UMA BUROCRACIA QUE
ESMAGA O CONTRIBUINTE
Não basta aquele excesso
estúpido de papeis a preencher, de exigências a cumprir, de impostos
inimagináveis, e taxas inexplicável a pagar. Não bastasse tudo isso, o
sacrificado contribuinte brasileiro ainda tem de passar pelo
martirizante ritual de chegar às repartições, percorrer os seus
diversos departamentos, aos quais é mandado como se todo aquele aparato não
passasse de um joguete qualquer, sem nenhum compromisso com a eficiência. O
infeliz fica sujeito ainda a ouvir: ¨O sistema está fora do ar ¨. Sem nem
sequer um simples e educado pedido de desculpas, ou o que deveria ser uma
indispensável justificativa sobre o incidente. Os chefes, esses, são
inacessíveis, os subalternos, quase todos, ficam ocultos por trás da barreira
do ¨agendamento ¨, que terá de ser feito virtual, via internet. Os
prazos são invariavelmente dilatados. Pede-se um agendamento num dia, com
a esperança de tê-lo fixado para os próximos meses, em alguns casos.
Na receita fiscal a emissão de
uma simples certidão sem a qual o sofrido contribuinte poderá falir, costuma
levar tempo, e as regras são draconianas. Trata-se, via de regra, o
contribuinte como se ele fosse um transgressor, um sonegador contra o qual
terão de ser adotadas todas as providências saneadoras.
O retrato da burocracia
brasileira é este, sem retoques ou atavios para disfarçá-lo. No dia em
que o numero de contribuintes for sendo reduzido, tragado pela crise que
se junta à burocracia burra, talvez fiquem plenamente satisfeitos
todos os mantenedores dessa rede absurda de descasos, imprevisões e
incompetência acumulados. Mas ai a satisfação logo acabará, quando descobrirem
os burocratas e a rede míope à qual pertencem, que não mais irão receber
os seus salários, porque os contribuintes acabaram por sucumbir ao peso
de tantos sacrifícios aos quais são historicamente submetidos, neste país
tão apegado aos ritos da ineficácia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário