sábado, 13 de dezembro de 2014

A COMISSÃO DA VERDADE E O FORNO DA USINA

A COMISSÃO DA VERDADE
E  O   FORNO   DA    USINA
A Comissão da Verdade ao término dos seus trabalhos  faz revelações surpreendentes. Sabe-se, agora, que presos políticos assassinados nos cubículos da repressão tiveram seus corpos incinerados nos fornos de uma usina  para que definitivamente sumissem. Outros, lançados nas águas de um rio, sofreram na barriga um  corte  profundo, ficando com as vísceras expostas. A finalidade desse requinte cruel era fazer com que os cadáveres não boiassem, ficando no fundo até a completa decomposição. Dessa forma muitos presos políticos continuam desaparecidos, seus restos jamais serão encontrados.
Na simbologia perversa desse corte na barriga deixando visíveis as vísceras da vitima, é possível que se chegue até as vísceras nojentas da ditadura, que agora se tornam expostas, verdadeiramente reveladas para que permaneçam como página de vergonha e nojo na nossa História.
Basta que se tenha conseguido chegar até as entranhas malignas de um regime que se dizia salvacionista, redentor, regenerador, ético e moralizante, e escondia as próprias vísceras na farsa trágica que patrocinava, amparando-se na censura, na perseguição mesquinha, na delação descarada e na ignomínia da tortura.
Qual o descaminho trágico que leva um regime sustentado em baionetas a se considerar dono  exclusivo dos destinos de um país, árbitro supremo sobre a liberdade,   a vida e    a dignidade das pessoas ?
A resposta  a essa pergunta  não será pedagogicamente elucidativa para tornar-se inteiramente convincente, mas, a constatação óbvia dos males causados pela supressão da democracia e da liberdade, pode servir, definitivamente, como anteparo a todas as ações que  tenham como objetivo suprimir o diálogo, a tolerância, o pluralismo, o direito de discordar e de gritar, proclamando o que se pensa e o que se deseja.
Este, foi o grande serviço que a Comissão da Verdade prestou à nação brasileira.
n>e os6 � � t ��Q �vC truirão sua glória póstuma. ¨


Infelizmente não houve o ¨muito tempo ¨. O anjinho barroco alçou vôo.  Sua amiga artista, escritora , também poeta  Antonia Amorosa, sentia, na cerimônia do adeus, que o anjo por ali esvoaçava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário