segunda-feira, 9 de setembro de 2013

UM JORNALISTA CONTA A HISTÓRIA DO SEU TEMPO




UM JORNALISTA CONTA A
HISTÓRIA DO SEU  TEMPO
João Oliva  não é o decano dos jornalistas porque o inquebrável, ( ou seria inquebrantável ?) José Eugenio, o suplanta.  Evidente que entre os dois não existe, quanto ao título, nenhuma competição, pelo contrário, até  gostariam que no torneio de longevidade pudessem continuar por muito tempo , e sem vencedores.
Idosos sempre têm muito a contar, o problema é que a memória as vezes vai perdendo os indispensáveis ¨megabites ¨,  e com isso não deixam registrado tudo o que poderiam  gravar, tudo o que poderiam escrever. Há situações incomuns,  em que o passar dos anos serve para um processo de revitalização ,  até do fortalecimento da memória, é o caso, por exemplo, do nosso memorialista consagrado Murilo Mellins.
O livro Mural de Impressões que foi lançado por João Oliva na última quinta-feira , numa das mais concorridas noites de autógrafos, já está nas livrarias, nele, o jornalista refina a narração,   a memoria atilada, e faz surgir com leveza e acuidade uma fase esfuziante de entusiasmos e também pesadamente marcada por frustrações, como a chegada do golpe militar em 64. João  Oliva teve participação direta em diversos  instantes cruciais da história sergipana. Foi Secretário de Imprensa de Seixas Dória. Viveu as horas de medo e incerteza, quando  os militares depuseram e prendaram o governador .   João Oliva conta esse e tantos outros episódios, transcorridos nas redações dos jornais  em que escreveu, no trabalho ao lado de um bispo como Dom José  Távora, que criou o Movimento de Educação de Base, o MEB, instalou a Rádio Cultura,  e atacou, exitosamente, a chaga vergonhosa do analfabetismo. Como militante das boas causas e da fé católica, Oliva foi parceiro de um jovem padre,  depois arcebispo, Luciano  Duarte, que teve a ousadia de criar o embrião do que seria a Universidade Federal de Sergipe, a faculdade Católica de Filosofia, também, deu o primeiro passo pela reforma agrária, a Procase, que  dividiu, sem atritos, entre agricultores pobres, terras de velhos engenhos da Cotinguiba.
Enfim,  muito conta João Oliva, e muito se terá a ganhar com a leitura do seu livro, sem duvidas de memorias.

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