FALTA ALGUEM EM NURENBERG
O jornalista David Nasser, uma máquina
demolidora, escreveu certa vez na
revista O Cruzeiro, então a mais importante do país, um artigo intitulado ,
Falta Alguém em Nurenberg. O Cruzeiro tinha nos anos 50, quando o país apenas
chegava aos 50 milhões de habitantes, uma tiragem superior a 500 mil
exemplares. O alvo do artigo era Felinto Muller, homem poderoso na ditadura de
Vargas, furibundo Chefe de Polícia, fervoroso admirador do nazismo, responsável
direto pela entrega aos alemães de Olga
Benário Prestes, mulher do líder comunista Luiz Carlos Prestes. Olga estava
grávida, morreu vitima de terríveis maus tratos num dos campos de concentração de
Hitler. Se dependesse de Felinto Muller os judeus brasileiros também teriam
tido o mesmo destino de Olga. Como se sabe o Tribunal de Nurenberg formado por juízes e promotores das
quatro potencias principais que
enfrentaram a Alemanha, União Soviética, Estados Unidos, Inglaterra e França, julgou e condenou criminosos de guerra
nazistas que cometeram atrocidades, entre elas, genocídio, o extermínio programado de
populações, e da raça judia. A maioria
dos criminosos terminou pendurada na
forca . Mas Felinto Muller nunca foi condenado,
pelo contrário, tornou-se figura muito poderosa,
depois do golpe de 64, elegeu-se senador pelo Mato Grosso, e morreu em
1974 no acidente com um Boeing da VARIG que caiu nas proximidades do aeroporto
de Orly em Paris.
Infelizmente, Tribunais como o de Nurenberg,
só acontecem uma vez na História. Não fosse assim, até teríamos a esperança de
que um outro Nurenberg condenasse os criminosos de guerra
do Estado de Israel, que cometem a cruel
desumanidade de oprimir um povo, de negar-se a atender as leis internacionais,
e agora parecem dispostos a exterminar os palestinos, como se fossem ratos, apodrecendo no imenso esgoto a céu aberto, de
cadáveres insepultos, de ruínas, de dor e fome em que transformaram a Faixa de
Gaza, onde vivem mais de três milhões de seres humanos..
Sempre faltará alguém em
Nurenberg.....
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