sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

PREPARAR, APONTAR, FÔGO..............



PREPARAR, APONTAR, FÔGO..............

 Começou o fuzilamento público da PETROBRÁS. A ordem  para a execução sumária partiu de um ou de alguns pontos deste globalizado planeta, envolvido todo, pelos tentáculos firmes do insaciável polvo, o cassino financeiro que hoje manipula a economia mundial.  A Hidra, que é causadora de todas as desgraças espalhadas pelo mundo, corroendo, inclusive,  as mais importantes conquistas da chamada ¨sociedade afluente ¨.

Antes, diria a esquerda: ¨As ordens para a  desmoralização da Petrobrás partiram de Washington¨. Isso poderia valer até que a reformulação capitalista posta em prática pela radicalização do liberalismo, esvaziasse  os governos , transferindo às corporações a responsabilidade pelo comando do sistema e dos destinos do mundo. Não é apenas por interesses eleitorais que a direita republicana encurrala Obama.  A coisa tem raízes mais  profundas .  Está em causa o  dogma da  intocabilidade das regras do mercado,  onde Obama, negro enxerido, andou querendo meter o dedo, que não é branco,  muito menos anglo-saxão.

Quem seria ele para  ousar desobedecer um só item do  credo neoliberal , aquele, elaborado exatamente para demolir as estruturas do Estado, substituindo-as pela supremacia do capital ?  

A  grande mídia, por equivoco identificada como brasileira, aproveitando-se do instante desfavorável da queda das ações da Petrobrás,  começa a preparar suas  agourentas  pompas fúnebres para o apressado sepultamento da empresa.

O  Petrobrás   não desceu de todo pelas gargantas de boa parte da elite brasileira,  que ainda não deixou aquela sala  colonial onde,  nas paredes, estão emoldurados seus avôs, de afilados cavanhaques,   bastas suíças,  e olhares mortiços sobre cafezais imensos.  Herdeiros do baronato, nostálgicos sempre  de um passado onde em pensamento  ainda habitam,   investiram, no século passado, na incipiente imprensa que surgia,  forma mais eficiente   para assegurar prestígio e influencia política. Evoluíram no acompanhamento das novas tecnologias da informação,  mas se mantiveram tão rançosamente conservadores no resto,  e logo descobriram que o comércio da opinião poderia ser rendoso negócio.

Outros, desenraizados,  sem pátria definida, trazendo suspeitíssimos cabedais, onde até a máfia se faria presente, se tornaram poderosos  bucaneiros   à serviço das tenebrosas transações.

Há um dilema a ser  resolvido em relação à Petrobras. Ela deverá ser exclusivamente uma  empresa  como tantas outras, empenhada em  garantir cada vez mais lucros aos seus acionistas, entre eles,   brasileiros, estrangeiros, fundos de pensão,  e agir exclusivamente  voltada para as regras do mercado, ou, se a Petrobras deve ser vista, também, como um braço estratégico dos interesses maiores do país?

Lula, no governo, preferiu a última alternativa.  Com Jose Eduardo na presidência, se fez, entre outras coisas, a opção prioritária pelo interesse nacional. Assim, navios, plataformas, que eram contratados no exterior  a preços menores, foram substituídas por equipamentos semelhantes, produzidos  aqui a custo um pouco maior, mas, gerando empregos para tantos  trabalhadores  antes  obrigados a emigrar em busca de trabalho  no Japão, na China, na Coreia do Sul, na Malásia,  como qualificados operários, montando, nos estaleiros de lá, os navios e plataformas  encomendados pelo Brasil.  Nossos estaleiros  estavam desativados,  sem encomendas. Durante o governo militar os estaleiros brasileiros trabalhavam à plena carga, mas, nos  8 anos de FHC descobriu-se que era mais barato comprar tudo no exterior.

Valeria a pena  desempregar milhares de trabalhadores, acabar uma atividade rentável que gerava impostos e divisas, para que a Petrobrás fizesse um acréscimo de caixa. ?

Essa é a pergunta que deve ser respondida , e  demonstrado, também, se a Petrobrás tem fôlego para enfrentar o desafio de explorar as jazidas do pré-sal.

  O aumento da renda  a ascensão da classe C,  dinamizaram o  consumo, então,  aumentou a frota de veículos,   cresceu a demanda por combustíveis. A Petrobras não  conseguiu garantir a autossuficiência e passou a comprar  no exterior a gasolina, o diesel, o querosene de aviação.  Subiu o dólar, esses produtos encareceram. Os custos,  dentro da lógica do mercado,  deveriam ser repassados aos consumidores, mas ai a inflação entraria em cena, e em meio a uma crise  mundial, era preciso manter dinâmico o mercado interno, para que milhões de trabalhadores não ficassem desempregados.

Assim, claro, os lucros da Petrobras diminuíram, as ações despencaram. Depois de anos seguidos de grandes lucros, os acionistas registram perdas. Mesmo sem levar em conta esses fatores domésticos que explicam as dificuldades da Petrobras, sabe-se que a atividade petroleira, embora sem deixar historicamente de produzir lucros continuados, é uma atividade cíclica ,  e as  empresas, todas elas, trabalham com essa previsão de vacas gordas e menos gordas.

A mídia,  agindo numa sintonia claramente mafiosa, monta o pelotão de fuzilamento sumário da Petrobras. Estaria fazendo tudo isso pelo imenso amor que os seus donos sentem pelo  Brasil ?

A sociedade brasileira precisa ser corretamente informada, antes que os negocistas, detentores do privilégio da informação monopolizada, completem a última descarga do fuzilamento público da Petrobras, já festivamente iniciado.

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