domingo, 21 de agosto de 2016

O MAR DOCE QUE VIRA UM RIACHO



O MAR DOCE QUE VIRA UM RIACHO
Getúlio Vargas foi inegavelmente o estadista que debruçou-se sobre os grandes problemas brasileiros, e planejou o desenvolvimento com a visão ampla dos que associam crescimento econômico à redução das desigualdades sociais.  Em 1942 o Ministro da Agricultura de Getúlio, Apolônio Sales, numa conferência feita no sinistro Departamento de Imprensa e Propaganda, o repugnante DIP, traçou as linhas gerais para o que na época se chamava ”colonização” do vale do rio São Francisco, uma idéia montada no sistema cooperativista. Foram esboçados também, os projetos das hidrelétricas de Paulo Afonso e Itaparica. Há  mais de setenta anos  Apolônio Sales já se referia, preocupado, à degradação do São Francisco, apontava as suas causas e preconizava ações para correção do leito , dragagens, inclusive nos afluentes, e preservação ambiental.
É triste constatar que nada disso teve continuidade.  Tudo se perdeu na incompetência ou desinteresse alarmantes que se revelam em empresas como a CODEVASF e a CHESF. Tudo se perdeu quando o nordeste foi castrado após a extinção da SUDENE; tudo se perdeu quando os políticos priorizaram os bolsos e esqueceram-se do nordeste, do Brasil, do povo brasileiro.
Agora o antigo mar de água doce que os índios e os primeiros navegadores tanto reverenciavam se vai transformando num filete de água, um riachinho.
Um exemplo: O governo de Sergipe está lutando para conseguir recursos, e construir em Telha, um canal onde as bombas da DESO poderão, com segurança, captar a água que é levada  até Aracaju.  Já se anuncia que a vazão será reduzida aos 700 metros cúbicos por segundo. Já foi superior a dois milhões.

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