sábado, 3 de setembro de 2016

A AGRESSÃO NO AEROPORTO A CIVILIDADE DESAPARECIDA

A AGRESSÃO NO AEROPORTO A CIVILIDADE DESAPARECIDA
Pois é, perdemos a capacidade de ganhar e perder sem abandonar a civilidade. Ganhar e perder é o jogo normal da vida e não poderia ser de outra forma na política. Nesse campo, aliás, ganhar e perder faz parte da essencialidade da democracia, onde o poder troca de mãos.  Com efeito, perder e ganhar são eventos que se completam, se legitimam, se realimentam e se unem para homenagear o voto.
Houve, no caso da deposição da presidente com a posse de Temer, aquela sensação de que faltou o voto para legitimar o ato de perder ou ganhar.  Temos, contudo,  a gravidade de uma crise, a emergência e a agonia de uma situação que deve centralizar as energias dos brasileiros. Os que perderam, embora sentindo-se injustiçados,  terão, sensatamente, de esperar a eleição em 2018. Que se apostrofe, como golpistas, os que apoiaram a queda da presidente, que sejam acusados, tudo isso no espaço das ações políticas e da  plena liberdade de expressão.
Que se bata, inutilmente, é verdade, às portas do Supremo. Trata-se de um direito.
Mas, que a indignação pela derrota não se transforme numa explosão irracional de desrespeito e agressão aos adversários. É preciso evitar que descambemos para a estupidez da violência.
Quinta-feira última, os que estavam no aeroporto de Aracaju assistiram uma cena com a qual nunca estaremos acostumados a conviver. Um punhado de manifestantes substituiu o cívico arsenal pacífico que a democracia permite e aprova, até exalta, pela violência da agressão. Contra o senador Eduardo Amorim jogaram ovos, contra o deputado Joni Marcos investiram para uma agressão física. Ou seja, fizeram tudo aquilo que uma parte desvairada da direita estúpida comete contra artistas, intelectuais, políticos, até jogadores de futebol,  que  identificam como “petralhas”, “comunistas”, contra os quais, para eles, toda violência é válida e justificável, até mesmo aquela desumana e covarde de uma ditadura que recorreu à tortura de presos políticos, e também os assassinou.

Atos assim, como essa insanidade contra dois cidadãos, emporcalham o nosso sentimento de sergipanidade, onde se incluem, respeito, tolerância, civilidade, e culto à democracia.

Um comentário:

  1. Que lindo, fiquei emocionado. Realmente, devemos tratar bem os golpistas, colocar eles no colo e fazer cafuné...

    ResponderExcluir