sábado, 2 de abril de 2016

A JUIZA LUISLINDA VALOIS E O VEREADOR LUCAS ARIBÉ



A JUIZA LUISLINDA VALOIS E
 O VEREADOR LUCAS ARIBÉ
Nesses dias tensos e desesperançados que  atravessamos, quando se perdem as referencias sobre valores essenciais a uma sociedade civilizada, quando assistimos  o aviltamento da política pela degradação da honra e da dignidade dos que a protagonizam, quando ascendem ao topo da fama personagens duvidosos ou até sinistros, é preciso que busquemos, com a sofreguidão dos inconformados, alguma possível esperança . E então descobrimos que há magníficos exemplos que nos rodeiam, estão bem perto de nós, e se eles existem, não há porque desacreditar numa sociedade, num país, cujo povo, segundo Stefen Zweig, seria uma virtuosa demonstração, nos trópicos, de que era possível resistir aos descaminhos do ódio e da intolerância. E o escritor austríaco dizia isso no país que vivia uma ditadura, e onde os  dois grandes extremismos do século passado haviam se confrontado pelas armas.
Esteve em Aracaju uma senhora de 66 anos que, na palestra proferida, nas entrevistas que concedeu, deixou, a todo instante, a marca da jovialidade que nunca se apaga na voz e no semblante das pessoas, quando elas se apegam à idéias,e a princípios,
 que exaltam a dignidade humana. Assim, do rosto da desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, Luislinda  Valois não desapareceu a expressão da menina de 9 anos que transformou humilhação em altivez. Isso aconteceu quando um professor da escola publica onde ela estudava, lhe disse, com a estupidez característica dos insanos: Se seus pais não podem comprar o material escolar é melhor que você vá para a cozinha dos brancos fazer feijoada para eles. A menina  cresceu, empertigou-se, e respondeu-lhe: Eu não vou sair da escola, não vou deixar de estudar. Vou ser Juiza e um dia virei lhe prender.
Tornou-se juíza, mas, esqueceu-se da prometida prisão. Perdoou o professor, até porque professa e defende a religião  que aqui nos chegou com os escravos vindos da África,  e se tornou forma de resistência, e também espaço para  conviver e ampliar o sentimento de  plena tolerância, com a negação forte de todos os preconceitos, e, ainda mais: a busca da simbiose plena entre o ser humano e a natureza.
 No exemplo de Luislinda Valois, há motivos suficientes para que a esperança não nos abandone.
Chamar alguém portador de deficiência visual de ¨ceguinho ¨, diante do formalismo artificial que acompanha o modo politicamente correto, pode ser interpretado como ofensa passível de punição. Politicamente correto é expressão que nos foi imposta pela mania que temos de imitar hábitos alheios, aquelas coisas de ¨gringos ¨. Por aqui, as expressões ¨ceguinho ¨ ou ¨ceguinha ¨ neguinho¨ ou ¨neguinha¨, ¨escurinho ¨ou ¨escurinha ¨ nunca foram depreciativas, sempre demonstraram uma forma de afeto  contido nas palavras.  Temos aqui em Aracaju um ¨ceguinho¨ que nos orgulha, porque nos dá, entre tantos exemplos de vida, um , que é aquele do qual hoje tanto carecemos: o da política exercida com dignidade, respeito ao povo, compromisso com o eleitor. Por isso é preciso que o vereador Lucas Aribé  supere a tentação de desacreditar da política e não deixe de candidatar-se à reeleição. Com ele vereador, ou  em outros cargos eletivos que conquistará, a política estará sempre valorizada. Vá em frente ¨ceguinho ¨¨ você tem a capacidade, hoje rara, de enxergar sempre qual é o caminho da decência, da responsabilidade pública.

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