficar olimpicamente ausente dessa luta  que não se resume à conquista de salários.  Qualquer melhoria na qualidade do nosso ensino só será alcançada quando houver um processo criterioso e permanente de avaliação .  Isso acontece em todos os locais onde a escola apresenta bons índices de aproveitamento,   auferíveis  através do desempenho  dos alunos,  com isso, avalia-se também a capacidade revelada por cada professor para transmitir com eficiência o conhecimento.
 Por outro lado, dos docentes  recebendo salários incompatíveis com a dignidade e a importância da função que desempenham, não se poderá exigir muito.  Os alunos  não podem ser penalizados com as greves  infindáveis que transformam      o calendário escolar numa mera peça de ficção.
 A persistência de um conflito recorrente, algumas vezes radicalizado, entre as representações dos docentes e o poder público,  poderá  favorecer eventuais  interesses eleitoreiros particulares, mas é um malefício que recai sobre a sociedade em geral,  e terá de ceder lugar ao diálogo   democrático do qual participem o professor, os pais de alunos, os próprios alunos , o poder político, o Ministério Público.
Enquanto o interesse eleitoral cercar a escola com a nomeação política de diretores, vices - diretores, secretários, e ainda ocupando espaços  nos pontos nevrálgicos da gestão educacional, não se terá ensino  eficiente , porque administração e comitês eleitorais não se devem misturar. Por isso, é preciso fechar as portas das Secretarias da Educação para políticos sonhando com candidaturas.
Cheguemos especificamente a Sergipe. No governo Marcelo Déda,  depois que um técnico  como o professor Jose Lima foi derrotado em seus propósitos de qualificar o ensino,  profissionalizando sua  gestão,  Déda  procurou alguém com maior experiência política, exatamente para dialogar politicamente e tentar reduzir a pressão eleitoreira sobre  a gestão do ensino. O escolhido foi o seu vice no primeiro mandato Belivaldo Chagas, que não era exatamente um técnico na área, mas, um quadro  dotado de sensibilidade, transito político e infinita disposição para dialogar,  sobretudo alguém que dera por encerrada a sua carreira política e não almejava ser candidato a nenhum cargo eletivo. O conflito foi reduzido, mas hoje, fazendo uma analise retrospectiva sobre os seus suarentos anos à frente da Secretaria da Educação,  Belivaldo está convicto de que nenhum esforço dará plenos resultados enquanto o interesse eleitoral não se afastar da escola. Esse era também o objetivo duramente perseguido pelo governador Marcelo Déda.   Ele encontrou as maiores resistências dentro do seu próprio partido.
Na cruzada que faz pela educação o senador  Buarque só enxerga uma forma de afastar do ensino público as mazelas que  nos municípios e nos estados, principalmente os mais pobres, fazem das nossas  escolas essas fabricas de analfabetos funcionais que temos hoje .  Buarque tem um projeto para federalizar  os dois níveis de ensino que competem constitucionalmente aos estados e municípios. Ele propõe a avaliação do desempenho de cada escola ; meritocracia na escalada funcional dos educadores, e, para eles, um salário base de 9 mil e 500 reais, o que estaria fora do alcance de estados e municípios, mas, poderia ser conseguido com a federalização.  Cristovão quer também  a escola em tempo integral,  tal como  sonharam  Darci Ribeiro e Leonel Brizola.
O professor Jorge  Carvalho com a experiência que acumula na área da educação,  e o saber que foi ampliar em  um doutorado na Alemanha, enxerga na idéia do senador  uma espécie de luz no fim do túnel onde mergulhou a escola pública brasileira.
 No município de Aracaju parece que surgem boas noticias  na educação com  a queda de braço  vencida pela Secretária Márcia Valéria. Ela vai   implantando o sistema de avaliação do desempenho das escolas, e para isso  teria carta branca do prefeito João Alves.
No caso da rede pública estadual o problema é bem mais complexo, o desafio é ainda maior. E aqui não cabe enumerar os obstáculos que terão de ser enfrentados.

A VERTICALIZAÇÃO SERIA O CÁOS NAS CIDADES ?




   A VERTICALIZAÇÃO SERIA O CÁOS  NAS CIDADES  ?
O juiz federal Ronivon Aragão tem se caracterizado por suas decisões exemplares  e que o credenciam como um magistrado  que não hesita em buscar o caminho legal para as questões mais complexas. Essa liminar que ele concedeu limitando em 12 andares o gabarito permitido em Aracaju, está, todavia, provocando uma ampla controvérsia e fazendo surgir argumentos que, sem duvidas, devem ser levados em conta, O primeiro deles veio através da afirmação  do  presidente do Sindicato da Industria da Construção de Sergipe, Tarcísio  Teixeira. Ele alerta para a possibilidade de um desemprego em massa com a suspensão de projetos e a interrupção de obras   já em andamento.
 Nas  grandes cidades européias há uma padronização dos edifícios das áreas centrais que não ultrapassam os 6 andares. Em Paris essa limitação e a arquitetura dos pequenos prédios, fazem parte do charme daquela cidade,   e ninguém ousaria demoli-los para, em seu lugar, construir  torres imensas de mais de 40 andares, tão comuns nas cidades americanas. Quem percorrer  a principal avenida de Paris saindo da Praça da Concórdia, depois,  ladeado pelos prédios de uma mesma altura, todos, em virtude da Lei Malraux de 1962, sempre com suas fachadas rigorosamente limpas, se for mais longe, até o final dos Champs Eysées, contornando o Arco do Triunfo e seguindo pela Avenue de La Grand Armée,    logo terá a sensação de que estaria penetrando em outra cidade  em virtude da mudança brusca da paisagem urbana. Surgem os altos  edifícios que formam o bairro de La Défense. Aquele bairro, juntamente com os 200 metros da Tour de Montparnasse  visível de toda a cidade,  resultaram de um novo olhar modernizante inspirado pelo arquiteto Le Corbusier.  Ha ainda grandes empreendimentos imobiliários, como o Front de Seine,  a Place de Italie, que acirraram  o debate sobre  as transformações na paisagem  da cidade. Como tudo em Paris se faz com  choque de idéias, cultura, enquanto George Pompidou  dizia que era preciso abandonar a estética do atraso, e que não existia arquitetura moderna sem as torres, cresciam as objeções ao modernismo desmedido que desfigurava a cidade.  Venceu a idéia de que a verticalização poderia ser feita sem  alterar as principais características  da cidade.  Paris tinha um rigoroso plano diretor, o Schéma Directeur, criado sob o olhar atento de Charles de Gaulle. O Schéma  previa, ao lado dos  Grands Ensemble ( grandes blocos de apartamentos ) os Secteurs   Sauvegardés,  áreas de preservação.
Não vamos nem de longe nos comparar a Paris, mas Aracaju poderia ter um Plano Diretor  resultante de um olhar menos particularista sobre a cidade e que compatibilizasse as edificações com a qualidade de vida. Por termos um documento tão inconsistente é que surgem ações como aquela movida pela OAB-Se,  que resultou na liminar do Juiz Ronivon.
A verticalização em si não  representa um atentado à mobilidade urbana, nem contribui para a deterioração ambiental. Bastaria que se aplicassem normas , que se fizesse um zoneamento, determinando onde poderiam ser construídos os grandes edifícios e onde haveria as limitações.
 Algo assim, tão radicalmente estabelecido, pode realmente confirmar a  preocupante projeção de desemprego em massa desenhada pelo empresário Tarcisio Teixeira.
Os problemas mais urgentes que teremos de resolver para garantir o crescimento da cidade sem que cheguemos a uma situação de caos urbano, são:  a mobilidade urbana, o esgotamento sanitário, a ampliação de áreas verdes, a despoluição dos rios que cortam a cidade, a  integração das diferentes camadas sociais no espaço urbano, evitando-se o surgimento dos guetos nas periferias,  onde se multiplica a criminalidade.

A SOLUÇÃO ENCAMINHADA



 A SOLUÇÃO  ENCAMINHADA
O governador Jackson Barreto  nesta segunda anuncia medidas drásticas de contenção de despesas,  o que é indispensável, mas, nunca visto com muita simpatia.   Haverá redução nos cargos comissionados,  o fim de Secretarias e anexação de empresas. Jackson retornou  de Brasília  e se preocupou em transmitir noticias positivas, resultantes do seu encontro com a presidente Dilma, e das gestões que fez no Patrimônio da União. Dilma assegurou a continuação das obras do aeroporto, a implantação do pólo sertanejo da UFS, e federalização do  Hospital de Lagarto, dando a garantia de que as obras do Canal de Xingó serão executadas.  Dilma garantiu que agirá para convencer  a Vale a  começar o Projeto Carnalita já no próximo ano. No Patrimônio da União  Jackson obteve a garantia de que os terrenos onde estão os bares e restaurantes, ameaçados de demolição, serão transferidos para o estado,  assim , cessariam as ações dos procuradores Federais.

OS 100 ANOS DO PROFESSOR ALOÍSIO



 OS 100 ANOS DO PROFESSOR ALOÍSIO
Aloísio  de Campos é um nome que fica na História como um dos grandes impulsionadores do processo de modernização de Sergipe. Ele agiu com visão modernizante quando foi Prefeito de Aracaju ( 1968- 1970)  na Reitoria da UFS, e em toda a sua trajetória de vida como professor e economista dedicado ao planejamento. Ele faria agora 100 anos , e sua memória tem sido   reverenciada pela Universidade Federal,  pelo Governo do Estado e a Prefeitura de Aracaju.

PEDALANDO PARA ACABAR A CORRUPÇÃO



PEDALANDO  PARA ACABAR A CORRUPÇÃO
O Passeio Ciclístico Contra a Corrupção que será feito  sábado dia 7, será o sexto. Seis anos transcorridos muita coisa mudou no Brasil, naquele sentido  duplamente valioso   do combate direto à corrupção,   também na conscientização da sociedade,   inclusive através de atos simbólicos como  juntar gente para externar, pedalando, a sua desaprovação aos corruptos e a indignação pela desenvoltura como agem, ou, melhor dizendo, agiam. Agiam,  porque depois da Operação Lava Jato  que a Polícia Federal desenvolve  com o Juiz Federal Sérgio  Moro no comando das ações, o Brasil não será  mais o país dos cofres arrombados por gente de colarinho branco,  que nunca imaginou ir parar na cadeia.
O chefe da Controladoria Geral da União em Sergipe, Cesar Carvalho, convocando a todos para o emblemático passeio, diz que a luta contra a corrupção será ainda mais fortalecida na medida em que a sociedade demonstrar o seu apoio, e isso se faz até, simplesmente, pedalando.