domingo, 25 de janeiro de 2015

AFINAL QUE PAÍS É ESTE ?



AFINAL QUE PAÍS É ESTE  ?
 Simplificadoramente chamada de ditadura militar, aquela, que nos assolou de 64 a 85, poderia,  corretamente, chamar-se ditadura milico-paisana. Para  que se caracterize melhor o regime  inaugurado com o golpe de abril de 64, seria errôneo limitá-lo ao espaço dos quartéis. Foram civis os que imploraram pelo golpe, foram civis que formaram o núcleo tecnocrático do regime, foram civis que,   felizes e refestelados no conforto de um partido,  a  ARENA,  o fizeram tão grande que o seu presidente, Francelino Pereira, o chamou de  ¨ maior partido político do ocidente. ¨ Embora aparentemente deslumbrado  com o partido imenso  que comandava, Francelino era um político  suficientemente realista para saber que o gigantismo da ARENA, todavia sem povo, não  poderia assegurar sobrevida a um regime que agonizava. Foi então que começou a  sintonizar o partido com a agenda que o  general presidente Geisel sinalizara:  a  ¨distensão lenta gradual e segura¨ . A idéia  encontrava resistências nos quartéis. Diante de  duvidas sobre a anunciada abertura que jornalistas transformavam em perguntas, Francelino, demonstrando irritação,  desabafou :  ¨Afinal,   que país é este ?
A frase  ganhou manchetes, mereceu discursos , virou título de música,  mas nunca foi  respondida, e desafiou o tempo como  resiliente espécie de questionamento diante das inconstâncias    do povo brasileiro.
 Mas afinal que país é este?
  Houve farto lacrimejar em face da desdita do brasileiro que foi traficar cocaína na Indonésia, mesmo sabendo que o país insular fuzila sem dó nem piedade quem mexe com drogas, embora seja   permissivo em relação aos que mexem com o dinheiro público. O desavisado,  simplório piloto de asa delta, talvez nem soubesse que a Indonésia tem um grau de ¨privatização ¨  do patrimônio público bem mais elevado do que o alcançado por outros países, inclusive o nosso. Archer, o infeliz fuzilado,  se soubesse disso, teria  melhor destino, procurando ligar-se a algum político indonésio, quem sabe, até ao próprio presidente,  tão  orgulhoso dos seus pelotões de fuzilamento, desde que sejam acionados apenas contra traficantes.  Sem correr riscos, ele poderia ter  conseguido muito mais do que a soma obtida com a venda dos 13 quilos de cocaína. Como se sabe, tudo é uma questão de jeito, ou jeitinho.
Pois é, mexemos céus e terras para salvar da execução o brasileiro condenado.  As nossas autoridades  se empenharam tanto nessa tarefa, sem dúvidas humanitária,  aqui   cruzavam  o céu balas perdidas, ocorriam  tiroteios, assaltos, execuções, chacinas. Entre o pedido de clemência para o brasileiro  traficante e a data do fuzilamento,  centenas de brasileiros, na escola, no trabalho, na igreja, andando nas ruas, divertindo-se,  foram fuzilados.
 Um cafajeste a quem a sociedade paga para que vista uma farda   mata o jovem surfista Ricardinho.
 Ele cavalgava ondas gigantes,  famoso no mundo por fazer isso com perfeição. Desafiava, esportivamente, com a alegria esfuziante de sorver a vida,  nos riscos da natureza imponente e indomada. Acostumado a esse tipo de perigo com o qual sabia primorosamente lidar,   o menino das ondas altas,  bondosamente ingênuo,  confiante, nem imaginaria que o perigo morava ao seu lado.  Ao lado estava a putrefação que destrói o tecido social do país. E essa putrefação é a violência associada à  apatia institucional,  cujo resultado perverso é a impunidade.
 Morrem por ano mais de 30 mil pessoas, fuziladas na guerra que tomou conta deste país imenso.
E   ninguém   se preocupa com isso? Ninguém tenta deter essa sangria  descomunal ? O Estado a sociedade, parecem omissos, acomodados, inoperantes  diante da incessante  fuzilaria nossa de todos os dias.
O cafajeste fardado que matou o menino das ondas  será  expulso da PM, receberá uma pena alta em conseqüência da repercussão do seu crime, ( outros semelhantes ocorrem às centenas todos os dias e não chegam às manchetes) mas, passará no máximo 4 a 5 anos na cadeia.
Afinal, que país é este ?

DE NEW YORK À ¨PEDAGOGIA¨ DA NOVA CONSELHEIRA DO TC



 DE NEW YORK À  ¨PEDAGOGIA¨
DA NOVA CONSELHEIRA DO TC
No dia em que, aqui,   a ex-presidente da Assembléia tomava posse no cargo de Conselheira do Tribunal de Contas, em Nova  Iorque o presidente da Assembléia Legislativa do estado, era preso, levado à polícia para os procedimentos de praxe,  lá usualmente adotados  com o cidadão  comum ou   personagens engravatados, sem distinção, práticas essas,  aliás, já   acontecendo  no Brasil,  como nunca   antes em nossa História. O nobre deputado figura com algum destaque na política norte-americana cometeu   desatinos com o dinheiro público. 
Aqui, ao tomar posse como conselheira do Tribunal de Contas, cargo que a torna fiscal de gastos públicos, julgadora de desatinos, a ex-presidente da Assembléia  objeto de  denuncias do Ministério Publico Federal por desatinos com recursos que administrou, anunciou a linha do seu comportamento no  Tribunal de Contas:  ¨Será  essencialmente pedagógico.¨
Espera-se, certamente, que  a conselheira adote uma  ¨ pedagogia ¨ diferente daquela que a deputada adotou no seu tempo de presidente do Legislativo sergipano.

O CARNAVAL CANCELADO



O CARNAVAL CANCELADO
Por conta da penúria em que vivem, com recursos minguando, prefeitos estão precavidamente cancelando gastos com o carnaval. Um município antes opulento como Canindé  , que agora perde receita, seguiu o mesmo caminho dos outros cuja pobreza é maior.
Quando os  municípios não ajudam,  ou sustentam completamente o carnaval,  Momo nem veste a fantasia.
  Há momentos em que um prefeito e político deve ter ouvidos moucos para certas  demandas.Para   ter ouvidos infensos ao que não é essencial, muito contribui, as vezes, a presença providencial  e convincente de um promotor atuante como o Dr. Emerson Andrade, no caso de Canindé. Ele fez um relato da situação e mostrou a inconveniência da ajuda que o prefeito Heleno  já decidira não  dar,  mas, recebia pressões partidas de interesses contrariados. A  ¨ajuda¨ seria arcar com todas os gastos da festa.

70 MILHÕES DE SUPER RICOS E UM BILHÃO DE FAMINTOS



70 MILHÕES DE SUPER RICOS
 E  UM BILHÃO DE FAMINTOS
O mundo está ocupado por 7 bilhões de indivíduos, Deve passar dos 10 bilhões nos próximos 20 anos. Dos 7 bilhões de hoje um bilhão vivem em estado de absoluta miséria, com uma renda de pouco mais de um dólar por dia,  menos do que oferece a nossa Bolsa Família.   Em 2016  1% da população do mundo possuirá  mais   de 50 % da riqueza mundial.
Escrito por um jovem economista francês o livro O Capital no Século XXI, publicado em 2012,  poderá,  já no próximo ano ter sido folheado por muito mais pessoas do que as que leram O Capital, de Karl Marx há mais de um século . O livro de Thomas Piketty não pode deixar de ser lido por quem quiser entender  o  abismo a que chegaremos se os métodos do capitalismo não forem    modificados. Revela Piketty que a concentração de renda e a desigualdade tendem a aumentar porque a taxa de rendimento do capital supera a do crescimento econômico .  A   economia especulativa real que disso resulta é socialmente parasitária  e drena cada vez mais a riqueza do mundo para   os hiper- bilionários. 
Piketty propõe  mudanças radicais.  Vejamos o que ele diz:  ¨O imposto sobre o capital faria prevalecer o interesse geral em detrimento do interesse privado, preservando, a um só tempo a abertura econômica  e as forças da concorrência. Em sua forma realmente global o imposto sobre o capital seria uma utopia. Assim, poderíamos  pensar em uma solução que funcionasse e pudesse ser aplicada em escala regional ou continental, e em particular européia, começando pelos países que desejassem instituí-la. Contudo, antes de chegar a essa solução é necessário primeiro expandir a questão do imposto sobre o capital  (  que será sempre apenas um dos elementos de um sistema fiscal  e social ideal )  para um contexto muito mais amplo:  o do papel do poder público na produção e distribuição das riquezas e na construção de um Estado social adaptado  ao século XXI.¨
São coisas assim que os ortodoxos defensores  da economia de mercado nem querem ouvir falar,  por isso,  andam a chamar Piketty de  comunista.
Quanta burrice.......

OS CONVIDADOS DE ALBANO



 OS CONVIDADOS DE ALBANO
 Chega gente VIP para a posse de Albano Franco na Academia Sergipana de Letras.  Políticos , artistas, os globais inclusive, gente  famosa, também intelectuais e muitos empresários. O presidente da Academia Anderson Nascimento convidando para a solenidade que acontecerá no  Centro de Convenções, dia 5 de fevereiro às 20 horas. Albano será saudado pelo acadêmico Carlos Britto, ex- Ministro do Supremo Tribunal.