SERGIPE E A COMPETITIVIDADE
Na mesma semana em que foram definidos dois mega investimentos para Sergipe, o
Projeto Carnalita, ( mais de quatro bilhões de dólares) e uma fábrica de
cimento do Grupo Brennand ,(2 bilhões de reais) a revista Época e o jornal
Folha de S. Paulo, publicaram uma pesquisa realizada pela revista inglesa The
Economist. A pesquisa abrange todos os
estados brasileiros e mais o Distrito Federal, mostrando qual a capacidade de
cada um para receber investimentos estrangeiros. A lista é
liderada por São Paulo, Rio de Janeiro,
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e mostra os cenários de 2012
e 2014. Dois estados despencaram: Minas
Gerais, caiu no período de terceiro para o sexto, e a Bahia,
do nono para o décimo terceiro. A revista muito ¨ isenta ¨ acrescenta
uma observação própria, afirmando que a queda mineira foi conseqüência da redução nos preços do
minério de ferro e da ¨perda de competitividade que também afetou outros
estados ¨. No caso da Bahia a revista é explicita :¨a queda é resultante da
deterioração no ambiente político e na infraestrutura ¨.
Sergipe aparece nos dois cenários
no décimo sexto lugar, fica, no nordeste, abaixo apenas da Bahia, Pernambuco e
Ceará, recebendo nota 37,9. Alagoas, o mais próximo, fica com 34,1,
Paraiba 33,3 , Rio Grande do Norte 30,2,
o Piauí, 24,9, e o Maranhão, capitania
dos Sarneys, com 22,2. Acima de Sergipe ficam Ceará, com 41,1, Pernambuco, 42,,1
e Bahia com 43,0, antes tinha 47,8.
São considerados estados em situação regular
aqueles com nota entre 25 e 49, 9.
Ótimos são aqueles entre 75 a 100. Só
São Paulo obteve 77,2.
A pesquisa toma como
referencia oito categorias alinhadas
como essenciais para criar um ambiente propício
aos investimentos, priorizando-se, no caso, os estrangeiros.
Sergipe vem construindo há algum
tempo um panorama bastante favorável aos investimentos. Os estrangeiros começaram a descobrir o nosso
estado, beneficiado pela posição geográfica entre os dois maiores mercados do nordeste. Mas, não é somente a simples
localização que funciona como atrativo. Aracaju é uma cidade bem estruturada.
Sergipe tem a melhor renda per capita do nordeste, e o melhor IDH, também uma malha rodoviária eficiente, e, no
final do próximo ano terá concluída a duplicação da rodovia BR-101, e em 2016
um novo aeroporto que já está sendo construído. Destaca o Secretário do
Desenvolvimento Saumínio Nascimento, que
estamos montando um pólo automotivo, em Socorro já funciona a Yazaki,
multinacional japonesa . A Saint Gobain, vidraceira francesa, está sendo instalada em
Estância, e já tem um sócio sergipano, o
Grupo Constancio Vieira. A Alma Viva, empresa italiana que opera com
call-center emprega em Aracaju mais de
cinco mil pessoas. Há mais grupos estrangeiros chegando, além do mega negócio
do petróleo no pré-sal sergipano onde já operam diversas empresas
multinacionais.
Os assessores para assuntos de
economia e minérios, os professores
Ricardo Lacerda e Oliveira Junior,
destacam a criação da FAPITEC , o Sergitec e o Núcleo de Petróleo e Gás
da Petrobras, como pólos geradores de pesquisas e formação de mão de obra
especializada, além de cinco escolas profissionalizantes criadas pelo governo do
Estado, outras em construção. Sergipe
está entre os 5 estados que
proporcionalmente têm mais estudantes de nível superior, em conseqüência da ampliação dos campi da UFS, da UNIT, e o
IFES levando seus pólos de ensino
técnico a vários municípios, e chegando ao sertão, em Poço Redondo, além da UFS
em Nossa Senhora da Glória. O complexo de
faculdades AGES, de Paripiranga, onde tem mais de sete mil alunos,
instala-se em Canindé do São Francisco e Lagarto.
Em Tobias Barreto está sendo
concluído o Complexo Empresarial
Integrado, um modelo que o governo
pretende utilizar para ser aplicado em todos
os Distritos Industriais que deverão ter
finalidades múltiplas, tais como lojas, restaurantes, enfim,
oportunidades para diversos outros empreendimentos.
Há desafios ambientais a vencer,
segurança a ser garantida com a ampliação que já está sendo feita dos efetivos
das polícias. Na área ambiental é preciso tornar limpos os nossos rios,
completar o esgotamento sanitário de Aracaju e retirar a sujeira e mau cheiro
dos nossos canais É preciso também atacar a questão da mobilidade urbana,
inclusive voltando as atenções para o transporte fluvial e o metrô de
superfície, resolver o problema do lixo urbano. São questões que constam da
agenda do atual governo, e já existem avanços em alguns setores.
Há o problema da ampliação do porto já em
estudos, do retorno das ferrovias. Esse tema da competitividade de Sergipe para
atrair investimentos, deveria ser um dos
principais a ser debatido na campanha, mas,
infelizmente , não é o que está acontecendo.
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