domingo, 3 de agosto de 2014

UM AEROPORTO PARA O TITIO




UM AEROPORTO PARA O  TITIO
Não se pode dizer que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves tenha, nos seus dois governos  sido indiferente aos interesses da sua família., entre as mineiras mais tradicionais. Assim, apesar de jovem e definir-se como modernizante,   livre dos vícios que sempre contaminaram a política brasileira, aquela confusão  propositalmente feita entre o público e o privado, o jovem Aécio não escapou à tentação de dar um presentinho à família com recursos dos cofres mineiros. E não foi exatamente um presentinho, aquele, oferecido por ele a um tio que tanto lhe merece. E tantos merecimentos tem que ganhou um belo  aeroporto na sua fazenda, na miúda cidade de Cláudio. Custou a obra 14 milhões de reais, e o aeroporto é também usado com freqüência pelo ex-governador quando vai à sua fazenda que fica a menos de dez quilômetros de distancia. Tudo mesmo entre família. Ou seja,  ele beneficiou o tio e também a ele mesmo. Claro,  a área usada para o aeroporto foi desapropriada, mas ai também revelou-se  o amor do sobrinho pelo titio que enfrentava um processo de execução, e com o dinheiro da desapropriação conseguiu liquidar a divida. Em sua defesa, um tanto trêmulo, Aécio alegou que durante o seu governo construiu mais de trinta aeródromos no estado. Ai mentiu, e como se sabe ao homem público mentiras assim podem ser fatais, pelo menos em países onde os políticos se sentem obrigados a dizer a verdade. Aécio construiu apenas 6 aeródromos, e um deles, o maior de todos, justamente o  que beneficiou a fazenda do titio e  a outra ,a bem próxima, da sua família. E Aécio esqueceu-se de fazer o que seria indispensável:  Uma solicitação à ANAC para autorizar o funcionamento do aeroporto. Dessa forma, o  seu uso ficou  sendo clandestino e quase exclusivamente para o próprio Aécio.  As chaves da cancela dando acesso à pista ficavam com o titio.  O jovem se diz moderno,  mas, como se vê, não despreza  os privilégios do  baronato  da República, inclusive  aquele, o mais perigoso de todos, o de imaginar que  o baronato pode desfrutar , sem ser incomodado, das vantagens da clandestinidade.

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