sábado, 2 de junho de 2012

A DEPUTADA ANA LÚCIA E A HIERARQUIA DO NAZISMO


A DEPUTADA ANA LÚCIA E
 A HIERARQUIA DO NAZISMO
 Um dos príncipes ingleses  foi fotografado numa balada vestindo camisa   onde se destacava  vistosa cruz suástica,  símbolo maior do nazismo, o regime de Adolf Hitler.  Houve indignação enorme na Inglaterra, e um dos jornais entre tantos que fizeram acerbas críticas ao desavisado integrante da lista de possíveis sucessores ao trono britânico, lembrou, que bem próximo ao local da festa  várias edificações haviam sido destruídas e muitas pessoas morreram quando Londres, durante meses seguidos, foi alvo dos bombardeios da força aérea hitlerista. O príncipe desculpou-se,  mas a imprensa britânica não o eximiu de culpa. Ele seria um jovem ignorante desconhecendo a História do seu próprio país, os sofrimentos do povo inglês durante a guerra, ou, o que seria bem pior, alimentaria alguma forma de admiração pela estupidez odienta do nazi-fascismo. Tudo  porém   pode não ter passado de um ato impensado de rebeldia ou exibicionismo juvenil,  com deploráveis consequências para a imagem do príncipe.
Do episódio, ficou a lição obvia de que não se pode menosprezar,  relativizar, e muito menos brincar com determinados símbolos ou figuras históricas que evocam,  de imediato, episódios insólitos de atrocidades e degenerescência do gênero humano.
A pensadora  judia Hanah Arendt, que fez uma das mais pertinentes análises sobre o nazismo, disse que  o seu criador, Hitler, foi  personagem único na História, pela extensão da tragédia que provocou, pela encarnação,  num só indivíduo, dos piores instintos da raça humana.    
As maldades do demônio nunca foram nem serão precisamente quantificadas, o demônio assusta, apavora, mas não se sabe exatamente o tamanho dos males que a ele são imputados. Mesmo  aqueles que  acreditam firmemente    que existam as artes do capeta,   saindo do seu reino de trevas e  aprontando maldades pelo mundo, podem,  sem maiores consequências,  dizer de uma pessoa a quem até devotam afeto: ¨Aquilo é um demônio¨, ou: ¨Ele tem artes do cão¨.
Quem assim procede  nem pensa em ofender com o tratamento utilizado, e quem  se torna  alvo da adjetivação não se considerará gravemente afrontado. Mas, se alguém diz de outra pessoa: ¨Ele é a reencarnação de Hitler  ¨ou ainda: ¨Ele age como se fosse
Hitler¨, seria  ignorante,   irresponsável, tal qual o príncipe inglês, ou teria plena consciência da  extensão  e  gravidade da ofensa,  não imaginando, ingenuamente, que a  atroz comparação seria mais uma frase entre tantas  cotidianamente  jogadas ao vento.
A deputada Ana Lúcia não é ignorante nem irresponsável, muito menos, pelas suas firmes convicções, capaz de relativizar ou minimizar  os males do nazismo e o caráter sinistro de Adolf Hitler.
 Por tudo isso, depois de associar Marcelo Déda a Hitler, sendo ela militante do mesmo partido a que ele pertence, e dele tendo sido Secretária  Municipal da Educação e Secretária de Estado da Inclusão Social, corre  agora o risco de ser identificada pelas pessoas que  conhecem    a organização da estrutura do regime liderado por Hitler, como uma servidora eficiente do  Führer,  havendo apenas dúvidas sobre a sua classificação hierárquica.  Seria Ana Lúcia uma Gauleiter, uma  Reichsführer, ou uma cruel Obergruppenfürher, fanaticamente hitlerista, que, durante mais  de seis anos teria executado,  com mestria e metódica eficiência,  as tarefas solertes, sinistras e criminosas,  que  recebera do   seu chefe  supremo, a quem  seguiu e obedeceu ?

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