UM PROJETO PARA A CAATINGA
A caatinga nordestina, bioma
único no mundo, é a mais desprezada das formações florestais brasileiras. Na
Constituição Federal estão relacionados como áreas de proteção, a Mata
Atlântica, o Cerrado, a Floresta Amazônica, todos os demais biomas, e a
caatinga nem foi lembrada. Condena-se diariamente, o diariamente perpetrado
crime de devastação da amazônia, do cerrado, do pouco que resta da mata
atlântica, mas a caatinga é dizimada sob o silencio indiferente dos meios de
comunicação, dos ambientalistas. Para o nordeste ressequido, o desmatamento da
cobertura vegetal do semiárido é o princípio de uma inevitável catástrofe,
porque, derrubada a caatinga, logo começa a surgir o deserto. Sergipe tem hoje
encolhidos no sertão, menos de vinte por cento da caatinga primitiva, e as
cerâmicas, padarias, carvoeiros, estão rapidamente queimando o que resta.
O biólogo Genival Nunes, um
ambientalista cuja consciência formou-se na luta pela preservação, nos tempos
em que ecologia ainda era palavra quase desconhecida, quer marcar a sua
passagem pela Secretaria do Meio Ambiente com um projeto voltado especificamente
para a caatinga, criando instrumentos que possam evitar a sua extinção, e
tratando, também, de recuperar áreas degradadas. Genival já teve êxitos com
projetos semelhantes para a Mata Atlântica . Espera-se que na caatinga os
repita.
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