sábado, 3 de setembro de 2016

O BANESE SERIA MESMO O ORGULHO DOS SERGIPANOS? (1)

O BANESE SERIA MESMO O ORGULHO DOS SERGIPANOS? (1)
O BANESE não é um pequeno banco mal administrado. Muito pelo contrário, na sua pequenez de pigmeu diante dos Golias, ele usa bem o seu badoque e vai sobrevivendo, evidentemente sem acertar a testa de nenhum dos gigantes que o suplantam esmagadoramente. O BANESE é, assim, um dos quatro pigmeus estaduais que restam. Também moderniza -se, amplia serviços, tem uma gestão eficaz.
Quando FHC estimulou a concentração bancária e nela sucumbiram até grandes como o Nacional, o Econômico, o Bamerindus, e todos os bancos estaduais, a começar pelo de São Paulo, Albano recebeu uma séria admoestação do Ministro da Fazenda Pedro Malan: “trate de privatizar seu tamborete, capitalize o cofre estadual antes que seja tarde”. Albano resistiu, vendeu somente a Energipe, capitalizou o fundo de pensão, fez obras, e ganhou a reeleição derrotando João Alves, mas, preservou o banquinho que sobreviveu sob o amparo do slogan: “BANESE, orgulho dos sergipanos”. Alguns reclamaram da privatização da Energipe, então, João Augusto Gama, Prefeito de Aracaju, fazendo uma proveitosa parceria com Albano para construir o novo mercado municipal e readequar o centro da cidade, fulminou, bem ao seu estilo seco e direto: “A ENERGIPE é cabide de emprego para rapariga de político”. Quem hoje ainda lembra  daquela estatal ronceira?
 A crise agora é imensa e sem perspectivas de solução a médio prazo. E o real orgulho de ser sergipano de fato se esvai, enquanto o estado atrasa salários, fornecedores e paralisa obras, vítima, também, de uma recessão criada lá fora e para a qual não há remédio adequado, porque a doença não é nossa. Quando acabarem os recursos duramente conseguidos do PROIVESTE e PRODETUR, terão de desmobilizar os canteiros de obras que restam, sem iniciar mais outras. Há muito o que fazer, um projeto de Estado a ser posto em marcha, mas tudo se contrai na premência de recursos e Jackson vê, agoniado, cair sobre a sua cabeça o impacto da maior crise econômica já enfrentada pelo país, desde o colapso de 1929, quando o Brasil ainda era uma imensa e atrasada fazenda de café, cana e boi.
Como costuma dizer o médico Gilvan Pinto, um intelectual que, à semelhança de tantos outros médicos, faz incursões inteligentes pelos problemas que nos cercam, sintetiza: “governar, hoje, é quebrar paradigmas”.
Sem dúvidas muito mais se orgulhariam os sergipanos se a sangria que devasta a nossa previdência fosse contida e então sobrariam talvez recursos para que se comece a fazer do nosso estado pequenininho uma unidade exemplar na federação.
É preciso quebrar o paradigma que já se fez preconceito de que há certas coisas que não se podem fazer, certos ninhos de vespa que não podem ser mexidos.
A privatização é um desses preconceitos. Não há em Sergipe nenhuma estatal que possa ser considerada estratégica e intocável, como é o caso no plano federal da PETROBRAS, do Banco do Brasil, da Caixa e, como poderia ter sido considerada, a VALE. Vendida a preço de banana, por irresponsabilidade gerencial fez aquela tragédia no Rio Doce.
Sergipe tem poucos ativos dos quais poderá desfazer-se para tentar recompor suas finanças caminhando para um estágio de insolvência, caso a crise se alongue.
A primeira quebra do paradigma ou preconceito, seria a venda do BANESE, integral, não apenas a negociação da conta, o que enfraqueceria o banco e reduziria o seu valor. A Caixa e o Banco do Brasil teriam interesse na compra.

A segunda seria uma parceria público-privada para a DESO. (continua domingo)

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