EDIVAN SAI DA TOCA E
VOLTA À CENA POLÍTICA
Edivan Amorim sumiu por algum tempo da cena
política. Envolvido nos seus negócios mineiros, afastou-se de Sergipe desde que
amargou a derrota e o fracasso do seu
ambicioso projeto de controlar o Estado.
Retorna agora, às vésperas de mais uma eleição, para retomar o caminho
temporariamente interrompido.
Edivan buscou a sombra
reanimadora do deputado André Moura,
agora agindo desenvolto, no ápice do prestigio como líder do
governo na Câmara, posição que alcançou juntando
sua habilidade pessoal à força imensa que ainda tinha o ex-poderoso aliado
Eduardo Cunha.
Cunha faz agora churrascos
de melancólica despedida da mansão oficial onde morava, sem conseguir
compartilhar a sua picanha com um só dos que o acompanhavam na sua aventura com todas as características dos
gangsters de Chicago ou da Camorra napolitana.
Em pouco tempo, Edivan
já demonstrou toda a sua
engenhosidade intervindo diretamente e acelerando as negociações políticas que
andavam um tanto emperradas. Assim, deu
novo alento à candidatura de Valadares Filho .
Fechado o acordo sob as
bênçãos do deputado André Moura, o
deputado pastor Antônio foi feito
candidato a vice, isso, para despertar no deputado federal Adelson
Barreto entusiasmo em apoiar o filho do senador Valadares, com quem ele
desentendeu-se seriamente quando se viu
alijado da disputa pela prefeitura de Aracaju em 2012. Como se recorda, o PSB
lançou o deputado Valadares Filho com o apoio de Déda e Jackson, também do
então prefeito Edvaldo Nogueira, e ele perdeu a eleição para João Alves.
Adelson é nome forte na
periferia de Aracaju, mas em virtude da cassação do deputado Augusto Bezerra,
seu filho já se torna deputado sem precisar esperar pelo sucesso de Valadares
Filho, assim, suas mágoas não serão aplacadas.
Como se observa a teia foi
bem desenhada, mas não impediu a
defecção dos Mittidieri, o filho, deputado federal, e o pai estadual, que deram
o gás inicial à candidatura de Valadares Filho, avisando porém que não
aceitariam uma composição com Edivan Amorim e André Moura.
O senador Valadares sonhava
há algum tempo com essa aliança, Edivan suspirava por ela, e então, finalmente
concretizou-se o desejo.
O senador Valadares pensa no
imediato que é a eleição do filho, e nas repercussões dos resultados deste ano
em 2018, quando ainda pretende candidatar-se à reeleição ou ao governo do
estado.
Edivan Amorim e o seu
sustentáculo de agora, o deputado André Moura, pensam em 2018, mas, dando
absoluta prioridade à eleição em Aracaju, onde esperam matar dois coelhos com
uma só cajadada, e os coelhos que eles miram são, exatamente, João Alves Filho
e Jackson Barreto. João, perdendo agora, estaria praticamente encerrando a longa carreira, o mesmo
acontecendo com a senadora Maria do Carmo. Edivan Amorim, o ex- genro beneficiário de todos os carinhos
e vastas atenções, torna-se o algoz dos
ex-sogros.
Jackson terá mais dois anos
de mandato, e uma derrota em Aracaju não estaria nos seus planos.
Sem João e Jackson pela
frente e com um obediente aliado comandando a Prefeitura da capital, estaria
aberto o caminho para as pretensões ilimitadas, tanto do homem de negócios e
político Edivan Amorim, como do deputado Andre Moura, que veria chegada a hora
de candidatar-se ao governo de Sergipe, cargo que almeja desde que foi prefeito inconformado com as exíguas dimensões
de Pirambu.
Saindo da sua toca mineira e
retornando a Sergipe, o esperto Edivan voltou a farejar os rastros pelos caminhos que levam ao Poder.
Esqueceu-se, talvez, na ânsia pelo esmagamento dos adversários, que o seu candidato Valadares
Filho, correrá o risco indo
eventualmente para um segundo turno, de
enfrentar uma aliança dos outros grupos formada contra ele, que somente terá ao seu lado aqueles políticos elitistas que nunca conseguiram atrair o voto
dos aracajuanos, e nem sabem por onde fica a periferia, território palmilhado,
pisado e repisado pelo governador Jackson Barreto e pela senadora Maria do
Carmo.
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