A POLÍTICA EM CANINDÉ
E A SOMBRA DE GALINDO
Em
Canindé, município chave no quadro da política sertaneja, o prefeito Orlandinho
Andrade embora surfando numa aceitação popular que ronda os oitenta por cento,
vem encontrando séria dificuldades para definir o nome do candidato à sua sucessão. Houve, inicialmente,
uma tentativa para que se somassem o deputado Heleno Silva e o grupo do
prefeito. A tentativa frustrou-se. Heleno, desenvolvendo pela Xingó-FM uma inteligente comunicação ao lado
de um bom marketing político há doze anos, cresceu, e com seu carisma pessoal e
competência política, obteve quatro mil votos para deputado federal sem
apoio de chefes políticos e sem gastar dinheiro, o que aliás ele não tem.
Consolidou a candidatura a prefeito quando recebeu o apoio de Rosa Maria
Feitosa e de vários outros setores que se somaram. Orlandinho lançou
inicialmente o respeitado comerciante Ednaldo da Farmácia, mas a
pré-candidatura foi depois retirada com a concordância do próprio Ednaldo.
Surgiu o nome de um vereador conhecido como Panque ou Punk, que teria o nome
anunciado neste domingo por Orlandinho. O anuncio foi adiado, e se fala na possibilidade de o engenheiro e
pecuarista Paulo de Deus vir a ser o
candidato do grupo dos Andrade. Paulo de Deus já foi anteriormente candidato
sem sucesso à Prefeitura de Canindé, mas é um experimentado gestor, com duas
passagens positivas pela prefeitura de Paulo Afonso. As circunstancias começam
a favorecer visivelmente a candidatura do deputado pastor Heleno. Mas ele
precisará antes, desfazer a pesada suspeita de que o ex-prefeito Genivaldo
Galindo que agora está em liberdade
condicional o apoiaria, e assim voltaria a ter alguma presença na futura
administração, o que comprometeria qualquer projeto decente para o município,
tendo em vista a responsabilidade direta de Galindo no clima de bandidagem e violência
que marcou os seus devastadores quatro
anos de mandato. Nem é preciso lembrar que ele trouxe a Sergipe Floro Calheiros,
que até foi seu secretário de finanças,
com ele, invadiu junto a um grupo armado o Forum de Canindé, de lá roubou
as urnas para depois queimá-las. Ou seja,
Galindo estava por trás dos atos que
atingiram diretamente as instituições, e as desmoralizariam, se não
houvesse a reação que eliminou o coito da criminalidade montado em Canindé pelo
ex-prefeito. Como se sabe, Floro foi o responsável pelo atentado contra o
desembargador Luiz Mendonça, cometido numa das áreas mais movimentadas de
Aracaju. A população de Canindé teme que a presença de
Galindo volte a criar um clima de desmando e insegurança, e isso recai sobre a
candidatura com todas as perspectivas de sucesso do pastor Heleno. Ele sente os efeitos
demolidores que poderá ter Galindo sobre a sua campanha, mas não teve, até
agora, uma palavra decisiva, clara, definindo sua rejeição absoluta ao
ex-prefeito. Há pessoas até de certa forma influentes em Canindé, que estão a
esperar essa palavra decisiva e
definitiva de Heleno sobre o assunto, para que venham a apoiá-lo. Heleno é
insuspeito, porque a partir de março de 2000, quando foi assassinado a mando de
Galindo o radialista da Xingó-FM Zezinho Cazuza, integrou-se fortemente à luta
para que se fizesse Justiça e Galindo
fosse afastado da Prefeitura, numa ação decisiva do Ministério Público e do
Poder Judiciário, que teve as participações fortes do então Procurador Geral de
Justiça Moacyr Motta, do procurador Jose Carlos Oliveira, do então promotor e
hoje desembargador Luiz Mendonça, do Juiz Diógenes Barreto, do então Juiz
Netônio Machado, hoje desembargador, entre tantos outros promotores, juízes,
policiais, como o delegado Marcos Passos e o delegado federal Kércio Pinto.
Quando Galindo fugiu da polícia e renunciou, assumiu a sua então nora, a vice Rosa Maria
Feitosa, integrante de uma numerosa e respeitada família de Canindé, mas, em
consequência dos atos anteriores foi afastada
quando houve a intervenção; retornou após seis meses e começou a pacificar
o município, numa tarefa difícil, que só depois seria inteiramente completada pelo prefeito Orlandinho Andrade.
Ele agora conclui seu segundo mandato com excelente aprovação da
sociedade.
Onde
Galindo estiver o acompanharão as sombras criminosas dos pistoleiros
assalariados e covardes, como aquele estúpido e desumano Zé de Adolfo, matador de tocaia, tão traiçoeiro como os seus mandantes , que
disparou a queima roupa uma escopeta calibre doze contra o indefeso, frágil e
pacífico radialista Zezinho Cazuza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário