O Parque dos Coqueiros foi o
primeiro grande hotel construído em Aracaju. Frederico Meinberg o empresário
que o construiu, chegou a Sergipe atraído pelos generosos aportes de recursos
que o governador João Alves prometia para todos os que quisessem investir na hotelaria. Aracaju
apenas arrastava-se no turismo, uma atividade que já despontava forte em outras
capitais nordestinas, como Fortaleza, Natal , Maceió e Salvador. Éramos um destino quase
desconhecido e pouco trabalhado. Nossa rede hoteleira inexpressiva, o fluxo de turistas diminuto.
Sem a forte alavancagem do poder público
não se poderia ter captado investimentos para um setor com reduzidas
perspectivas de expansão. Frederico Meinberg desempenhou, inicialmente, um
papel importante na fixação de Aracaju como destino turístico. Recebeu integralmente a participação do
Estado no decorrer do governo de João Alves e depois no de Antônio Carlos Valadares, mas, apesar da boa performance
do novo hotel, tentou consolidar investimentos semelhantes
pelo nordeste, e começou a padecer de uma carência insuperável de recursos.
Por várias vezes o Parque dos Coqueiros
andou beirando a falência, e chegou a ser administrado pelo Banco do Brasil
durante um longo período, que em nada teria contribuído para a saúde financeira
do empreendimento. Finalmente, chegou-se ao leilão motivado por uma divida
tributária. Pelos números divulgados a dívida parece ser absurdamente
desproporcional, porque várias vezes superior ao valor estimado do hotel. Um
desses episódios em que o governo, os bancos, tanto públicos como privados,
aparecem juntos, conspirando contra quem
tem a ousadia de empreender, num país atrelado a um perverso aparelho tributário e financeiro.
Ocorrido o leilão, os empresários
e irmãos Luciano Barreto e Francisco, dos grupos Celi e FFB, associados, arremataram o Parque dos Coqueiros pelo maior preço
ofertado. Iniciou-se então uma batalha
jurídica . Houve a falência do grupo, a desocupação judicial
do hotel para que assumissem os novos proprietários, depois, uma outra decisão
reintegrando a posse ao antigo dono. Enquanto isso o Parque dos Coqueiros está
fechado, seus funcionários no olho da rua.
Se essa fastidiosa novela perdurar, ficarão sem perspectivas os trabalhadores que perderam seus empregos, e sobre o turismo
sergipano é incalculável o impacto negativo dos últimos acontecimentos,
principalmente, quando hóspedes foram retirados dos seus aposentos e
comunicados de que o Parque dos Coqueiros, precariamente funcionando, iria ser
fechado. Controlado pela CELI e pela FFB
o hotel certamente será logo reativado,
haverá a criação de empregos, a
dinamização do empreendimento. A CELI é um dos maiores grupos econômicos do
estado, unindo-se a FFB, agrega mais ainda uma bem sucedida experiência no
setor hoteleiro. Além do mais, o privilegiado terreno à beira mar, poderá
servir tanto para um portentoso resort como para outros empreendimentos na área
imobiliária. O prolongamento da novela
impedindo os investimentos certos e seguros que serão feitos, é alguma coisa
frustrante e desanimadora.
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