O POVO SAI ÀS RUAS E
A POLÍTICA É ATROPELADA
Razão tinha o senador Roberto
Requião quando disse, no plenário do Senado Federal, que as vaias recebidas
pela presidente Dilma na abertura da Copa das Confederações não eram somente
para ela, mas, para toda a classe política
brasileira.
Algum político brasileiro já
experimentou repetir o trajeto diário do
trabalhador que mora nas grandes
cidades? Se o fizesse teria de tomar um trem no subúrbio por volta das 4 da manhã,
para bater o ponto às 7. Sair do trabalho às 18 horas , para, se tudo correr
sem maiores contratempos, ir chegando em casa por volta das 22. Isso é a
rotina na vida das grandes cidades. Dirão alguns: -É, mais agora existe um
carro para cada 5 brasileiros, quase todo trabalhador qualificado tem um
automóvel ou uma moto, são 40 milhões de pessoas que nos últimos 10 anos saíram
da pobreza extrema e viraram classe média. O número poderá não ser exatamente
este, mas houve, de fato, um acelerado processo de ascensão social, sem
paralelos, que mudou a face da sociedade
brasileira. Talvez a classe média não dê importância a isso, mas, milhões de
pessoas deixaram de passar fome, e neste país a fome era muita, mas sempre foi
escondida.
Se todo aquele que possui um veiculo o utilizar para ir e
voltar do trabalho, a rede viária das nossas grandes cidades, projetadas ainda quando automóvel era um
sonho inalcançável para mais de 90% da população, ficaria irremediavelmente
entupida. Os que insistem em ir e voltar de automóvel se estressam nos infindáveis
congestionamentos, mas, pelo menos, livram-se do ferro-velho em que se
transformaram os trens e os ônibus. Os
muito ricos compram um helicóptero, e sobrevoam o caos urbano. São Paulo já
superou Nova Iorque que tinha a maior frota de helicópteros do mundo.
Assim, o povo na rua a pedir redução nos
preços das passagens deveria exigir com maior ênfase a melhoria da mobilidade
urbana, que requer pesados investimentos e também a superação dos obstáculos de
uma burocracia que emperra e atrasa o andamento das obras. A maior parte do custo das passagens do trabalhador recai sobre os empresários e o
poder público, através do Vale Transporte. Os estudantes, na maior parte das
cidades têm direito à meia passagem. Mas houve redução de impostos federais
tanto para passagens como para produtos da cesta básica e não se viu a baixa correspondente no preço final.
Governar é gerar expectativas,
ensinava Maquiavel no alvorecer do Renascimento, ou seja, no século XIV. Esperança pode ser um bom sinônimo para esse
tipo de expectativa que o político necessita gerar. Uma nova classe no cenário social, mais ainda a classe média, sempre vitima de
inexplicáveis ressentimentos, uma juventude felizmente inconformada e querendo
mudar,
necessitavam de um novo combustível para que pudessem alimentar a chama sempre cambiante do otimismo. Ai veio a crise internacional bater à nossa porta, ainda sem a calamidade do desemprego, mas os preços, que andavam há muito tempo estáveis, subiram, o dólar aumentou, e ai a viagem ao exterior, a roupa de grife, o carro a ser substituído, foram ficando mais difíceis, enquanto, para a grande maioria, o ônibus, o trem, continuavam martirizando; a educação pública desacreditada; os hospitais inacessíveis, e a bandidagem deixando todo mundo com medo. Nesse curto e desalentador espaço de tempo, a expectativa dominante, imaginaram, estaria presente na Copa do Mundo, e nas Olimpíadas. Pelo meio, a Copa das Confederações, a Jornada da Juventude, megaeventos que seriam feitos à custa de alguns bilhões de dólares, e projetariam a imagem do Brasil no mundo, deixariam como herança permanente a mobilidade urbana fortalecida nas cidades sedes, a segurança publica aperfeiçoada, milhares de pessoas qualificadas para o trabalho que seria exigido. De fato empregos foram gerados em quantidade, mas as suspeitas de corrupção acompanharam cada obra, os custos extravasaram, e ai veio a pergunta: Por que não um grande hospital em vez de uma arena ?
necessitavam de um novo combustível para que pudessem alimentar a chama sempre cambiante do otimismo. Ai veio a crise internacional bater à nossa porta, ainda sem a calamidade do desemprego, mas os preços, que andavam há muito tempo estáveis, subiram, o dólar aumentou, e ai a viagem ao exterior, a roupa de grife, o carro a ser substituído, foram ficando mais difíceis, enquanto, para a grande maioria, o ônibus, o trem, continuavam martirizando; a educação pública desacreditada; os hospitais inacessíveis, e a bandidagem deixando todo mundo com medo. Nesse curto e desalentador espaço de tempo, a expectativa dominante, imaginaram, estaria presente na Copa do Mundo, e nas Olimpíadas. Pelo meio, a Copa das Confederações, a Jornada da Juventude, megaeventos que seriam feitos à custa de alguns bilhões de dólares, e projetariam a imagem do Brasil no mundo, deixariam como herança permanente a mobilidade urbana fortalecida nas cidades sedes, a segurança publica aperfeiçoada, milhares de pessoas qualificadas para o trabalho que seria exigido. De fato empregos foram gerados em quantidade, mas as suspeitas de corrupção acompanharam cada obra, os custos extravasaram, e ai veio a pergunta: Por que não um grande hospital em vez de uma arena ?
Os escândalos sucessivos, a
corrupção impune, ou a teatralização de julgamentos à luz de holofotes, e tantas coisas mais, anularam expectativas e desfizeram
esperanças. O processo de corrosão é longo, mas o desfecho foi rápido, quase
estonteante. A grande mídia, posta a serviço dos interesses mais sórdidos da
especulação financeira global em aposta contra o Brasil, contribuiu para
ampliar a insatisfação , mas logo
assustou-se quando viu as ruas cheias e o povo a gritar palavras de ordem,
contra ela mesma, inclusive. Mudou o discurso, veio com panos quentes
temendo também sair queimada da fogueira.
No inicio das manifestações
alguns setores do governo saíram com a explicação: ¨Isso é coisa da direita¨. E
por acaso a direita não faz, como a esquerda e o centro, parte inseparável do
espectro político de todos os países democráticos?
O povo nas ruas não parece estar
movido por inspiração ideológica, e muito menos por adesão a algum partido
político. No meio dessa massa onde predomina uma juventude vibrando com a experiência nova, excluindo os marginais, que nela se infiltram,
há, seguramente, algo novo surgindo no cenário político-social brasileiro.
A classe política, toda ela, sem
exceção, que já foi atropelada pelo povo nas ruas, precisa, se quiser
sobreviver, tratar de recuperar-se do tombo sofrido, e uma boa forma de fazer
isso, será ouvir o que dizem os manifestantes, as frases escritas nos seus
cartazes, e depois de tirar suas próprias conclusões, tratar rapidamente de
mudar de rumo. Mais ainda, de
comportamento.
Realmente as vaias não foram somente para a presidente, mais sim, para todos os políticos brasileiros que estão acabando com o Brasil. O povo acordou e agora estão nas ruas e em todas as partes deste Brasil tão rico e poderoso. Politico só pensa em si próprio e não pensa em quem os elegeram. Humilha a população e ainda pensavam que o povo iria ficar dormindo por todo vida, mas que pena "políticos" o povo acordou em com muita força estão cobrando de vocês o que é de direitos e obrigatório.
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