A POLÍTICA MORREU MESMO ?
Definiu muito bem o ministro
Luiz Roberto Barroso, uma das togas mais respeitadas do STF: ¨ ¨No
Brasil a política morreu.¨ Disse isso numa reunião fechada, que foi gravada, e
a Globo a exibiu no Jornal Nacional. O ministro discorria sobre a situação que
o país atravessa, considerando lamentável o fato de que toda a política é
centralizada no objetivo único: o dinheiro. E disse mais que aquela cena dos
integrantes do PMDB de mãos ao alto comemorando a ruptura com o governo, pelos
personagens em cena, revelava que não
temos mesmo alternativas para uma renovação, não apenas de figurantes, mas,
sobretudo, de métodos e comportamentos.
O que poderíamos dizer no caso de Sergipe, em
relação à morte ou sobrevivência da política? Vinte e dois deputados estaduais estão
na mira da Justiça, dois deles proibidos
até de pisarem na calçada em frente ao prédio do Legislativo. Dois deputados
federais estão também na mesma situação, e
agora , 15 vereadores
de Aracaju são investigados, suspeitos de terem cometido peculato, formação de
quadrilha e lavagem de dinheiro.
Estariam envolvidos em transações
suspeitas com uma empresa e o escritório do advogado e ex-vereador Alcivan
Menezes. A polícia varejou a Câmara de
Vereadores, a residência e o escritório do ex-vereador. Fez isso sem a
espetaculosidade que vem marcando ações semelhantes em outros estados e sob a
supervisão direta do MP através do promotor de Justiça Henrique Cardoso, e o
comando da delegada Daniele Garcia, que
deu à SSP um protagonismo novo e eficiente nas investigações policiais sobre
desvios de recursos públicos.
O prefeito de Aracaju transformou-se em réu no caso da Operação Navalha. Depois de tanto tempo já se imaginava que a Navalha estivesse arquivada. Duas conselheiras do TC
e ex-deputadas também estão sob o crivo
da Justiça.
A política não morreu mas as instituições políticas estão
absolutamente desmoralizadas.
Não se imagine, contudo, que
uma transformação ocorra sendo mantido o mesmo modelo das dezenas de partidos,
de doações, de campanhas tocadas por
marqueteiros, onde sempre prepondera o engodo e ficam ausentes as idéias.
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