segunda-feira, 9 de setembro de 2013

JOSE FIGUEIREDO DA CAPELA



JOSE FIGUEIREDO DA CAPELA
Sem registro na nossa mídia morreu em Capela Jose  Figueiredo. Os que viveram os episódios pré e pós  a derrocada das instituições em 64 recordam, e agora homenageiam, a memória de um cidadão que foi altivo e decente num tempo em que altivez dava lugar à  subserviência e a decência confundia-se com submissão.    Figueiredo era Prefeito de Capela e participava ativamente dos movimentos sociais, numa terra onde prefeito se não pertencesse à elite   dos donos de terras e de engenhos era considerado  um  inimigo. Zé Figueiredo até praticava a heresia de defender a reforma agrária, e misturava-se com sindicatos e comunistas.  Nos primeiros dias em que se fez a escuridão , Zé Figueiredo foi preso e deposto. E ofereceram-lhe a   alternativa de ser solto e permanecer prefeito: bastaria que denunciasse toda aquela gente com quem ele convivia, principalmente em Aracaju, gente perigosa, comunistas. O prefeito tornou-se ex, porque preferiu manter-se calado.
Depois, e aí a revelação é do sempre sublevado Marcélio Bonfim, Zé Figueiredo  permaneceu militante, dando silencioso e corajoso apoio até a rede de guerrilhas, que a esquerda armada tentou montar em vários pontos do país.  Jovens que por aqui passavam, conta Marcélio,  rumo ao Araguaia,  eram hospedados por Zé Figueiredo, e por ele levados até um certo ponto do nordeste, onde faziam outros contatos.
Zé Figueiredo merece ser homenageado pela sua terra, pelo povo capelense.
Sukita, ex-prefeito que conhece bem  a intolerância dos antigos donos da Capela, poderia levar adiante a ideia de uma singela homenagem ao corajoso capelense.

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