sábado, 5 de setembro de 2015

UM PÉ DE MACONHA NO JARDIM (2)

UM PÉ DE MACONHA NO JARDIM (2)
No capitulo inicial dessa série de artigos, que  aliás será curta, falamos sobre o professor que plantou em sua casa dois pés de maconha,  e dos dissabores que lhe advieram por causa desse cultivo.  No artigo anterior já deveríamos ter deixando bem claro que não se faz aqui apologia à maconha, ou a qualquer tipo de droga, até porque, nos parece coisa de extremo mau gosto aspirar qualquer tipo de fumaça, sempre fedorenta, ou  uma mistura de pó onde vidro e mármore não estão ausentes.
Mas há inúmeros aspectos a considerar, antes que se admita a repressão pura e simples ,  a criminalização do usuário, como  fórmulas eficientes de combate às drogas. Isso, enquanto chovem evidencias de que a ¨ guerra ao tráfico ¨ há muito tempo já foi perdida.  
Agora, chega a informação de que houve no Brasil a proibição do uso medicinal da substancia canabiol, um sub-produto  da maconha,  que importamos dos Estados Unidos. Aqui, o canabiol somente poderá ser usado para tratamento da epilepsia.
Pois é, enquanto no Brasil a policia anda correndo atrás de maconheiros e destruindo plantações, nos Estados Unidos, na Europa, na China, no Japão, cientistas estão nos seus laboratórios pesquisando as propriedades da canabis.  Vão patentear os remédios descobertos, e nós aqui, por preconceito , desinformação e ignorância, iremos pagar muito caro pelo que  já deveríamos ter descoberto e oferecido ao mundo, faturando em dólares e euros. Por coisas assim, nos apequenamos, deixando  de enxergar longe, enfurnados nas miudezas de quem mistura alhos com bugalhos, e disso extrai um discurso pretensamente moralista, que se aplica  tanto ao que se faz na cama, como a quem queira apertar um baseado.
Nasceram, na escravatura,  algumas ojerizas  ou idiossincrasias que carregamos até hoje.
 A diamba, a ¨ erva maldita ¨ que o negro trouxera da África, o  transformaria numa fera violenta, capaz de cometer crueldades, de roubar, e também rebelar a senzala.
Da mesma forma, a manga ou a jaca, se   comidas   quentes do sol, ou durante a noite acompanhadas de alguns goles de água,  ¨ davam congestão ¨ matavam.

Os donos de terras e de almas cativas,  queriam, assim, evitar que os negros, fumando maconha, se tornassem preguiçosos, e que as suas suculentas e exóticas frutas, apenas por eles mesmos fossem consumidas.

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