quinta-feira, 14 de novembro de 2013

DA ACUSAÇÃO À ABSOLVIÇÃO O CALVÁRIO DE DOIS POLÍTICOS



DA ACUSAÇÃO À ABSOLVIÇÃO
O CALVÁRIO DE DOIS POLÍTICOS
Desde que surgiu a acusação contra os deputados federais Heleno Silva e Cleonâncio Fonseca, até a sentença última do Juiz Federal Ronivon Aragão embasada na tese da ausência do crime pela inexistência de provas, os dois viveram anos de tormentos. Coerente e justo, o Juiz Ronivon foi altivo ao absolver, e rigoroso ao pesadamente condenar, quando encontrou provas consistentes da existência de uma quadrilha que juntava empresários, prefeitos e servidores públicos, flagrados pela chamada Operação Fox, realizada pela Policia Federal em Sergipe e Alagoas. As decisões do magistrado podem agora servir como peças didáticas , recomendando cautela, aprofundamento das investigações, construção de provas eloquentes, evitando-se o açodamento na denuncia que, somado à avidez revelada por certa mídia que se faz moralista quando se trata de desmoralizar políticos, mesmo não chegando às ultimas consequências da condena ão, submetem os acusados, por serem pessoas públicas, a um calvário moral, onde quase sempre as chacotas substituem a indispensável necessidade de informar. Atirar pedras em políticos tornou-se um esporte nacional, que atinge indivíduos tanto culpados como inocentes. Mas, em ambos os casos, as instituições aos olhos da sociedade sempre sofrem desgastes. Sem duvidas, a classe política, se faz responsável pelo descredito em que mergulha, e isso generalizou a exagerada suposição de que todo politico é calhorda, malandro e aproveitador.
O pastor Heleno Silva quando sofreu o impacto inicial da acusação decidiu encerrar a carreira política. Com pouco mais de 30 anos, ele, saindo de uma situação de extrema pobreza, se fez ministro evangélico, ingressou no serviço publico, e tambem tornou-se politico. Construiu uma sólida liderança no sertão, elegeu-se deputado estadual e em seguida, sempre à frente de causas populares chegou à Câmara Federal. Heleno tinha uma reeleição garantida, mas decidiu não concorrer. Quando as acusações foram sendo desmontadas, ele retornou à Câmara Federal e candidatou-se com sucesso a Prefeito de Canindé, mas, teve o constrangimento de ouvir dos adversários o deboche: ¨Sangue – Suga ¨. Quando, agora, ele ouviu dos seus advogados, Carlos Alberto Menezes e Manoel Luiz, que fora absolvido, não festejou, agradeceu, rezou, e disse que estava retemperado para trabalhar mais como Prefeito de uma comunidade que não acredi tou no deboche e o fez prefeito.
Cleonâncio Fonseca depois do trauma sofrido, resolveu não ser mais candidato, isso no topo de uma longa vida publica, iniciando como vereador aos 18 anos, sucessivamente, prefeito de Boquim, duas vezes deputado estadual e seis vezes federal, ininterruptamente, sem nenhuma derrota, até que surgiu a denuncia da fraude das ambulâncias. Diante do delegado federal que o interrogava, Cleonâncio ouvindo a pergunta: ¨Por que o senhor mandou verbas para que um hospital que sua esposa dirigia comprasse ambulâncias ? ¨ respondeu curto, desmontando a acusação: ¨Porque para um hospital não se compra um trator, e o preço da ambulância foi o de mercado ¨. Tanto Heleno como Cleonâncio tiveram vasculhadas suas finanças pessoais, seus patrimônios. No caso de Heleno, se depararam com uma crônica exiguidade de recursos, no de Cleonâncio, sempre o mesmo razoável patrimônio, mas, depois de 50 anos de vida pública, agravado por d ívidas bancárias.
São estes os Sangue- Sugas ?

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