JACKSON:
¨ROSALVO EU VOU
TOPAR O DESAFIO ¨
Na inauguração do
Complexo Tecnológico de Sergipe, o governador
Jackson Barreto contou a história da sua
candidatura, dos episódios que antecederam, a decisão final de concorrer à
reeleição.
O Sergiptec é importante para o ingresso de Sergipe no campo
das tecnologias de ponta. Postas à disposição do empresariado tornão moderna e competitiva a
nossa economia. O Sergiptec recebeu o nome do engenheiro agrônomo Rosalvo Alexandre. Ele foi vereador de Aracaju,
militante aguerrido contra o regime autoritário, desafiante da repressão com o
seu megafone pelas ruas de Aracaju. Daí o
apelido Bocão, que poderia
significar também a voz que não se calava. Rosalvo seguiu a maior parte da
carreira política de Jackson, afinava
com ele no mesmo diapasão das idéias generosas de democracia e transformações
sociais. Formatando estratégias políticas para alcançar mais do que o possível, e sempre
norteado por uma visão pragmática, da política e da sociedade, Rosalvo
tornou-se, além de solidário amigo, também um conselheiro, requisitado a
qualquer momento.
Quando se aproximavam
as eleições de 14, Jackson , tendo chegado ao governo em meio ao trauma da
agonia e morte do governador Marcelo Déda , teria, naturalmente, de ser candidato à
reeleição. Candidatura aliás já
antecipadamente lançada pelo próprio Déda, quando ainda tinha esperança de
sobreviver.
Tendo feito uma minuciosa análise da situação financeira do
estado e sobre o evoluir da crise brasileira, Jackson constatou que, se eleito
governador, enfrentaria os tempos mais
turbulentos já vividos por um governante
de Sergipe. Entendeu que a sua missão estaria terminada com a conclusão do
mandato que Déda não completou, e disse aos amigos que não seria candidato. Uma
tarde reuniram -se com ele, entre outros,
Benedito Figueiredo, João Augusto Gama, Carlos Cauê, todos tentando demovê-lo
da idéia de recusar a candidatura. Jackson estava pensativo, e viu quando entrou,
numa cadeira de rodas, um arquejante Rosalvo. Ele ouvira a conversa, e logo
ressurgiu o Bocão. Falou com emoção e concluiu
o discurso escandindo forte e
pausadamente as sílabas: ¨Nossa geração
sonhou em vê-lo governando o Estado, eu não o verei, porque tenho consciência
de que a minha vida está no fim, mas quero partir com a certeza de que o sonho
não morreu ¨.
Jackson indo às lágrimas, respondeu: ¨Bocão meu amigo tenha agora a certeza: eu vou ser
candidato. ¨
As previsões sobre as dificuldades logo
se tornaram confirmadas. Jackson teve
de confrontar-se com o inevitável, o
despencar da receita, a quase desmobilização da PETROBRAS em Sergipe, o agravamento
do desemprego em conseqüência da
alongada recessão.
Apesar das adversidades ele
tem, agora, convicção de que o seu governo não será tragado pela crise.
E para demonstrar que Sergipe resiste e
não perderá a confiança no futuro, aponta para iniciativas como o SERGIPTEC, projeto acalentado por Déda e que ele
empenhou-se em concretizar. O SERGIPTEC gerido pelo engenheiro agrônomo Manoel
Hora, gestor experiente e provado em diversos cargos , vai multiplicar a
geração de novas empresas, em parceria com a UFS a UNIT, incorporará pesquisas
da área acadêmica, para dar partida a um
virtuoso processo de mudança do nosso modelo tradicional de desenvolvimento.
Jackson confirma a vitalidade do seu governo recorrendo à sua agenda no decorrer deste ano e meio de
mandato, onde inaugurações se sucedem, todas as semanas, e há novos projetos em gestação, o que
contribui para que não se agrave mais ainda o desemprego. Nessa agenda ele
sinaliza com instantes em que metas se consolidaram, como a instalação da
indústria de vidros em Estância, do Grupos Gobelin, francês, e do Constancio
Vieira, sergipano, e de tantas outras empresas que venceram o pessimismo e
estão a criar empregos. Na agenda, JB assinala ainda a manutenção dos programas
sociais, a nova visão sobre o semiárido, onde uma Força Tarefa por ele criada
já apresenta resultados reais. Há o
incremento do turismo, a criação de
equipamentos como a Orla de Canindé, que o prefeito Heleno Silva vê como meio para ampliação do fluxo de pessoas no
município, o segundo maior pólo do
estado.
Dois novos grandes
projetos estão em andamento: o Complexo
Termoelétrico da Barra dos Coqueiros e o Parque Eólico em Riachão do Dantas.
Mas o que causou maior entusiasmo ao governador foi o
Plano de Cargos e Salários, para os servidores que penam, sem esperança de
ascensão, desde quando o pedaço de terra baiano passou a ser a Província de
Sergipe Del Rei. O plano, terá vigência
imediata, com benefícios concretos.
À custa de muitos cortes de despesas, de
arranjos financeiros complicados,
conseguiu-se criar a possibilidade de atender à antiga e principal reivindicação do setor mais
sacrificado do funcionalismo, através de negociações com os sindicalistas ,
que consumiram tempo e paciência de Jackson,
do vice Belivaldo Chagas, e do Secretário da Administração João Augusto Gama,
entre outros.
O nome dado ao Complexo
Tecnológico, para Jackson e para todos os que estiveram no
mesmo campo de luta política, além
da homenagem a um companheiro morto, teve o significado maior de demonstrar que
uma geração não sonhou à toa.
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