QUE PENA ACABOU-SE
O PAÍS DO CARNAVAL
Festeiro e exuberante o povo tropical brasileiro
não confirma aquela endêmica tristeza equivocadamente encontrada por Monteiro
Lobato, quando criou o tipo emblemático do Jeca Tatú. Pacífico e sempre
harmonioso, o Brasil também nunca chegou a ser. O ¨homem cordial¨, que seria o
brasileiro na visão clássica de Sérgio Buarque de Hollanda, em Raizes do
Brasil, teria, como assinala o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, um ¨toque de
irrealismo ¨. Tendo ou não uma inclinação inata para a harmonia, a afetividade
e a convivência, o brasileiro não será certamente o selvagem culpado pela
derrocada do nosso país no abismo da criminalidade.
Muito mais para meditar e empenhar-se na busca de soluções
deve servir a estatística agora revelada, nos colocando na terrificante
situação de quinto país mais violento do mundo. Maceió, aqui perto, aparece
como a sexta entre as cidades onde mais se mata.
Lá se foi a imagem do País do Carnaval, exatamente
agora, quando nos preparamos para hospedar uma Copa do Mundo e logo depois as
Olimpíadas.
Antes de mais nada é preciso descobrir as causas
desse aterrador processo de desumanização
do brasileiro que a cada dia mais se acentua . A
violência ocupa agora nas mídias mais de sessenta por cento do espaço dos
noticiários. Talvez na Síria, Iraque e Afeganistão, haja alguma coisa
semelhante.
Alguem precisa descruzar os braços e toda a
sociedade fazer o mesmo gesto.
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