segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A REINVENÇÃO DE SERGIPE

A REINVENÇÃO DE SERGIPE
Sergipe precisa agora ser reinventado. O que teria acontecido assim,  grave,  traumático, a ponto de exigir-se uma radical mudança de rota? Seria, essa reinvenção, o resultado da descoberta de que estaria equivocado o rumo que demos à nossa História e, assim, teriam fracassado os que a fizeram  ?
Não é nada disso, o que precisamos é refazer um modelo de desenvolvimento.  Foi abruptamente puxado dos nossos pés,  em mais um dos desatinos da petroleira   aquele tapete de esperança, otimismo e convicções, sobre o qual temos caminhado  desde  1963,  quando , essa mesma PETROBRAS,   que hoje nos afronta e despreza,  o colocou à nossa frente.  Era o roteiro novo a ser seguido para a transição mais rápida entre o carro de bois e a modernidade. Isso aconteceu, exatamente, enquanto jorrava o petróleo no  poço pioneiro de Carmópolis.  Ali, se fez a festa de reafirmação da capacidade do povo brasileiro. Depois, em 1968, aquele tapete tornava-se, mais ainda, o caminho para o futuro.  Brilhou, no mar, quase clareando a noite de Aracaju, o fogaréu  sobre  a primeira plataforma marítima  indicando a descoberta de óleo e gás.
Naquele tempo, mesmo sob uma ditadura, travava-se o grande debate sobre os rumos do nosso desenvolvimento.
Desenhou-se, então, o modelo virtuoso  que deveríamos seguir para instalar em Sergipe um pólo industrial com características únicas no mundo. E nisso não vai nenhum exagero.
Esse modelo era representado por um círculo com 30 quilômetros de raio tendo como centro   Aracaju.  Dentro desse círculo, num capricho excepcional da natureza, havia jazidas de petróleo e gás em terra e no mar, sais minerais, potássicos,  sódicos e magnesianos, e mais uma imensidão de calcário . E a coisa foi dando certo. A PETROBRAS ampliou suas atividades, instalou a planta de gás natural, os gasodutos e oleodutos,  o terminal. Depois, surgiriam a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, a FAFEN, o Projeto Potássio, e criou-se uma imensa cadeia produtiva. Entre Socorro e Rosário do Catete ao longo da rodovia BR-101, surgiu o pólo de fertilizantes. Nos massapês da Cotinguiba instalou-se um pólo cimenteiro.  Depois, o raio do circulo virtuoso precisaria ser  ampliado.  Foram localizadas imensas jazidas de gás e petróleo a 80 quilômetros da costa. Estaríamos, em breve, entre os quatro maiores produtores de petróleo e gás do país, com todas as possibilidades que essa condição sugere. Mas a PETROBRAS nos  abandonou.
 O modelo sergipano de desenvolvimento  agora desmorona. A PETROBRAS, unilateralmente, sem nenhuma atenção a Sergipe, anunciou o cancelamento das suas atividades em águas profundas do mar sergipano. Em Brasília na reunião dos governadores Jackson levou a Dilma o seu protesto. E está aguardando uma resposta. Depois, decidirá o que fazer.
  Em setembro realiza-se o leilão de áreas onde existem  jazidas de óleo e gás. As de Sergipe seriam as mais atrativas. É preciso agora partir para a conquista de investimentos externos, para que cheguem, aqui, petroleiras de todo o mundo,  comecem a  trabalhar, e acendam uma luz no fundo desse túnel pesado de decepção no qual nos jogou a PETROBRAS.

Como a PETROBRAS estava no centro de todas as nossas formulações de projetos a médio e longo prazos, e agora  esfarinhou-se, precisamos  reinventar um Sergipe com os minérios que temos, e  sem a presença  da estatal.   Agora,  também, sem o  protagonismo  da Vale. Mas essa já é outra estória.

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