CHAVEZ E AS VEIAS
ABERTAS DA AMÉRICA LATINA
Por toda a América
Latina, desde a centroamérica
das banana`s republics, até os confins gelados da Patagônia, sem
esquecer o Caribe, o ¨irmão do norte¨
espalhou prostíbulos sustentados por generais, coronéis ou até sargentos, lideres de quarteladas, como foi o caso do
sargento Batista, em Cuba que se tornou ditador e crupier chefe, dos cabarés- cassinos de Havana.
Houve no Brasil,
o sentimento nacionalista que se fortaleceu nos parlamentos, no
Exército, nas universidades, em setores
do empresariado, na área sindical, onde o PCB exercia influencia, no
ISEB, formulando uma doutrina de
desenvolvimento descolado do ditado de Washington, e tudo isso nos permitiu
resistir ao Império, nos livrando da submissão completa.
Houve o marechal Floriano, dando lições um tanto bravateadas de como se
podia resistir a um outro Império, no caso duplo, o britânico.
Houve Getúlio Vargas dando um tiro no peito e deixando uma
Carta Denúncia que é atestado de honra para o povo brasileiro, na luta pela
preservação da independência nacional.
Houve, na ditadura, dois períodos distintos, aquele, em
1964, quando se fazia uma adesão irrestrita e tão subserviente que, nomeado
Embaixador em Washington, o tenente revolucionário de 1930, já então general e
político carcomido pelo poder, Juracy Magalhães, declarou ao desembarcar na
capital americana: ¨Tudo o que é bom para os Estados Unidos é bom para o
Brasil¨. A mais vergonhosa frase de subserviência que a História pátria
registra. Houve depois dois episódios no
governo Geisel que ratificam a recusa de uma ponderável parcela dos militares a
se colocarem genuflexos diante do Pentágono: A tentativa parcialmente vitoriosa
de criar um programa nuclear sem o aval dos Estados Unidos, o outro, o
rompimento do vergonhoso acordo militar, pelo qual recebíamos sucatas americanas
e nos obrigávamos a subordinar nossa doutrina de defesa aos interesses dos
Estados Unidos.
Na Venezuela desde quando se localizaram as gigantescas
reservas de petróleo e gás, não acabaram mais as desgraças dos venezuelanos.
Eduardo Galeano, num livro escrito na década dos 70 e ainda hoje atual, As
Veias Abertas da América Latina, relata o drama do país, como de resto, os
padecimentos da latinoamérica, transformada em confortável
e rendoso quintal onde o Tio Sam
passeava, hora com a pasta de executivo,
hora usando a farda dos marines, s
dependendo das circunstancias, usando o dólar ou o fuzil. A Venezuela,
pela riqueza petrolífera, transformou-se no quintal preferencial das poderosas
petroleiras multinacionais , associadas sob a bandeira dos mesmos interesses. A
elite corrupta e retrograda beneficiou-se com uma parcela do saque,e foi viver
em Miami para não sentir o cheiro desagradável das favelas que se multiplicavam,
enquanto a população afundava na miséria. Ao longo dos anos, tanto nos períodos das
ditaduras como nos interregnos ¨democráticos ,¨ nada se fez pelos pobres,
nada se procurou fazer para mudar o quadro de injustiças.
Diga-se o que se
quiser dizer de Hugo Chavez, tente a mídia em suspeitíssima unanimidade,
desqualifica-lo como caudilho
desastrado, destruidor dos valores da democracia; tentem nele exibir o pior dos exemplos
para todos os países em desenvolvimento,
tentem mostrar a Venezuela como palco infelicitado de uma experiência
politico-ideológica fora do tempo ou desastrosa, mas não será possível retirar
da maioria dos venezuelanos, da grande massa de oprimidos e humilhados da
Venezuela, a convicção de que Chavez com o seu confuso e até grotesco
¨socialismo bolivariano ¨¨ foi o único na Venezuela que até hoje deu um
sentimento de dignidade aos pobres, que, agora enxergando as torres de petróleo
espetadas no fundo de águas rasas do
laguna de Maracaibo, começam a
entender que a riqueza extraída da terra pela primeira vez chegou às suas
palafitas sob forma de comida, remédios, renda mínima, dos programas de
inclusão social, que, caso único na
historia venezuelana, estão permitindo aos pobres usar uma roupa nova, comprar
um sapato, comer três vezes ao dia
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