quinta-feira, 14 de novembro de 2013

OS 25 ANOS DA CONSTITUIÇÃO VAREJISTA



OS 25 ANOS DA CONSTITUIÇÃO VAREJISTA
Para por fim a um regime autoritário nada melhor do que uma Constituição que se intitulasse parteira da cidadania sufocada. Político sôfrego por liberdade e democracia, o Dr. Ulisses, ao fim da exaustiva jornada da Assembleia Nacional Constituinte, ergueu os braços em gesto triunfal, brandindo a arma da Nova República a que ele , sempre eloquente, pôs o nome emblemático: Constituição Cidadã. A Carta exagerava no texto e desperdiçava intenções. As melhores possíveis. O ¨nojo e o ódio ¨ que o maestro da Constituinte dizia sentir da ditadura recém falecida, era um sentimento que teria de perpassar os numerosos artigos, parágrafos e incisos, prodigalizando direitos, protagonizando espaços vastíssimos de liberdade e democracia, uma perfeição de Estado Democrático de Direito, onde, 25 anos depois ninguém se elege sem dinheiro para comprar votos, a frouxidão das nossas leis estimula a horda selvagem dos black -blocs , e a criminalidade sem controle nos coloca na assustadora posição de quinto país mais violento do mundo. A Constituição Cidadã, um labirinto de bons propósitos, carente de leis ordinárias, ou até, em alguns casos, embaralhando-se no excesso delas, não foi exatamente a bússola a orientar o caminho da evolução democrática. Num país onde as leis ¨não pegam ¨, a Carta que resta é um devaneio teórico a alimentar a verborragia de constitucionalistas enfatiotados.
Só faltou na Carta varejista talvez aquele detalhe grotesco, que não passou despercebido no Livro Verde do Aiatolá Khomeini, onde não foram esquecidas as orientações sobre higiene pessoal, incluindo a forma de utilizar a pedra e a areia, sucedâneos do papel higiênico em muitos países muçulmanos.

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