segunda-feira, 9 de setembro de 2013

HELIO LEÃO E A TV SERGIPE



HELIO LEÃO  E A TV SERGIPE
Depois da sua morte ocorrida recentemente, Hélio Leão foi muito lembrado como um dos fundadores da TV- Sergipe.  Era um dos 4 pioneiros vivos, agora, são apenas 3. A criação de uma televisão numa cidade tão acanhada e pobre como  Aracaju do começo dos anos 70, parecia uma empreitada um tanto desarrazoada de gente que devia ter dinheiro para jogar
fora, ou ideias de mais pipocando na cabeça, como era o caso do comunicador e
 publicitário  Nairson Menezes. Hélio nem poderia dar-se ao luxo de  desperdiçar dinheiro, pois era um modesto comerciante no setor de representações, todavia,  inconformado com a falta de iniciativa de grande parte do empresariado local,  o que, segundo ele, agravava a nossa situação de pobreza.
 Há um  outro aspecto da vida do comerciante ansioso por desenvolvimento que não foi lembrado. Discreto e tímido, Hélio se viu levado para junto do poder, quando o seu cunhado e fraterno amigo, o odontólogo e humanista João Andrade Garcez tornou-se, surpreendentemente, governador tampão, indicado  pela cúpula militar para completar o mandato do  governador Lourival Baptista, que  se afastou para candidatar-se
 ao Senado, e contrariou o todo poderoso general-presidente Médici, ele, por isso, não acatou os nomes que Lourival  lhe levara para   a  escolha do tampão.
 João Andrade compreendeu a dificuldade que teria num instante em que as ambições  políticas se chocavam,  e havia ainda, no meio de tudo, o radicalismo de setores militares. Hélio  tornou-se Secretário de Imprensa, e  foi um dos principais conselheiros do governador, um homem digno e equilibrado que soube transitar entre todos os grupos cumprindo o seu papel com isenção. Hélio, que não era do ramo, aproximou-se de jornalistas, dos quais se tornou  amigo,  e até, jeitosamente, a um deles que trabalhava no setor de imprensa do palácio, mandava que redigisse aquelas melosas notas e discursos, onde, invariavelmente, constavam os indispensáveis afagos ao ego dos generais. E Hélio amenizava  carinhoso: ¨ Eu sei que você não concorda, não gosta disso,  mas escreva, você nem vai assinar...¨

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