segunda-feira, 18 de março de 2013

CHAVEZ E AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA



 CHAVEZ E AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA
Por toda a América  Latina, desde a centroamérica  das  banana`s republics,  até os confins gelados da Patagônia, sem esquecer o Caribe, o  ¨irmão do norte¨ espalhou prostíbulos sustentados por generais, coronéis ou até sargentos,  lideres de quarteladas, como foi o caso do sargento Batista, em Cuba que se tornou ditador e crupier  chefe, dos cabarés- cassinos de  Havana.
 Houve no  Brasil,  o sentimento nacionalista que se fortaleceu nos parlamentos, no Exército, nas universidades, em setores  do empresariado, na área sindical, onde o PCB exercia influencia, no ISEB,  formulando uma doutrina de desenvolvimento descolado do ditado de Washington, e tudo isso nos permitiu resistir ao Império, nos livrando da submissão completa.
Houve o marechal Floriano,  dando lições um tanto bravateadas de como se podia resistir a um outro Império, no caso duplo, o britânico.
Houve Getúlio Vargas dando um tiro no peito e deixando uma Carta Denúncia que é atestado de honra para o povo brasileiro, na luta pela preservação da independência nacional.
Houve, na ditadura, dois períodos distintos, aquele,    em 1964, quando se fazia uma adesão irrestrita e tão subserviente que, nomeado Embaixador em Washington, o tenente revolucionário de 1930, já então general e político carcomido pelo poder, Juracy Magalhães, declarou ao desembarcar na capital americana: ¨Tudo o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil¨. A mais vergonhosa frase de subserviência que a História pátria registra. Houve  depois dois episódios no governo Geisel que ratificam a recusa de uma ponderável parcela dos militares a se colocarem genuflexos diante do Pentágono: A tentativa parcialmente vitoriosa de criar um programa nuclear sem o aval dos Estados Unidos, o outro, o rompimento do vergonhoso acordo militar, pelo qual recebíamos sucatas americanas e nos obrigávamos a subordinar nossa doutrina de defesa aos interesses dos Estados Unidos.
Na Venezuela desde quando se localizaram as gigantescas reservas de petróleo e gás, não acabaram mais as desgraças dos venezuelanos. Eduardo Galeano, num livro escrito na década dos 70 e ainda hoje atual, As Veias Abertas da América Latina, relata o drama do país, como de resto, os padecimentos da latinoamérica,  transformada em  confortável  e rendoso quintal onde  o Tio Sam passeava,  hora com a pasta de executivo, hora usando a farda dos marines, s  dependendo das circunstancias, usando o dólar ou o fuzil. A Venezuela, pela riqueza petrolífera, transformou-se no quintal preferencial das poderosas petroleiras multinacionais , associadas sob a bandeira dos mesmos interesses. A elite corrupta e retrograda beneficiou-se com uma parcela do saque,e foi viver em Miami para não sentir o cheiro desagradável das favelas que se multiplicavam, enquanto a população afundava na miséria.  Ao longo dos anos, tanto nos períodos das ditaduras como nos interregnos  ¨democráticos ,¨ nada se fez pelos pobres, nada se procurou fazer para mudar o quadro de injustiças.
 Diga-se o que se quiser dizer  de Hugo Chavez,  tente a mídia em suspeitíssima unanimidade, desqualifica-lo  como caudilho desastrado, destruidor dos valores da democracia;  tentem nele exibir o pior dos exemplos para  todos os países em desenvolvimento, tentem mostrar a Venezuela como palco infelicitado de uma experiência politico-ideológica fora do tempo ou desastrosa, mas não será possível retirar da maioria dos venezuelanos, da grande massa de oprimidos e humilhados da Venezuela, a convicção de que Chavez com o seu confuso e até grotesco ¨socialismo bolivariano ¨¨ foi o único na Venezuela que até hoje deu um sentimento de dignidade aos pobres, que, agora enxergando as torres de petróleo espetadas no fundo de águas rasas do  laguna de Maracaibo,  começam a entender que a riqueza extraída da terra pela primeira vez chegou às suas palafitas sob forma de comida, remédios, renda mínima, dos programas de inclusão social,  que, caso único na historia venezuelana, estão permitindo aos pobres usar uma roupa nova, comprar um sapato, comer três vezes ao dia

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