O MAR DOCE QUE VIRA UM RIACHO
Getúlio Vargas foi inegavelmente o estadista que debruçou-se sobre
os grandes problemas brasileiros, e planejou o desenvolvimento com a visão
ampla dos que associam crescimento econômico à redução das desigualdades
sociais. Em 1942 o Ministro da
Agricultura de Getúlio, Apolônio Sales, numa conferência feita no sinistro
Departamento de Imprensa e Propaganda, o repugnante DIP, traçou as linhas
gerais para o que na época se chamava ”colonização” do vale do rio São
Francisco, uma idéia montada no sistema cooperativista. Foram esboçados também,
os projetos das hidrelétricas de Paulo Afonso e Itaparica. Há mais de setenta anos Apolônio Sales já se referia, preocupado, à
degradação do São Francisco, apontava as suas causas e preconizava ações para
correção do leito , dragagens, inclusive nos afluentes, e preservação
ambiental.
É triste constatar que nada disso teve continuidade. Tudo se perdeu na incompetência ou desinteresse
alarmantes que se revelam em empresas como a CODEVASF e a CHESF. Tudo se perdeu
quando o nordeste foi castrado após a extinção da SUDENE; tudo se perdeu quando
os políticos priorizaram os bolsos e esqueceram-se do nordeste, do Brasil, do
povo brasileiro.
Agora o antigo mar de água doce que os índios e os primeiros
navegadores tanto reverenciavam se vai transformando num filete de água, um riachinho.
Um exemplo: O governo de Sergipe está lutando para conseguir
recursos, e construir em Telha, um canal onde as bombas da DESO poderão, com
segurança, captar a água que é levada até Aracaju. Já se anuncia que a vazão será reduzida aos
700 metros cúbicos por segundo. Já foi superior a dois milhões.
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