O QUE É MESMO O GRAGERU ?
Há em Aracaju
um bairro que se chama Gragerú. A
frase que deu em rima, poderia ser o
começo de um verso sobre a estranha coisa que se esconde sob o nome de
Gragerú. Perdeu-se a sequencia da rima,
mas corporificou-se a duvida: O que é
mesmo esse tal Gragerú, nome de
personagem não identificada, mas, certamente, tão conspícua e ilustre a ponto
de nomear uma vasta porção da área mais
urbanizada da capital Sergipana. O nome, seguramente é indígena, provem de um
dos ramos da vasta nação dos Tupinambás,
do tronco Tupi- Guarani, que fez suas as terras litorâneas desde o Prata até
o Amazonas. Aqui em Sergipe, e alhures, margeando a fímbria da areia e do mar, eles
encontraram suculentas frutas às quais
foram dando nomes: caju, massaranduba, ticum, ingá , jenipapo, araticum, mangaba, muricí, e
também o gragerú . A frutinha não deixa em êxtase o paladar, humildemente quase insípida, engana quem a
encontra, com aquele vermelho vivo a despertar prenúncios de
gostos logo desfeitos com o primeiro
mastigar da massa alvíssima, quase uma
fina capa a encobrir um caroço, onde o inadvertido pode quebrar os dentes. Por
aí se vê que o gragerú, é frutinha tola,
que se perde na profusão de tantos finos sabores encontráveis em outras, naquela promiscuidade de árvores, arbustos e macega que formam a vegetação das restingas.
O gragerú é fruto de uma arvoreta que crescia
quase desmesuradamente pelas nossas praias, subindo dunas, desafiando a secura dos areais, ou o encharcamento das várzeas.
O aglomerado urbano de Aracaju, avançando sobre os brejos, as
praias, os baixios, foi afastando o
gragerú para longe. Lá, no bairro que lhe ganhou o nome, o
gragerú predominava,
Há coisa de uns três anos, uma pessoa que
muito se interessa por árvores e pela reposição delas, conversava sobre a
necessidade de recuperar, em torno de Aracaju, a vegetação de restinga, e
lembrou do bairro Gragerú ,
que perdera a referencia porque a
árvore rasteira que lhe dera o nome estava em extinção . O interlocutor era o
engenheiro Sérgio Ferrari que ocupava a Secretaria das Cidades e se preocupava
em arborizar os conjuntos habitacionais, as avenidas, as praças, que ia
construindo Sergipe a fora. Agora, na presidência da DESO, Ferrari devolve à empresa das águas e esgotos,
aquela sintonia tão necessária com o meio ambiente, da qual foi pioneiro o engenheiro-químico
Luiz Carlos Resende. Luiz, quando
comandou a DESO, começou a arborizar as nascentes, as estações de tratamento, os rios, e a
própria sede da empresa. Na semana que findou, Ferrari, que guardou na lembrança a estória do grageru, telefonou convidando a pessoa de quem ouvira a referencia à frutinha em extinção, para ir
participar de um mutirão onde seria feita a arborização de uma área, inclusive
com centenas de mudas de gragerú , que
ele conseguira.
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