sábado, 30 de maio de 2015

O ESTILO ¨ CARCARÁ ¨ DO SINTESE E DA DEPUTADA (1)

O ESTILO ¨   CARCARÁ ¨ DO
SINTESE E DA  DEPUTADA (1)
 Quando a ditadura ainda era envergonhada,  sem exibir  a  face despótica  do Ato Institucional nº 5, sobreviviam alguns resquícios de liberdade. Nas artes, principalmente na música,   esboçavam-se  sutis  protestos.  Houve aquela  canção de Geraldo Vandré: ¨ Caminhando  ¨ , ou ¨ Prá Não Dizer que Não Falei de Flores,¨ logo   transformada em poético hino de inconformidade e esperança. Houve aquela outra, de João do Valle,   onde um bicho,   o gavião Carcará, ave valente do sertão, começou a simbolizar a dureza da resistência contra a adversidade, ou a necessidade da luta.
Foi quando a voz adocicada de  Nara Leão e uma outra maviosa e marcial de Maria Betânia ouviram-se,  e se fizeram repetidas: ¨ Carcará , Pega, Mata,  e Come ¨......
 Em tempos de opressão, a maldade exaltada pode servir como forma de   encorajamento dos fracos em atitude de desafio ao poder armado.
 Quando , ressurgindo, ¨ raiou a liberdade no horizonte do Brasil,¨ como proclama o Hino da Independência, a democracia, reconstituída, tornava possível o convívio civilizado entre divergentes.    Maniqueísmo, ou seja,  a atitude sectária, intolerante, de quem se acha  dono absoluto da verdade e  decide desconstruir tudo o que lhe parecer contrário às suas concepções exclusivistas, ou aos seus interesses particulares, é um comportamento incompatível com o conceito de democracia.
O  SINTESE e a deputada Ana Lúcia parecem adoradores  do fanático sacerdote persa, Maniqueu, cujo nome adjetivou-se para simbolizar as visões opostas e inconciliáveis do Bem e do Mal. O bem era ele, o mal,  aquilo que ele queria que fosse.
O SINTESE e Ana Lúcia, representam o Bem, o resto é o Mal, segundo a concepção maniqueísta que os deforma.
Assim,  justificam uma greve interminável que destrói  os projetos de vida de 170 mil alunos da rede pública. Vem aí o Enem,  nesta terça-feira  acontece a Olimpíada da Matemática, e as escolas estão fechadas.  Os pais reclamam, a sociedade protesta, lembra que escolas fechadas deixam alunos nas ruas, onde estão os traficantes  conquistando ¨ fregueses ¨,  que  logo serão viciados, traficantes, em seguida  vítimas da violência. De nada vale o sentimento e as angústias coletivas  , porque a ¨ verdade  ¨ corporativa do SINTESE e a ¨ verdade  ¨ eleitoral da deputada Ana Lúcia,  representam o Bem.   O resto é, simples e desprezivelmente,    o Mal.
Desde  o Secretário da Educação Martinho Bravo,  até hoje,  nunca  houve um só deles,  ou um governador, que não fossem vítimas do estilo  Carcará do SINTESE   e da deputada. É a pedagogia do cangaceirismo.  No discurso e na ação.
 Luiz Antônio Barreto,   intelectual  prolífico e semeador de cultura,  cuja memória Sergipe    reverencia, foi Secretário da Educação no  governo de Albano Franco. Colocou em prática idéias que significavam mudanças  .  Desgostou  um sindicalismo que se nutre  do atraso e de concepções pseudo-modernizantes da educação. Do desgosto, surgiu o ódio.  Luiz Antonio foi vítima de uma campanha sórdida, o estilo Carcará, ou o cangaceirismo-  político-corporativo  posto em prática. Das denuncias, todas falsas, forjadas, maldosas, surgiram os processos. Foram 22, que pesaram sobre alguém com  a saúde fragilizada, e era pobre,  destituído de patrimônio, e se via acusado de ter enriquecido roubando. Luiz foi absolvido, mas as seqüelas permaneceram  .  Morreu prematuramente, atormentado pelo constrangimento moral de que foi vítima.  Jose Lima,  professor  altamente qualificado, ex-Reitor da UFS, tentou corrigir mazelas. Foi crucificado. Contra ele desencadeou-se a fúria do estilo carcará-cangaceiro. Denunciado, Jose Lima, homem rigorosamente ético,   hoje presidente do Conselho Nacional de Educação, respondeu a processos.  Só agora foi inteiramente inocentado, sendo comprovada  a falsidade  das denuncias.
 Belivaldo Chagas,Secretário da Educação,  político habilidoso,  homem  correto, essencialmente conciliador e  democrata,    não escapou do enxovalhamento  habitual.

Quando Déda já estava desenganado,  e disso todos sabiam, o SINTESE fez um  ¨enterro  simbólico ¨ do governador. A deputada Ana Lúcia, duas vezes secretária de Déda,  companheira de partido,  participou daquele ato grotesco de inimaginável crueldade e desrespeito a um ser humano. Depois, no ato  final, infelizmente verdadeiro, também estava presente  Ana Lúcia. Houve quem enxergasse uma furtiva lágrima  na sua face. O estilo Carcará – Cangaceiro- Maniqueista , também sabe ter duplicidade de rostos. ( Continua no próximo domingo)

A VALE ENGANA E PREJUDICA SERGIPE

 A VALE  ENGANA E
PREJUDICA SERGIPE
 A Vale,   uma das maiores mineradoras do mundo, ganhou em Sergipe quase um presente. Nos anos noventa, ainda   estatal, já era a maior exportadora de minério de ferro do mundo.   Collor fechou a mina de Taquarí – Vassouras, operada pela Petromisa , subsidiária da Petrobrás, única produtora de potássio no Brasil e no hemisfério sul.  A Petromisa  era rentável, mas, ao que se propalou na época, entravam em cena os interesses de um poderoso grupo importador ligado à família do presidente. O dono era avô dos seus filhos.  Os trabalhadores da mina, liderados pelo geólogo Jose Eduardo Dutra, começaram a agir. Albano, então senador, que apoiara Collor depois da promessa que ele fizera no sentido de não mexer com a  Petromisa ,  foi procurado pelos trabalhadores para que fosse cobrar a promessa não cumprida. Ele juntou-se aos sindicalistas com a participação dos governadores Valadares, depois  João Alves.  Encontrou- se uma astuciosa fórmula que permitiria a reabertura da mina:  a incorporação da estatal Petromisa  por outra estatal,    que então se chamava Vale do Rio Doce.   Em seguida, a  Vale do Rio Doce  seria privatizada por um precinho camarada , e se chamaria apenas Vale,   entre outras coisas,    dona da usina de potássio. As jazidas estão se extinguindo, e surgiu a alternativa de produzir o potássio através da   carnalita ,  minério encontrado fartamente  no subsolo  sergipano. A Vale se dispôs a desenvolver o Projeto Carnalita,  algo em torno de uns  4 bilhões de dólares. Isso há 4 anos . Desde então, acontecem  protelações, impasses a superar, obstáculos alegados, que, por sinal, já foram todos  resolvidos pelos governos de Sergipe e  federal. Mas o Projeto  carnalita  não deslancha, não sai do papel.  A  Vale engana, ludibria, e prejudica Sergipe.

A Vale  ganhou mais dois presentes menores em Sergipe: o  porto de mar, da PETROBRAS, e a ferrovia antes operada pela Leste que, privatizada, transformou-se na Ferrovia Atlântico,  subsidiária da Vale  . A ferrovia, ainda que precariamente,  funcionava. A Vale   desativou-a. O porto, operado  pela Vale rende um razoável lucro.  Precisa ser modernizado, ampliado.  Há  o interesse de uma das maiores operadoras em logística portuária do mundo: a  Hamburg- Sud . Mas a Vale fecha-se na sua redoma,  nada define sobre uma possível joint- venture com a Hamburg   para ampliar o porto, nem dá sinais de querer reativar a ferrovia . A Vale  é hoje uma ¨ caveira  de burro ¨ enterrada no solo de Sergipe. É preciso que se comece a desenterrar essa  ¨ caveira  ¨  aziaga.    

A DESO E O MEIO AMBIENTE

A DESO E O MEIO AMBIENTE
A DESO tem  história positiva de convivência com o meio ambiente. Por lá passaram presidentes cuidadosos em relação à ecologia. Luiz Carlos Rezende começou tudo, plantando árvores nos rios, nas nascentes. O advogado e escritor Jose Lima conta tudo isso no primoroso livro que escreveu sobre a DESO e os recursos hídricos de Sergipe. Na DESO estiveram ambientalistas cuidando do setor especial criado com essa finalidade. A professora Lílian Wanderley, depois o professor Vanderlê, que agora cuida de finanças. O presidente Carlos Melo é um gestor eficiente,  criativo, e quer fortalecer  as ações ambientais da empresa. Em parceria com o Instituto Vida Ativa começa a plantar milhares de árvores. Tem uma visão ecológica para a nova barragem em São Cristovão e elabora um projeto que será levado ao governador Jackson Barreto. Algo inovador, e necessário.
pacerun= � ' � �.� ��� alou por delegação do venerável, maçônico, e em tudo na vida, Jose Francisco da Rocha ( Rochinha ) em nome dos ex-presidentes da entidade. Destacou ainda o papel fundamental de defesa  das franquias democráticas e valorização do advogado, que a OAB-Se  tão bem 


  desempenha  na gestão do atual presidente  Augusto Monteiro Nascimento, mantendo a tradição, a linha dos ex-dirigentes.

GILTON E A OAB NO TEMPO DA DITADURA

GILTON E A OAB NO
TEMPO DA DITADURA
Os 80 anos comemorados pela  OAB- Se,  foi a oportunidade para Gilton Garcia falar sobre o papel desempenhado  pela Ordem dos Advogados durante o período tenebroso do Ato nº 5. Cassado, demitido da cátedra na UFS, direitos políticos suspensos, Gilton foi eleito presidente da Ordem. Naquele tempo  prestar assistência a advogados presos no quartel do exército, (Welington Mangueira e Jackson Sá Figueiredo) era uma tarefa arriscada, mais ainda para  alguém, como Gilton,  considerado inimigo do regime.
 Gilton  falou por delegação do venerável, maçônico, e em tudo na vida, Jose Francisco da Rocha ( Rochinha ) em nome dos ex-presidentes da entidade. Destacou ainda o papel fundamental de defesa  das franquias democráticas e valorização do advogado, que a OAB-Se  tão bem 

  desempenha  na gestão do atual presidente  Augusto Monteiro Nascimento, mantendo a tradição, a linha dos ex-dirigentes.

UMA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ALUNOS

UMA ASSOCIAÇÃO
DE PAIS E ALUNOS

Diante das greves que destroem a escola pública,  pais de alunos da rede estadual  organizam uma entidade que se chamará  Associação dos Pais de Alunos das Escolas Públicas de Sergipe, a APAESE. O objetivo é acompanhar tudo o que acontece nas escolas públicas, desde o fornecimento da merenda, à higiene e conservação das salas, dos sanitários, ao desempenho escolar, incluindo a dedicação dos professores à missão de transmitir eficientemente o conhecimento. Também, acompanhar as ações do SINTESE e avaliar  a motivação de tantas greves. A APAESE vai zelar, sobretudo, pelos interesses dos alunos, buscando entendimento com o governo, prefeituras, e o SINTESE, nessa tarefa fundamental.

UM ¨ CRISTÃO ¨ QUE DEFENDE A DITADURA

UM   ¨ CRISTÃO  ¨  QUE
DEFENDE A DITADURA
O que disse no programa do PSC aquele indivíduo que se  intitula presidente do malsinado partido que abriga entre outros o repugnante Feliciano, não teria  a menor importância, porque o seu nojento discurso caberia num desses recipientes destinados a receber papel higiênico. Mas ele ocupou horário nobre na televisão para defender a ditadura, e sugerir a volta do autoritarismo, entre outras sandices, dizendo que o Brasil estava sob ameaça de invasão pela Venezuela. Logo agora  essa invasão ? O presidente Maduro ,  fantasiado idiota, está mais fraco de que faquir em greve de fome.

É bom lembrar que o senador Amorim pertence ao partido  desses ¨ cristãos  ¨ que andam a propagar o sentimento do ódio. Ele, que certamente não partilha desse comportamento de  gente  mentalmente ainda vivendo na idade da pedra, não a polida,   a lascada mesmo, deveria manifestar-se sobre o que pensa em relação à democracia, aos preconceitos  e ao fascismo que os seus companheiros ¨ cristãos ¨ tanto espalham. Principalmente agora,  quando estaria se preparando para  aninhar-se entre os tucanos. Afinal, o PSDB é um partido que tem compromissos programáticos com a democracia e o progresso social.

ENFIM, ENXERGARAM : TEMOS RIOS NAVEGÁVEIS

 ENFIM,  ENXERGARAM  :
TEMOS RIOS NAVEGÁVEIS
Aracaju é uma cidade mesopotâmica,  ou    seja,  estamos quase cercados por  rios. Faltou muito pouco para a nossa capital não ser uma ilha, quando ainda operava o Canal de  Santa  Maria, que agora estaria sendo  dragado. Se recuperado, teremos, assim, pelo lado noroeste, a nesga de terra que nos ligaria ao   ¨continente ¨. Há, pelo lado leste, o estuário do Sergipe que se prolonga a encontrar-se com rio do Sal, que corre pela banda norte; pelo sul e sueste, o Vasa Barris e o Poxim, e, entre os dois, o Canal de Santa Maria.   Poderíamos mesmo ostentar o título de Cidade Mesopotâmica, algo assim altissonante, deixando Recife como a Veneza Brasileira, aquela exagerada  presunção.
 Na semana que passou, navegava pelo Sergipe indo até o Sal, e chegando a Socorro, um  catamarã com capacidade para mais de 150 passageiros. Era o teste inicial para que se dê sequência  ao projeto de parceria público privada  que viabilizaria o transporte fluvial, ou melhor dizendo o retorno do transporte fluvial em Aracaju.

 Inicialmente seriam dois terminais de passageiros construídos pelo governo do estado, um em Aracaju, outro em Socorro, em pareceria com a prefeitura local. Depois, poderia se estender o transporte a Pedra Branca, Santo Amaro, Barra, Atalaia, como já existiu antes. Há quem pense até na dragagem do  Poxim,  para permitir o transporte fluvial urbano ligando a Zona Sul da cidade ao centro, se for possível passar por baixo das pontes.

O SUPLENTE MOSTRA O QUE FEZ NO SENADO

O SUPLENTE MOSTRA
O QUE FEZ NO SENADO
Kaká Andrade é  segundo suplente do senador Amorim. Cumprindo aquele acordo pré-eleitoral, assumiu  o primeiro suplente Laurinho Menezes, que teve uma movimentada passagem durante os exíguos 4 meses concedidos.  Depois, coube ao segundo suplente chegar à ambicionada cadeira senatorial.
Kaká Andrade,  técnico da área ambiental, gestor público experiente, publica agora um livro com o resumo das suas ações nos 4 meses de Senador da República.
Demonstra que foi atuante, participando de comissões, fazendo contatos, defendendo iniciativas e projetos, sobretudo relacionados a Sergipe e ao nordeste. Tratou de problemas da sua especialidade, como o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente no semiárido  sergipano, as mudanças climáticas, a  agonia do rio São Francisco,  deu atenção a situações essencialmente humanas, como a depressão, a proteção ao idoso.
Foram 4 meses produtivos e intensos.
Acontece   esse protagonismo  maior que se observa quando os suplentes ocupam o lugar do titular.

Há quem diga que essa defasagem que se observa, seria resultado da timidez ou modéstia do senador titular. Outros , de forma mais contundente, garantem que seria  escassez de disposição e criatividade. Daí o apelido que já deram, talvez com um pouco de maldade, ao senador Amorim: Anódino.

O CAPITAL DE ILMA FONTES

O CAPITAL DE ILMA FONTES
Pessoa absolutamente destituída de capital, até de certa forma a ele sendo um tanto refratária, a médica, ativista cultural, poeta e jornalista Ilma Fontes, edita, faz anos e anos, um jornalzinho menor que um tablóide. Trata de cultura, das artes que se fazem, ou se desfazem, da critica social, de coisas underground, que a sociedade consumista vai sepultando ainda mais. Ilma sempre teve aquele estilo hippie, contestador, misturado com a placidez de uma monja, contemplativa de um mundo novo de entendimento  , paz  e solidariedade.
A publicação de O CAPITAL  se faz à custa de assinaturas. O folhetim não é vendido em bancas. Portanto, corram, procurem Ilma,  façam assinaturas. A cultura, a liberdade de dizer,  agradecem.
vro � � Z e ��� �� eu para externar a sua admiração pela terra que o acolhia, e onde ele morreria,  suicidando-se junto com a mulher,  desiludido do seu próprio futuro com o avanço de Hitler pela Europa.

Gilton, o PSC, o livro de Kaka, a assocação de pais e

alunos, o imposto sindical, o transporte fluvial, o senador Amorim , o PSC e o golpe. Mario Sergio Conti, Bresser Pereira, Mirian Leitão,  Carmen Lúcia Rocha. Jose Roberto.

DUAS ENTREVISTAS NA GLOBO NEWS

DUAS ENTREVISTAS NA  GLOBO NEWS
Há duas entrevistas no programa excelente de Mário Sérgio Conti na Globo News que durante a semana ainda deverão ser exibidas. Vale a pena ligar a TV para assisti-las. Os entrevistados são o ex- ministro Bresser Pereira, e a ministra do STF,  Carmen Lúcia Rocha.
Valem,  as duas,  como reparador remédio para quem  anda descrente em relação a este país que, nos anos trinta , fascinou o grande e entre nós esquecido escritor austríaco  Stefan Zweig.  Ele estava aqui,  fugindo do nazismo, e tinha  a proteção do fascistóide Estado Novo de Getúlio.   Brasil País do Futuro, foi o livro que Zweig escreveu para externar a sua admiração pela terra que o acolhia, e onde ele morreria,  suicidando-se junto com a mulher,  desiludido do seu próprio futuro com o avanço de Hitler pela Europa.
Gilton, o PSC, o livro de Kaka, a assocação de pais e

alunos, o imposto sindical, o transporte fluvial, o senador Amorim , o PSC e o golpe. Mario Sergio Conti, Bresser Pereira, Mirian Leitão,  Carmen Lúcia Rocha. Jose Roberto.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O ADVERBIO MALVISTO E A VOLTA DO PARAFUSO



O ADVERBIO  MALVISTO
 E  A VOLTA DO PARAFUSO
 Chegamos aquele momento crucial em que o governante tem de repetir várias vezes  o advérbio não.
Tempo  de escassez, ao lado das demandas habituais dos setores da sociedade  sempre esperando o máximo a ser concedido ou realizado pelo governo. Há até aqueles que defendem o governo mínimo,  mas, contraditoriamente, o desejam suficientemente grande para atender aos  variados e até difusos interesses. Num estado pobre como Sergipe, o governo do estado tem  presença preponderante na economia, na vida das pessoas.
Mas agora o estado terá forçosamente de encolher-se até o tamanho  reduzido dos seus cofres. Melhor do que encontrar culpados pela crise sergipana que se insere na crise maior brasileira, é  fazer o roteiro inevitável  dos ajustes, das correções. Não é  trajeto agradável, e Jackson  jamais imaginaria que um dia fosse obrigado a fazê-lo. Mas as circunstancias pesam bem mais do que as vontades, e até se sobrepõem aos sonhos. Há,  todavia, casos a merecer atenção mais acurada do núcleo do governo que trata de questões delicadas, como é, por exemplo, a exoneração dos aposentados  celetistas que continuaram trabalhando . Nesse particular, tanto o governador como o vice e os secretários que formam o núcleo envolvido com as medidas de corte, têm determinado que   seja rigorosamente obedecida a legislação trabalhista,  que  os direitos sejam respeitados.  Isso em alguns casos não está acontecendo.  Certamente,   pelos açodamentos de     alguns   gestores   ansiosos,   querendo  ¨ mostrar serviço ¨. Além do choque natural  pela perda de uma remuneração que completava os sempre exíguos proventos da aposentadoria, alguns servidores  sentem-se injustiçados,  até traídos, diante da certeza que tinham sobre a indenização justa. Há   casos clamorosos de insensibilidade do gestor, que colocou na lista das exonerações pessoas em tratamento  oncológico.
 Gestor que age dessa forma   deveria ser o primeiro   numa lista sumária  de exonerações. Mais grave do que a crise , é ter penduradas, nos cofres públicos, a incompetência e a insensibilidade.
   Outro ,    sentado em proeminente e preeminente poltrona,   foi  contar parafusos.  Conferia se existiriam 226, encontrou 262. Desse tipo de burocrata o estado já deveria há  muito tempo ter ficado livre.
 Perde-se tempo com miudezas assim, como a contagem de parafusos. Quando se faz isso, nem se imagina quantas voltas o parafuso pode dar.  Existe uma pauta  de problemas mais complicados  e complexos do que a volta do parafuso.
A previdência é o maior deles.   Saco sem fundo por onde escorrem 10 % do orçamento  para atender a 1 %  da população sergipana. Tomemos abril como exemplo. Naquele mês  a previdência consumiu 128 milhões de reais. Arrecadou somente 54 milhões. Dos cofres estaduais saíram 71 milhões para cobrirem o déficit. Tomando-se como média o valor de 70 milhões,   para garantir a previdência este ano,  haverá um gasto de 840 milhões,  quase duas vezes mais do que os tão combatidos recursos do PROINVESTE, com os quais o governo agora mantém um programa de obras públicas,  gerando empregos e injetando recursos numa economia em recessão.
 Em 2011 o governador Marcelo Déda chamou   o técnico em planejamento atuarial  Augusto Fábio Oliveira para comandar o IPES Previdência.  Deu-lhe a expressa incumbência de traçar um roteiro de ações para tornar sustentável o sistema de aposentadorias.   Augusto Fábio, competente, e comandando uma eficiente equipe, está melhorando as cifras preocupantes; embora medidas definitivas fiquem a depender da capacidade do governo federal para adotá-las, superando a mesquinharia de chantagens,  vaidades e ambições, que  infestam o Congresso.
 Criou-se um fundo que  aplica em bancos estatais 372 milhões. É  pouco, quando se faz uma projeção atuarial com  amplitude de 75 anos, dentro das  regras hoje vigentes. Seria necessário algo em torno de 20 bilhões de reais para assegurar o ócio tranqüilo das próximas gerações. O colapso previsível da previdência é  preocupação que não tira o sono apenas de Jackson,  afeta a todos os governadores, também  Dilma,  Obama,  Angela Merkel,  François Hollande,  Cristina Kirchner, enfim, aos governantes de todos os países do mundo.
Para não agravar a crise da previdência e retirar das próximas gerações o direito à aposentadoria, é que Jackson, querendo ou não, por ser  responsável, terá, muitas vezes, de repetir o malvisto advérbio: o tal do não.

SERGIPE E O MODELO DO SENADOR AMORIM



SERGIPE  E  O   MODELO
DO SENADOR  AMORIM
Emergindo daquele clima que denota  uma  certa lassidão, o senador Eduardo Amorim, já apelidado de anódino, faz, vez por outra, alguma declaração pré-fabricada pelos seus solícitos e atuantes assessores de marketing. E quase sempre produz críticas. Na mais recente, também sugeriu que o governador adote um novo modelo de gestão baseada no planejamento e na busca continuada da eficiência em suas ações. Esse é um truísmo  sempre reeditado pelos que nada têm a dizer além do óbvio.
Quando    se   refere a    um    ¨ modelo novo ¨      de gestão , certamente,  o político e  algologista,  ( médico que trata de dores terminais ou quase isso) não estaria a considerar aquele ¨modelo de gestão ¨ que a presidente Angélica  adotou na Assembléia,  inspirada ou  comandada por Edivan ,  o dileto irmão do senador.
Aquele modelo de gestão, ou o terremoto provocado pela dupla Angélica- Edivan,  levou de roldão  tudo o que poderia significar zelo, racionalidade, ética na administração, e agora afunda o Legislativo no lamaçal de desmoralização pública. O  ¨ modelo  de gestão ¨  montado exatamente  para beneficiar o Grupo Amorim, fortaleceu a candidatura do senador ao governo do estado, na medida em que satisfazia bolsos e contabilizava gratidões.
 Angélica se fez   Conselheira do Tribunal de Contas, e ela vai detectar  irregularidades de gestores públicos,   para eles,  pedirá punições exemplares. E o senador que assistiu, apoiou e se beneficiou com a bagunça no Legislativo,  quer,  para Sergipe,  um ¨ modelo de gestão ¨ mais eficiente.

A GREVE E A JUSTIÇA



 A GREVE E A JUSTIÇA
O desembargador Jose dos Anjos numa decisão fundamentada na lei, e que traduziu o interesse público, determinou que o sindicato dos   professores  suspenda imediatamente a greve que
atormenta  a vida dos pais de  mais de 170 mil alunos da rede estadual. A deputada Ana Lúcia, líder do Sintese  e defensora das greves, afirma que tudo se faz em defesa de uma escola pública popular e democrática. Sabendo-se que nas escolas públicas  quase só estudam os pobres, seria democrático prejudicar o ano letivo desses, que precisam do conhecimento,   único caminho que os libertaria da pobreza ?
  De greve em greve, se  a deputada Ana Lúcia  for candidata a prefeita de Aracaju,  e também o  extremado vereador Agamenon, que tão duramente expressa as suas opiniões, o vereador terá, pelo menos, três vezes  mais votos do que a deputada. Isso é o que afirmam observadores da cena política, e que gostam muito de apostar.

UM DESEMBARGADOR COM ¨ SANGUE NO OLHO ¨



UM   DESEMBARGADOR
COM  ¨ SANGUE NO OLHO ¨
Um magistrado com  ¨ sangue no olho ¨  pode parecer  expressão ambígua, até depreciativa, desde que não se conheça o significado exato do que é ter olhos avermelhados pelo líquido de plasma e células,   sinônimo adequado de vida, e também de coragem, de disposição para corrigir erros , punir quem afronta a sociedade, e fazer plenamente a Justiça. Nesse sentido o novo desembargador    Diógenes Barreto é um magistrado  com ¨ sangue no olho  ¨. Com olhos avermelhados sempre para decidir, algumas vezes desafiando as circunstancias, Diógenes construiu a imagem hoje tão necessária do Juiz que não hesita,  e não deixa que sobre a Justiça recaia o sentimento de dúvida.
O novo desembargador, ao lado de procuradores de Justiça, onde estavam Moacyr Motta, Luiz Mendonça, Fernando Mattos, Jose Carlos Oliveira,  recolocaram Canindé na rota da civilidade, e da paz.