COMO ATRAIR INVESTIMENTOS
SEM CONCEDER INCENTIVOS FISCAIS ( 3 e último)
A legislação estadual sobre incentivos fiscais necessita de ajustes, sobretudo no que concerne ao
acompanhamento dos projetos desde a analise
até a implantação. Há casos onde se pode detectar, facilmente, o descompasso entre o objetivo
anunciado e o que na realidade foi feito. Isso acontece, muito nas metas traçadas para geração de empregos, tantas
vezes superdimensionadas. São casos que exigem acuradas análises, e no desenrolar do projeto
uma fiscalização mais atuante para assegurar a contrapartida da empresa em face da renuncia fiscal.
Quando Celso Furtado
idealizou a SUDENE, veículo das grandes
transformações econômicas e sociais da região, iniciadas no fim da década dos cinqüenta, fez,
do mecanismo dos incentivos fiscais o grande instrumento para a reduzir
o gap entre as regiões nordeste e centro-sul . Foi o tempo da industrialização, dos
investimentos na modernização da agricultura substituindo o anacronismo das
usinas de açúcar decadentes , da
pecuária com baixíssima produtividade. Todos os Distritos Industriais que foram
surgindo no nordeste, o de Aracaju entre os primeiros, não seriam pólos
dinâmicos de desenvolvimento sem os incentivos fiscais.
O economista Jacó Charcot Pereira Rios, sergipano de Poço
Redondo, foi um daqueles quase fundadores da SUDENE. Com visão clara a respeito
do papel essencial do estado como propulsor do desenvolvimento, reforçada em
curso de doutorado no Chile, sede da modernizadora CEPAL, Jacó é um defensor dos incentivos fiscais. Secretário do Planejamento durante o governo
de Paulo Barreto, ele participou da
montagem e atualização do sistema sergipano de incentivos fiscais. Ele admite
que o modelo deve ajustar-se
ao longo do tempo, mas, suprimi-lo, seria condenar Sergipe a um devastador
processo de desinvestimento, com todas as conseqüências desastrosas que
adviriam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário