domingo, 21 de agosto de 2016

A ESCOLA SEIXAS DÓRIA



 A ESCOLA SEIXAS DÓRIA
Seixas Dória tinha um projeto ambicioso para a educação quando assumiu o governo em 1963. Chamou, para executar esse projeto, o professor e promotor público Luiz Rabelo Leite. Havia naquele tempo uma vergonhosa coceira que incomodava os brasileiros: o mal estar causado pelas cifras deprimentes, revelando um analfabetismo enorme. Sergipe estava entre os piores índices.  A coceira  do inconformismo se transformou em ações positivas como a aplicação do método  de alfabetização Paulo Freire. Em relação a esse método houve, num tempo de radicalização ideológica, grandes restrições. Ficou visível o viés ideológico embutido no Paulo Freire, mas, a sua eficácia para alcançar uma alfabetização rápida era inegável. Luiz Rabelo juntou esse método ao sistema de educação pelo rádio, uma iniciativa do Bispo Dom Távora, e começou a ser projetada a cifra a ser alcançada em quatro anos com uma redução drástica e virtuosa do analfabetismo. Mas ai veio o golpe de 64. E então, além da condenação ideológica, surgiu o velho preconceito das elites retrógradas que diziam: “Quando esse povo souber ler, vai ficar mais atrevido ainda”.   
Seixas foi preso, Rabelo, e todos os que sonharam em acabar o analfabetismo. Processos arrastaram-se por vários anos, das Auditorias Militares às Varas da Justiça. No caso de muitos dos alfabetizadores, tudo terminou quando o promotor Público Eduardo Cabral Menezes, num corajoso ato, pediu a absolvição de todos.
Seixas não conseguiu realizar o ambicioso projeto. Quando Jackson tornou-se Prefeito de Aracaju, deu um impulso forte à educação, tendo na época, ao seu lado o mesmo secretário de hoje, o professor Jorge Carvalho, com quem, semana passada, entregou a uma comunidade pobre da periferia, a ampla e moderna escola Governador Seixas Dória. Uma homenagem.  Uma demonstração de que a luta continua.

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