A ECONOMIA AGONIZANTE E
POLÍTICOS BATENDO BOCA
No meio dessa tempestade política, o alvo principal da
desaprovação, e até do ódio popular, a
presidente Dilma, é, talvez, uma das poucas personagens da nossa elite
política onde não respingou a lama que
se derramou avassaladora pela República. E nessa República enlameada, um dos
mais ávidos a fuçar no lodo, é exatamente
o chantagista –mor, Eduardo Cunha, político abaixo de todas as suspeitas. Justamente ele foi quem deu o sinal verde
para o início de um processo de impeachment,
providencia constitucional extrema, que, na sua essência, significa a possibilidade legal de retirar do exercício
do mandato um Chefe de Estado que se
tenha comportado de forma impudica
, desonesta, tornando-se, por isso,
indigno de exercer o cargo.
Não é o caso de Dilma. Ela errou na condução da economia,
errou no direcionamento de gastos públicos, errou na política externa, e fez as
chamadas ¨pedaladas fiscais¨, procedimento
aliás adotado por todos os presidentes
que a antecederam, e os outros erros, eles igualmente cometeram. Quem corrige erro
de governante é o voto popular. Já a improbidade, o peculato, e tantos outros
crimes correlatos e capitulados no
Código Penal, ai , no caso de Chefe de Estado, justifica-se o impeachment , como
deixa bem explícito a Constituição brasileira.
O chantagista Eduardo Cunha esperou até o instante final pelo
apoio dos deputados petistas para
vencer a batalha no Conselho de Ética.
A prerrogativa constitucional assegurada ao presidente da Câmara de dar inicio ao ritual de julgamento da
presidente, foi usada de forma solerte, vingativa e indigna, por Cunha, em
benefício próprio.
Cunha foi contraditório, ou mesmo apenas cínico, quando disse que o
inicio do processo era indispensável para que a presidente
se defendesse , enquanto ele
mesmo utiliza-se do seu cargo para impedir o funcionamento do Conselho de Ética
.
De todo esse panorama ressalta a evidência de que a vitima desse clima
pesado, onde abundam chantagens,
interesses escusos, e muita molecagem, será mesmo o Brasil , e os brasileiros.
A economia agoniza, a
política se torna um instrumento ineficaz para resolver uma crise que
diretamente lhe diz respeito, e, menos ainda da outra, a principal , a
econômica, que se tornará mais grave, enquanto durar essa ópera- bufa que
começa a revelar sinais de tragédia.
Um alongado
impeachment agravará de forma
imprevisível a situação econômica.
A presidente perdeu a
credibilidade por ausência completa de habilidade política, e por insistir em
por em prática suas teimosas convicções, sem ouvir, sem dialogar.
O impeachment , sendo
uma medida controversa, é perigosa nas atuais circunstancias. Já se observa uma
reação de entidades respeitáveis, como a CNBB, a OAB, a FEBRABAN , dos poderosos banqueiros,
além da manifestação de vários governadores e destacados juristas.
O impeachment levará
tempo , e, enquanto isso, aumentará o
desemprego, empresas fecharão as portas, servidores públicos terão seus
salários atrasados. O STF poderá ser decisivo neste instante, dando um veredicto
sobre o pedido de impeachment, considerando-o válido ou inepto. No primeiro caso, implorar-se-ia aos
políticos que abreviassem o ritual, e não se esquecessem de providenciar,
também, o rápido afastamento do desqualificado Eduardo Cunha da presidência da
Câmara Federal.
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