OS
AMORINS, DO PROINVESTE À CARNALITA
Os
Amorins, quando se fala neles, o principal mesmo é sempre o homem de negócios
Edivan. O senador parece uma espécie de andróide
que apenas consegue recitar um predeterminado script. Os Amorins,
como todos lembram, empenharam-se para inviabilizar o chamado PROINVESTE.
Aquele empréstimo pelo qual Déda tanto batalhou, e nessa luta final abreviou o
seu tempo de vida. A Assembléia, essa mesma onde agora revela- se toda a
dimensão das peripécias da hoje Conselheira Angélica e seus associados, naquela
época, a serviço dos Amorins, somente autorizou o empréstimo depois
que os apelos dramáticos de Déda nos dias finais de vida começaram a criar na
sociedade um sentimento de repulsa à atitude dos deputados, principalmente à
presidente Angélica, que trancou na sua gaveta o projeto. O que desejavam os
Amorins: inviabilizar o governo e tirar disso vantagens eleitorais. Política não
é exatamente isso, política não pode ser a prevalência do interesse pessoal
sobre o coletivo. Mas vá convencer disso quem tem a ambição de chegar ao poder
ainda que seja pisando sobre escombros.
Agora,
surge o senador dando a noticia de que a Vale desistiu do
Projeto Carnalita. E ninguém esqueceu ainda da sabotagem,
montada exatamente pelo grupo dos Amorins, para retardar o Projeto Carnalita.
Finalmente, o senador fez agora o que mais almejava: tornou-se
porta –voz não autorizado da notícia do cancelamento e também de
criticas que o presidente da Vale, Murilo Ferreira, teria feito ao governador
Jackson Barreto, acusando-o de omisso. Não houve esse tipo de afirmação, e
assim o senador mentiu.
Na
verdade o Projeto Carnalita há muito tempo já havia saído das prioridades da
Vale. Com a queda dos preços internacionais do minério de ferro a empresa tem
amargado uma redução no faturamento, agravada pela vertiginosa
desvalorização dos seus papeis na Bolsa.
Além
de tudo, há o custo Brasil, que torna mais atraente importar o potássio do
Canadá, onde a Vale tem minas, do que comprar o produto nacional.
Há,
todavia, algo de pertinente no que deve ter dito o presidente da Vale ao
senador, que é o caso das questões tributárias em Sergipe, afetando a
produção e a comercialização dos fertilizantes. É assunto que deve ser tratado
com urgência, porque já existem empresários falando em paralisar ou transferir
suas indústrias. A própria Vale tem visto crescer aqui os seus estoques. Essa é
uma pauta que se torna extremamente delicada numa fase em que as
receitas despencam, e o governo faz acrobacias para pagar a folha de pessoal.
Vivemos uma crise que não é apenas um ¨ período de transição ¨ como disse
a presidente Dilma. O povo brasileiro deve preparar-se para escutar
uma enxurrada de más notícias. E sem perder a confiança neste país, que é
sempre maior do que o buraco onde querem jogá-lo. O que não precisamos é das
hienas e abutres que, para sobreviver, necessitam da putrefação dos organismos.
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