quinta-feira, 14 de novembro de 2013

QUE PENA ACABOU-SE O PAÍS DO CARNAVAL



QUE PENA ACABOU-SE
O PAÍS DO CARNAVAL
Festeiro e exuberante o povo tropical brasileiro não confirma aquela endêmica tristeza equivocadamente encontrada por Monteiro Lobato, quando criou o tipo emblemático do Jeca Tatú. Pacífico e sempre harmonioso, o Brasil também nunca chegou a ser. O ¨homem cordial¨, que seria o brasileiro na visão clássica de Sérgio Buarque de Hollanda, em Raizes do Brasil, teria, como assinala o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, um ¨toque de irrealismo ¨. Tendo ou não uma inclinação inata para a harmonia, a afetividade e a convivência, o brasileiro não será certamente o selvagem culpado pela derrocada do nosso país no abismo da criminalidade.
Muito mais para meditar e empenhar-se na busca de soluções deve servir a estatística agora revelada, nos colocando na terrificante situação de quinto país mais violento do mundo. Maceió, aqui perto, aparece como a sexta entre as cidades onde mais se mata.
Lá se foi a imagem do País do Carnaval, exatamente agora, quando nos preparamos para hospedar uma Copa do Mundo e logo depois as Olimpíadas.
Antes de mais nada é preciso descobrir as causas desse aterrador processo de desumanização
do brasileiro que a cada dia mais se acentua . A violência ocupa agora nas mídias mais de sessenta por cento do espaço dos noticiários. Talvez na Síria, Iraque e Afeganistão, haja alguma coisa semelhante.
Alguem precisa descruzar os braços e toda a sociedade fazer o mesmo gesto.

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