A CONJUNTURA EXIGE UMA
RECICLAGEM DA ESQUERDA
No mundo da virtualidade em que vivemos, quando as idéias de
bilhões de pessoas interagem em rede global, é impossível manter a virgindade das
ideologias diante do estupro inevitável do convívio com a multiplicidade de
comportamentos.
O tempo do fascínio e da prevalência das ideologias passou na
janela e só a esquerda e a extrema
direita não viram. Sendo extremismo de direita que se confunde
com o fascismo uma insanidade, melhor
tratar apenas da insensibilidade que vai levando a esquerda a um gueto ou a um
beco sem saída.
Tem gente de esquerda
lúcida há bem pouco tempo, atribuindo agora ao
¨imperialismo ¨ e à ¨privatização ¨ a culpa pelo assalto aos cofres do Estado em
geral e aos da Petrobrás em particular.
Tomam-se argumentos envelhecidos e absolutamente impróprios
diante das circunstancias para justificarem um calamitoso erro, e ao mesmo
tempo, defenderem teses ideológicas que
caducaram.
As ideologias para não se transformarem numa camisa de força
aplicada ao pensamento, deveriam ser submetidas a uma cláusula pétrea: terão de
se reciclar no espaço de uma ou duas gerações.
Assim, dariam
liberdade para o livre pensar.
Há professores que se definem como ¨ de esquerda ¨ que, orientando cursos de mestrado ou doutorado
exigem que o aluno interprete a realidade do mundo através do modelo marxista-
leninista.
Estariam querendo reviver a União Soviética, onde a
Universidade servia para experimentos bizarros, como o de enquadrar a História,
a economia, a biologia, a física, até a matemática, mos parâmetros do materialismo
dialético.
Entre uma espécie de pragmatismo que a desfigura e a
necessidade de preservar idéias e propósitos contidos nas motivações generosas
que a inspiraram, a esquerda, e não só a terceiro-mundista, estaria agora diante de um desafio que
consiste em se aperceber da realidade mundial
e saber interpretá-la para além das ¨ certezas
¨ contidas nos manuais que
restaram de séculos pretéritos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário