A DEPUTADA ANA LÚCIA E
A HIERARQUIA DO NAZISMO
Um dos príncipes ingleses foi fotografado numa balada vestindo camisa onde
se destacava vistosa cruz suástica, símbolo maior do nazismo, o regime de Adolf
Hitler. Houve indignação enorme na
Inglaterra, e um dos jornais entre tantos que fizeram acerbas críticas ao
desavisado integrante da lista de possíveis sucessores ao trono britânico,
lembrou, que bem próximo ao local da festa várias edificações haviam sido destruídas e
muitas pessoas morreram quando Londres, durante meses seguidos, foi alvo dos
bombardeios da força aérea hitlerista. O príncipe desculpou-se, mas a imprensa britânica não o eximiu de
culpa. Ele seria um jovem ignorante desconhecendo a História do seu próprio
país, os sofrimentos do povo inglês durante a guerra, ou, o que seria bem pior,
alimentaria alguma forma de admiração pela estupidez odienta do nazi-fascismo.
Tudo porém pode
não ter passado de um ato impensado de rebeldia ou exibicionismo juvenil, com deploráveis consequências para a imagem do
príncipe.
Do episódio, ficou a lição obvia de
que não se pode menosprezar, relativizar,
e muito menos brincar com determinados símbolos ou figuras históricas que
evocam, de imediato, episódios insólitos
de atrocidades e degenerescência do gênero humano.
A pensadora judia Hanah Arendt, que fez uma das mais pertinentes
análises sobre o nazismo, disse que o
seu criador, Hitler, foi personagem
único na História, pela extensão da tragédia que provocou, pela encarnação, num só indivíduo, dos piores instintos da
raça humana.
As maldades do demônio nunca foram
nem serão precisamente quantificadas, o demônio assusta, apavora, mas não se
sabe exatamente o tamanho dos males que a ele são imputados. Mesmo aqueles que acreditam firmemente que
existam as artes do capeta, saindo do
seu reino de trevas e aprontando
maldades pelo mundo, podem, sem maiores
consequências, dizer de uma pessoa a
quem até devotam afeto: ¨Aquilo é um demônio¨, ou: ¨Ele tem artes do cão¨.
Quem assim procede nem pensa em ofender com o tratamento
utilizado, e quem se torna alvo da adjetivação não se considerará
gravemente afrontado. Mas, se alguém diz de outra pessoa: ¨Ele é a reencarnação
de Hitler ¨ou ainda: ¨Ele age como se
fosse
Hitler¨, seria ignorante, irresponsável, tal qual o príncipe inglês, ou
teria plena consciência da extensão e gravidade da ofensa, não imaginando, ingenuamente, que a atroz comparação seria mais uma frase entre
tantas cotidianamente jogadas ao vento.
A deputada Ana Lúcia não é
ignorante nem irresponsável, muito menos, pelas suas firmes convicções, capaz
de relativizar ou minimizar os males do
nazismo e o caráter sinistro de Adolf Hitler.
Por tudo isso, depois de associar Marcelo Déda
a Hitler, sendo ela militante do mesmo partido a que ele pertence, e dele tendo
sido Secretária Municipal da Educação e
Secretária de Estado da Inclusão Social, corre
agora o risco de ser identificada pelas pessoas que conhecem
a organização da estrutura do regime liderado por Hitler, como uma
servidora eficiente do Führer, havendo apenas dúvidas sobre a sua
classificação hierárquica. Seria Ana
Lúcia uma Gauleiter, uma Reichsführer,
ou uma cruel Obergruppenfürher, fanaticamente hitlerista, que, durante
mais de seis anos teria executado, com mestria e metódica eficiência, as tarefas solertes, sinistras e criminosas, que
recebera do seu chefe supremo, a quem seguiu e obedeceu ?
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