DO ¨ PROMENADE
DES
ANGLAIS ¨ À FAIXA DE
GAZA
O Promenade des Anglais, ( passeio dos ingleses ) em Nice,
fascinante cidade do sul da França, é um calçadão pioneiro, construído no
começo do século passado por britânicos que ali, no clima ameno mediterâneo,
escapavam do rigoroso inverno das Ilhas.
Quem passeia hoje pelo calçadão famoso e tão agradável, agora absurdamente ensangüentado,nem precisa
saber que do outro lado do Mediterrâneo
fica Israel, também, o que seria a Palestina, projetado país dividido em dois , retalhado
agora e ocupado em parte por Israel. Na Faixa de Gaza espremida entre o mar e o
muro que a separa do território israelense, a maior concentração populacional do mundo,
vivem, humilhados e miseravelmente, mais de um milhão de palestinos. Sobre esse
exíguo território, faz pouco tempo, o poderio militar israelense se fez sentir
durante meses, com toda a sua capacidade
destruidora, despejando ferro e fogo .
As raízes do ódio vêem de muito longe. Não cabe aqui
enumerá-las. Quando um palestino, ou um árabe em geral se explode, quando um israelense
esfaqueia uma criança palestina, quando um louco enfurecido passa o seu
caminhão por cima de tanta gente indefesa e inocente, quando toda a barbárie
chega a um clímax impensável de desumanidade, é preciso buscar as raízes do ódio, enquanto se faz a
inevitável e necessária guerra ao que se chama Estado Islâmico, e que não é só
isso. Mas isso já é outra história.
Enquanto existir uma
Faixa de Gaza, enquanto o cerne do ódio não for removido, e ele começa nas
relações entre Israel e palestinos, ficará difícil vencer o terrorismo, uma
desgraça com a qual o mundo ainda terá de conviver por muito tempo, e que
somente crescerá caso a irracionalidade da direita extremada, continue
produzindo discursos como os daquele perigoso palhaço que se chama Donald Trump.
Com a Faixa de Gaza nas mesmas condições, do outro lado do
velho Mare Nostrum dos romanos, ninguém, no
Promenade des Anglais, poderá ter a
certeza de que fará um passeio pacífico e seguro.
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