sábado, 5 de dezembro de 2015

A ECONOMIA AGONIZANTE E POLÍTICOS BATENDO BOCA

A ECONOMIA AGONIZANTE E
POLÍTICOS BATENDO BOCA
No meio dessa tempestade política, o alvo principal da desaprovação,  e até do ódio popular, a presidente Dilma, é,  talvez,  uma das poucas personagens da nossa elite política  onde não respingou a lama que se derramou avassaladora pela República. E nessa República enlameada, um dos mais ávidos a fuçar no lodo,  é exatamente o chantagista –mor,  Eduardo Cunha,  político abaixo  de todas as suspeitas.  Justamente ele foi quem deu o sinal verde para o início de um processo de impeachment,  providencia constitucional extrema, que, na sua essência, significa  a possibilidade legal de retirar do exercício do mandato  um Chefe de Estado que se tenha comportado de forma  impudica ,  desonesta, tornando-se, por isso, indigno de exercer o cargo.
Não é o caso de Dilma. Ela errou na condução da economia, errou no direcionamento de gastos públicos, errou na política externa, e fez as chamadas  ¨pedaladas fiscais¨, procedimento aliás  adotado por todos os presidentes que a antecederam, e os outros erros,  eles igualmente cometeram. Quem corrige erro de governante é o voto popular. Já a improbidade, o peculato, e tantos outros crimes correlatos e capitulados  no Código Penal, ai , no caso de Chefe de Estado, justifica-se o impeachment , como deixa bem explícito a Constituição brasileira.
O chantagista Eduardo Cunha esperou até o instante final pelo  apoio dos deputados petistas para vencer  a batalha no Conselho de Ética.
A prerrogativa constitucional assegurada ao  presidente da Câmara  de dar inicio ao ritual de julgamento da presidente, foi usada de forma solerte, vingativa e indigna, por Cunha, em benefício próprio.
Cunha foi contraditório,  ou mesmo apenas cínico, quando disse que o inicio do processo era indispensável para que   a presidente  se defendesse ,  enquanto ele mesmo utiliza-se do seu cargo para impedir o funcionamento do Conselho de Ética .
De todo esse panorama ressalta a  evidência de que a vitima desse clima pesado,  onde abundam chantagens, interesses escusos, e muita molecagem, será mesmo o Brasil , e os brasileiros.
A economia agoniza,  a política se torna um instrumento ineficaz para resolver uma crise que diretamente lhe diz respeito, e, menos ainda da outra, a principal , a econômica, que se tornará mais grave, enquanto durar essa ópera- bufa que começa a revelar sinais de tragédia.
Um  alongado impeachment agravará  de forma imprevisível a situação econômica.
A presidente perdeu  a credibilidade por ausência completa de habilidade política, e por insistir em por em prática suas teimosas convicções, sem ouvir, sem dialogar.
O impeachment ,  sendo uma medida controversa, é perigosa nas atuais circunstancias. Já se observa uma reação de entidades respeitáveis, como a CNBB,  a OAB, a FEBRABAN , dos poderosos banqueiros, além da manifestação de vários governadores  e destacados juristas.

 O impeachment levará tempo  , e, enquanto isso, aumentará o desemprego, empresas fecharão as portas, servidores públicos terão seus salários atrasados. O STF poderá ser decisivo neste instante, dando um veredicto sobre o pedido de impeachment, considerando-o válido ou  inepto. No primeiro caso, implorar-se-ia aos políticos que abreviassem o ritual, e não se esquecessem de providenciar, também, o rápido afastamento do desqualificado Eduardo Cunha da presidência da Câmara Federal. 

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