sábado, 8 de junho de 2013

O QUE É MESMO O GRAGERU ?



O QUE É MESMO O GRAGERU ?
Há em Aracaju um bairro que se chama Gragerú.  A frase   que deu em rima, poderia ser o começo de um verso sobre a estranha coisa que se esconde sob o nome de Gragerú.   Perdeu-se a sequencia da rima,  mas corporificou-se a duvida: O que é mesmo esse tal Gragerú,  nome de personagem não identificada, mas, certamente, tão conspícua e ilustre a ponto de nomear uma vasta porção  da área mais urbanizada da capital Sergipana. O nome, seguramente é indígena, provem de um dos ramos da vasta nação  dos Tupinambás, do tronco Tupi- Guarani, que  fez  suas as terras litorâneas desde o Prata até o  Amazonas. Aqui em Sergipe, e alhures,  margeando a fímbria da areia e do mar, eles encontraram suculentas frutas às quais  foram dando nomes: caju, massaranduba,  ticum,  ingá , jenipapo, araticum, mangaba, muricí, e também o gragerú . A frutinha não deixa em êxtase o paladar,  humildemente quase insípida, engana quem a encontra, com  aquele  vermelho vivo a despertar prenúncios de gostos  logo desfeitos com o primeiro mastigar  da massa alvíssima, quase uma fina capa a encobrir um caroço, onde o inadvertido pode quebrar os dentes. Por aí se vê que o gragerú, é frutinha tola,   que se perde na profusão de tantos finos sabores encontráveis em outras,   naquela promiscuidade de árvores,  arbustos e macega  que formam a vegetação das restingas.
 O gragerú é fruto de uma arvoreta que crescia quase desmesuradamente pelas nossas praias, subindo dunas, desafiando  a secura dos areais, ou o encharcamento   das várzeas.  O aglomerado urbano de Aracaju, avançando sobre os brejos, as praias,   os baixios, foi afastando o gragerú  para longe.  Lá, no bairro que lhe ganhou o nome, o gragerú  predominava,
 Há coisa de uns três anos, uma pessoa que muito se interessa por árvores e pela reposição delas, conversava sobre a necessidade de recuperar, em torno de Aracaju, a vegetação de restinga, e lembrou  do bairro  Gragerú ,   que perdera a referencia porque a árvore rasteira que lhe dera o nome estava em extinção . O interlocutor era o engenheiro Sérgio Ferrari que ocupava a Secretaria das Cidades e se preocupava em arborizar os conjuntos habitacionais, as avenidas, as praças, que ia construindo  Sergipe a fora.  Agora, na presidência da DESO,  Ferrari devolve à empresa das águas e esgotos, aquela sintonia tão necessária com o meio ambiente,  da qual foi pioneiro o engenheiro-químico Luiz Carlos  Resende. Luiz, quando comandou  a DESO,  começou a arborizar as nascentes,  as estações de tratamento, os rios, e a própria sede da empresa. Na semana que findou,  Ferrari, que guardou na lembrança  a estória do grageru,   telefonou convidando a pessoa  de quem ouvira a referencia  à frutinha em extinção,  para  ir participar de um mutirão onde seria feita a arborização de uma área, inclusive com centenas de mudas de gragerú ,  que ele conseguira.

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