domingo, 3 de agosto de 2014

UM PASSEIO PELOS ¨LARANJAIS ¨ DE EDIVAN AMORIM



UM PASSEIO PELOS  ¨LARANJAIS ¨  DE EDIVAN AMORIM
Quem for a Itabaiana e percorrer toda a extensão da Avenida Eduardo Paixão Rocha, deveria encontrar, no número 1837 , a imponente fachada de uma grande empresa: a SISAN AGROPECUÁRIA E TERRAPLENAGEM. Imponente, sem duvidas,  porque aquela empresa com sede em Itabaiana,  fez, em 2012,  um empréstimo na agencia do Banco do Nordeste em Janaúba, Minas Gerais, no valor de  CINQUENTA E CINCO MILHÕES E SETECENTOS E  TRINTA E SETE MIL REAIS. Não é qualquer empresinha que consegue captar um empréstimo desse porte. Mas, surpresa. E que surpresa. O número 1837 não existe,  muito menos a empresa. Em Itabaiana nunca se ouviu falar da SISAN. A avenida Eduardo Paixão Rocha é, na verdade, a denominação dada a um  trecho da BR – 235, na saída  em direção ao entroncamento de Ribeirópolis.  São sócios da CISAN os senhores  AJON FERREIRA CAVALCANTI, com 10 % e ELEMENCAU ALMEIDA, que controla 90 %. São procuradores os senhores  JOSE HUNALDO SANTOS DA MOTTA e  MAURELIO SANTOS PEREIRA.
Uma surpresa ainda maior: Os CINQUENTA E CINCO MILHÕES SETECENTOS E TRINTA E SETE MIL REAIS tomados em 2012 deveriam  ter ser quitados em  2013, mas, isso não aconteceu. Houve uma renegociação ,  e, pelos novos termos do contrato,  a primeira parcela vencerá em 2015, e daí, em parcelas , até o ano da graça de 2024. Ou    seja um empréstimo contratado para vencer em um ano,  foi,  no ato da inadimplência,  parcelado ao longo de dez anos.
O prazo inicial de um ano para o vencimento, seria  porque os  CINQUENTA E CINCO MILHÕES E SETECENTOS E TRINTA E SETE REAIS, foram destinados à compra de reses para terminação, ou seja,  para engorda em confinamento, o que se faz em menos de um ano , possibilitando o retorno rápido do capital e a amortização da dívida.    Qual o empresário, qual o político sergipano a quem Edivan  não contou, entusiasmado, as maravilhas do seu sistema de confinamento moderníssimo, controlado por computadores  que lhe permitiam acompanhar dia a dia,  a conversão exata em carne, da ração consumida ?  Esse monitoramento permanente e eficaz dos custos, e da qualidade genética dos rebanhos,  dizia, um vaidoso e exibicionista Edivan, lhe assegurava lucros extraordinários.  Não foram poucos os políticos, os chefetes políticos, destacadas autoridades, levados por Edivan em aviões,  para longas conversas ao pé do fogo na sua cinematográfica fazenda de Janaúba       às margens do rio Doce, no norte mineiro.
De repente o homem de tantos negócios faz na Justiça Eleitoral, pretendendo candidatar-se a deputado  uma declaração de bens de  ínfimos NOVENTA E UM MIL REAIS, e fica-se sabendo que nenhum dos bens  dos quais usufrui, de fato lhe pertencem.
Qual a razão real desse gigantesco  ¨alaranjamento ¨  de fazendas, emissoras de rádio, apartamentos, veículos , terrenos, dinheiro em espécie ?
E ai  surgem as inevitáveis perguntas.
Do que se estaria escondendo Edivan Amorim?
Como foi obtido esse empréstimo ?  Como foi feita uma renegociação assim,  tão ¨coração de mãe¨  para quem teria engordado bois, os revendido,  e , por conseguinte, em condições de cumprir as condições iniciais contratadas?
Como se concedeu prazo tão alargado para pagamento, quando se sabe que o BNB anda a executar propriedades de infelizes  pequenos agropecuaristas que tomaram cinqüenta  cem mil reais ?
Na verdade não houve um empréstimo. Aconteceu exatamente uma mega negociata  à semelhança daquela realizada há  quase vinte anos pelo  ainda iniciante Edivan Amorim, no célebre caso do BANESTADO, no Paraná, episódio onde não teria faltado também um suicídio.
Edivan sempre alardeou a influencia política que já teria ampliado de Sergipe a Minas, e na sua agenda de apoios eleitorais constavam deputados, prefeitos, muita gente  poderosa. Chegou a receber  a mais alta comenda do Legislativo mineiro.  Para um empréstimo desse tipo e em condições tão  especialíssimas,  e fugindo ao padrão das exigências de um banco como o BNB, sem duvidas essas influências se transformaram num rendoso negócio de compadres.
Não há como o BNB deixar de realizar uma auditoria, para  saber exatamente como se processou o empréstimo,  sem dúvidas danoso para aquela instituição financeira. 
O caso, caracterizado claramente como uma fraude gigantesca,  deve ser objeto de exames pelo Banco Central, e de ações deflagradas pelo Ministério   Público Federal, pela Controladoria Geral da República,  com o acionamento da Policia Federal pelo Ministério da Justiça,.
 Um pequeno empresário que súa, luta, paga suas obrigações em dia,  tenta,  tantas vezes sem sucesso,   conseguir um pequeno  financiamento num banco estatal , no BNB por exemplo,  e, quando o consegue, é obrigado, sob pena de execução judicial, a quitá-lo no prazo determinado, nunca ganhando o prêmio de 10 anos para saldar a dívida.  Já o totalmente  ¨alaranjado¨  Edivan Amorim, deita e rola, transforma-se em magnata e líder político.   Agora, certamente, tem guardados os  CINQUENTA E CINCO MILHÕES E  SETECENTOS E TRINTA E SETE MIL REAIS, que deixou de pagar ao BNB, e com ele cobrirá os gastos imensos  do projeto que lidera para a conquista do poder, e, pela sua lógica insaciável de ambições pessoais, também  fazer de Sergipe a parte mais importante do seu imenso ¨laranjal ¨.     
  Isso é justo, isso é moralmente aceitável, isso  faz do Brasil um  país de oportunidades iguais para todos?
Seria então, o próprio governo federal  através do Banco do Nordeste, conivente com a negociata,  com a contaminação da política pelo poder econômico conseguido através do assalto aos cofres públicos?
Apenas um adendo:  As Fazendas SISAN receberam  seis autuações da Secretaria da Fazenda do Estado de Mina Gerais,  conforme  Ata da 6.699ª  da 1 ª  Câmara do Conselho de  Contribuintes realizada em 28 de janeiro de 2014.

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