sábado, 6 de abril de 2013

O PREÇO DAS PASSAGENS E OS ÔNIBUS EM CRISE



O PREÇO DAS PASSAGENS
E OS ÔNIBUS EM CRISE

Os vereadores de Aracaju ficarão agora com a batata quente nas mãos. Para muitos,  a batata nem será tão quente assim, poderá até surgir resfriada.  A atribuição lhes foi transferida pelo prefeito João Alves, alegando que  fixar preço de passagem do  transporte público é competência  da   vereança.   Ninguém dele parece ter discordado.    Agora os vereadores aguardam a planilha de custos que  a eles deverá ser enviada pela Prefeitura. Onze por cento é   quando pede  o Sindicato dos empresários. O    aumento, está comprimido há  dois anos.    2012 foi ano eleitoral.  Subiu o combustível que estava há vários anos estacionado no mesmo patamar, subiram também  salários ,  peças, e a manutenção da frota tornou-se mais onerosa.
Para o povo a passagem é sempre excessivamente cara. Quem não recebe o Vale Transporte, que hoje beneficia a maioria dos trabalhadores, terá de meter a mão no bolso para dele retirar mais uma parcela do salário sempre insuficiente. Aracaju tem, todavia,  a característica da tarifa única,  não muito comum  em outras cidades,    que permite ao passageiro fazer qualquer percurso  com a mesma tarifa. Ai, entra um  fator    que  tem sido uma das causas do  colapso atual.  Houve a não cumprida promessa da Câmara de Compensação,  como o nome indica, um aparato burocrático que serviria para equalizar os custos e as receitas,  transferindo parte do faturamento  dos que fazem  trajetos menores para os que operam as maiores distancias.
Há vereadores  defendendo uma licitação urgente para o transporte público aracajuano,   cujas linhas foram,  desde o tempo das marinettes,  concedidas segundo a vontade dos  prefeitos.   Uma licitação requer tempo, por mais que se queira acelerá-la,  dificilmente se faria este ano, ou,  nem chegará a ser efetivada, tantas probabilidades existem para uma alongada batalha judicial.   Caso efetivada a licitação,  para que as exigências contratuais sejam obedecidas, não deixará de haver a indispensável contrapartida da majoração nos preços das passagens, e, muito provavelmente, o fim da tarifa única,  conquista de Jackson Barreto no seu primeiro mandato de prefeito da capital. Na época,  o  diretor presidente da SMTT, Bosco Mendonça, anunciou que o prefeito Jackson criaria a tarifa única. Pouca gente acreditou.  Bosco, confiante, fez algumas apostas, todas ,  para ele,          
 Infelizmente  simbólicas, porque   foi o ganhador.
O  permanente litígio entre passageiro e empresa, somente começará a ser aliviado quando providencias de maior alcance forem adotadas, passando pela mobilidade urbana, pela  redução dos custos,  o que não se fará sem a participação do governo federal,  ente que dispõe sobre impostos, taxas e obrigações. Valendo ressaltar, ainda, o índice do ICMS  sobre combustíveis, que em Sergipe é um dos mais elevados.  A crise  também se instalou em todas as cidades médias ou grandes, e começa a ser tratada com a  abrangência  de prioridades estabelecidas pelo governo federal.  
 Debruçada sobre o problema, com a seriedade e competência que caracterizam suas ações, está a Secretária do Desenvolvimento Urbano,  Lúcia Falcon.  Nesses tempos tão paradigmáticos de sintonias administrativas, seria oportuno um diálogo permanente entre o Governo do Estado  e a Prefeitura de Aracaju, até para que sejam abrangidos os municípios da região metropolitana.
No momento,  o essencial é que se evite o colapso das empresas que operam o transporte urbano,  sem que o passageiro venha a pagar, sozinho, a conta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário