sábado, 31 de março de 2012

A NOVELA DO PARQUE DOS COQUEIROS


                 
O Parque dos Coqueiros foi o primeiro grande hotel construído em Aracaju. Frederico Meinberg o empresário que o construiu, chegou a Sergipe atraído pelos generosos aportes de recursos que o governador João Alves prometia para todos os  que quisessem investir na hotelaria. Aracaju apenas arrastava-se no turismo, uma atividade que já despontava forte em outras capitais nordestinas, como Fortaleza,  Natal ,  Maceió e Salvador. Éramos um destino quase desconhecido e pouco trabalhado. Nossa rede hoteleira  inexpressiva, o fluxo de turistas diminuto. Sem a forte alavancagem  do poder público não se poderia ter captado investimentos para um setor com reduzidas perspectivas de expansão. Frederico Meinberg desempenhou, inicialmente, um papel importante na fixação de Aracaju como destino turístico.  Recebeu integralmente a participação do Estado no decorrer do governo de João Alves e depois no de Antônio Carlos   Valadares, mas, apesar da boa performance do  novo hotel,  tentou consolidar investimentos semelhantes pelo nordeste, e começou a padecer de uma carência insuperável de recursos. Por  várias vezes o Parque dos Coqueiros andou beirando a falência, e chegou a ser administrado pelo Banco do Brasil durante um longo período, que em nada teria contribuído para a saúde financeira do empreendimento. Finalmente, chegou-se ao leilão motivado por uma divida tributária.  Pelos números  divulgados a dívida parece ser absurdamente desproporcional, porque várias vezes superior ao valor estimado do hotel. Um desses episódios em que o governo, os bancos, tanto públicos como privados, aparecem juntos, conspirando contra  quem tem a ousadia de empreender, num país atrelado a um perverso  aparelho tributário e financeiro.
Ocorrido o leilão, os empresários e irmãos Luciano Barreto e Francisco, dos grupos Celi e FFB, associados,  arremataram  o Parque dos Coqueiros pelo maior preço ofertado. Iniciou-se então uma batalha  jurídica .  Houve  a falência do grupo, a desocupação judicial do hotel para que assumissem os novos proprietários, depois, uma outra decisão reintegrando a posse ao antigo dono. Enquanto isso o Parque dos Coqueiros está fechado, seus funcionários no olho da rua.
  Se essa fastidiosa novela perdurar, ficarão sem perspectivas os trabalhadores  que perderam seus empregos, e sobre o turismo sergipano é incalculável o impacto negativo dos últimos acontecimentos, principalmente, quando hóspedes foram retirados dos seus aposentos e comunicados de que o Parque dos Coqueiros, precariamente funcionando, iria ser fechado.  Controlado pela CELI e pela FFB o hotel certamente será  logo reativado, haverá a criação de empregos,  a dinamização do empreendimento. A CELI é um dos maiores grupos econômicos do estado, unindo-se a FFB, agrega mais ainda uma bem sucedida experiência no setor hoteleiro. Além do mais, o privilegiado terreno à beira mar, poderá servir tanto para um portentoso resort como para outros empreendimentos na área imobiliária.  O prolongamento da novela impedindo os investimentos certos e seguros que serão feitos, é alguma coisa frustrante e desanimadora.

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