sábado, 15 de agosto de 2015

AOS 87 DELFIM REFÚGIO DA LUCIDEZ

AOS  87 DELFIM
REFÚGIO DA LUCIDEZ
 Uma das melhores coisas acontecidas na televisão brasileira  tão  pobre de inteligência e lucidez , foi o surgimento do programa Diálogos, capitaneado por Mário  Sérgio Conti.
  Conti  retira a televisão brasileira do poço de obscurantismo cavado pela apoteose vaidosa  de burrices daqueles  comentários  de gente tal e qual um Merval Pereira,  arauto da insensatez raivosa.
Semana passada  foi   a vez do ex-ministro Delfim Neto o homem que  conduziu a economia brasileira no período autoritário. Conti pergunta: ¨O senhor, nesta idade,   ainda  se considera otimista ?  Delfim responde: ¨Quem, como eu, chegou aos 87 anos se for pessimista é um idiota ¨.
Delfim sempre foi conhecido por frases assim espirituosas, mas a sua carreira é o resultado de muita competência  para dar forma ao que é fluido e inconsistente, ou fazer ao contrario. Ou seja,  é um grande economista. Os seus diagnósticos: A crise não tem nada de conjuntural, ela é estrutural, agravada, agora. pelo sumiço de algo indispensável: a confiança.
A desindustrialização  segundo ele surgiu bem antes,   quando se começou a valorizar e real para combater a inflação,  e o manufaturado nacional perdeu competitividade,  os importados nos invadiram.
Acreditou-se na capacidade de crescimento permanente do mercado interno criando consumidores com crédito fácil e transferência de renda,   e nas desonerações seletivas para manter o nível de emprego. Isso acabou.
E o pior de tudo: a crença malsinada de que a receita continuaria superando a despesa com o crescimento da economia, e corrigindo-se déficits  botando nas costas do empresário uma carga tributária que quase duplicou em 20 anos .
Delfim enxerga na agricultura o modelo de produtividade e modernização, que a indústria não conseguiu construir e atribuiu à EMBRAPA os méritos pela criação de tecnologias que transformaram o cerrado  num vigoroso celeiro mundial.
 Delfim   não crê na possibilidade de um impeachment da presidente Dilma, por não haver  prova provada daquilo que a Constituição estabelece como motivo para o afastamento,   também, por ser quase impossível que se alcance, no Congresso, a maioria exigida .
Delfim entende que o essencial  é reconstruir a confiança que a própria Dilma permitiu que se esvaísse. 
 Delfim exemplificou como a ausência de confiança retroalimenta a crise.

 As pessoas com medo de perderem o emprego, economizam, deixam de consumir o que não seja absolutamente necessário; as empresas procuram reduzir seus estoques, cortam despesas, demitem; os bancos, por sua vez, fecham as torneiras do crédito, aumentam os juros. Todos procuram a liquidez e, quando ficam  líquidos, então, afogam-se todos.

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