sábado, 28 de novembro de 2015

A SECA EXTREMA QUE NOS AMEAÇA



 A SECA EXTREMA
QUE NOS AMEAÇA
No II Workshoping Sobre Água no Semiárido realizado semana passada em Campina Grande ( PB ) , especialistas em meteorologia, fizeram uma previsão que é quase catastrófica  para o nordeste,  no quinto ano de estiagem. Estamos a depender dos humores do El Niño, aquele fenômeno que ocorre nas águas do Pacífico que aquecem ou esfriam, determinando o evoluir dos eventos climáticos em grande parte do mundo. Do outro lado, no meio do Atlântico, seguindo a zona de convergência intertropical, mais ou menos ao longo da linha do Equador,  as correntes estão frias, e assim, fica reduzida a evaporação, e cai pouca ou nenhuma chuva no nordeste, enquanto, do outro lado, nos desertos africanos, desabam aguaceiros.  Agora,  neste 2016 que já nos bate à porta , tudo conduz a uma previsão pessimista. Mais uma vez nos faltarão as chuvas. Sergipe é o estado nordestino com menor área territorial incluída no semiárido. E perto temos o São Francisco. Assim, aqui os problemas são menos graves. Não haverá um colapso total no abastecimento, como já se prenuncia para quase todo o estado do Ceará, do Rio Grande do Norte, de grande parte da Paraíba e de Pernambuco. Aracaju tem o melhor sistema de suprimento hídrico do nordeste. Há a adutora do São Francisco, construída no governo    de  Augusto Franco, há uma rede de adutoras construídas ao longo de todos os governos, ou seja, houve continuidade de ações, iniciadas no governo de Lourival e seqüenciadas nos governos de Paulo Barreto, Jose Leite, João Alves,  Valadares, Albano Franco e Marcelo Déda .  Jackson Barreto inaugurou a barragem do Poxim, e inicia um programa de perfuração de poços e dessalinização de água  dos lençóis freáticos. É preciso agora sistematizar esse processo que deve obedecer a rigorosos procedimentos técnicos e ambientais, principalmente no caso dos dessalinizadores.
No Ceará que é o estado com maior capacidade de armazenamento de água, nas centenas de açudes lá existentes ( é o maior espelho de água doce artificial do mundo ) só restam 2 bilhões de metros cúbicos de água daqueles   18 bilhões que o estado tem capacidade de armazenar, e do que resta, um bilhão  de metros cúbicos estão concentrados no açude  Castanhão, o último construído, que leva água para Fortaleza. Na Paraíba 26 municípios estão sem uma gota de água. Lá, as prefeituras não se responsabilizam pelo abastecimento. Aqui em Sergipe as prefeituras do semiárido participam, e Canindé faz quase todo o trabalho, com 26 caminhões em operação dia e noite levando água para as pessoas e também para os rebanhos. Mas o pagamento vai atrasar por conta da queda de receita, e o Estado e a União terão de vir em socorro.
Cidades  de porte médio em Pernambuco, na Paraíba , no Rio Grande do Norte e Ceará, poderão ficar sem água no próximo ano. É um quadro desolador. Mas o que fazer?
Temos sido descuidados, ineficientes. No começo do século passado um brasileiro previdente, Arrojado Lisboa, já dizia: É preciso guardar a água na abundancia para usá-la na escassez ¨.

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