UM PÉ DE MACONHA NO JARDIM ( 1 )
Um professor, pessoa conceituada, cidadão corretíssimo, era usuário
da canabis. Plantou no seu jardim um pé
da erva. Dela retirava as folhas que punha
a secar e depois usava no seu
¨baseado ¨. Das sementes, que têm inegáveis propriedades curativas, ele fazia
um chá que sua mãe idosa tomava,
diariamente, para controlar a pressão arterial elevada.
A
policia foi ao jardim do
professor, flagrou o delito tipificado no Código Penal, e ele desde então é réu, enquanto agravaram-se os
problemas da pressão arterial da sua mãe. O professor continua fumando seus baseados
, agora, tendo o constrangimento de ir
comprar a maconha nas bocas de fumo dos traficantes.
Se o professor tivesse em sua residência uma bem sortida
adega com vários tipos de bebidas alcoólicas, isso até lhe valeria como demonstração de finesse e distinção
social.
Garrafinhas
miúdas da cachaça Pedra Noventa, que custam apenas um real, uísque, vodka, são vendidos massivamente nas
baladas, nas margens das estradas, para consumidores que depois sairão
dirigindo carros, motos, matando e morrendo pelos caminhos.
Alcoolizados, matam e morrem aos milhares, ampliando-se, a
cada ano, as cifras fatídicas. A mídia, em
qualquer horário, livremente, faz
apologia ao álcool. Há musicas
incentivando as pessoas a beberem até cair. E tudo isso é absolutamente normal,
e legal. Já um pé de maconha no jardim, é delito grave, e quem o cultiva torna-se traficante.
Para alguns, falar em descriminalizar o uso da maconha soa como se fosse um crime hediondo.
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