AS RECEITAS DO DOUTOR SAMARONE
O médico Samarone juntou mais uma às suas múltiplas habilidades: a de engenheiro de tráfego. Sem ela, aliás, ele nem poderia estar à frente da empresa municipal que controla e planeja o tráfego de veículos na cidade. Saído da Secretaria da Saúde, onde seu jaleco de médico era credencial maior, ele aceitou o desafio de trabalhar com motoristas, veículos, ruas congestionadas, tráfego quase caótico em alguns momentos. No começo, andou um tanto estático, mas, seguramente, estava pensando na melhor forma de prescrever receitas. Aplicadas agora, elas dão visíveis resultados. O trânsito flui mais facilmente no centro da cidade, ônibus circulam mais livremente. Mudanças nos trajetos, extensão dos retornos, corredores para os coletivos, proibição do estacionamento nas ruas centrais, todas essas medidas aliviaram a congestão no tráfego do centro da cidade, e também o tornaram mais desimpedido em artérias vitais para a ligação do centro com alguns bairros.
Há quem não se conforme com o estacionamento que não mais pode ser feito quase à porta do local de trabalho, também com as novas extensões a percorrer, até encontrar-se um retorno, mas essas são medidas indispensáveis, que, se desagradam uns poucos, facilitam a vida da maior parte das pessoas. É preciso que se tire definitivamente da cabeça aquela ideia de Aracaju como uma cidadezinha acanhada. A capital que completa 157 neste sábado já se tornou uma quase metrópole. É preciso então discipliná-la, para que viva sem comoções maiores os novos tempos. Aracaju tem hoje uma das mais elevadas taxas de veículos por habitante do país, e suas artérias se mostram incapazes de suportar o fluxo crescente, são hoje cerca de dois mil veículos novos acrescentados a cada mês. Lembram, os saudosistas, que até o início da década dos setenta, Aracaju tinha a circular nas suas ruas menos de cinco mil automóveis. Os acidentes de trânsito eram raríssimos. Indo-se mais longe, fica-se sabendo que, em toda a década dos cinquenta, quando havia rodando uns trezentos automóveis em Aracaju, morreram, em acidentes de trânsito, menos de dez pessoas. Uma delas foi a senhora Bebé Fontes, irmã do senador Lourival Fontes, criadora do Oratório de Bebé, uma instituição que ainda hoje ampara menores. Ela foi morta na rua João Pessoa, quando um carro dirigido pela esposa de um comerciante desgovernou-se e subiu à calçada; outra, foi uma irmã do comerciante Carlito Krauss, esmagada contra um poste por um Jeep dirigido pelo deputado Filadelfo Dória, que fora abalroado por outro veículo no cruzamento das ruas Lagarto e Boquim. Houve mais duas vítimas de atropelamentos, um morto em acidente com uma lambreta, e dois mortos na colisão de uma camionete com um trem da Leste, no cruzamento da rua Laranjeiras com a avenida Rio de Janeiro. Hoje, morrem pessoas todos os dias no trânsito de Aracaju, então, para problemas assim, certamente precisamos de receitas novas. E o Dr. Samarone, agora, dá a nítida impressão de que é capaz de prescrever essas receitas.
O médico Samarone juntou mais uma às suas múltiplas habilidades: a de engenheiro de tráfego. Sem ela, aliás, ele nem poderia estar à frente da empresa municipal que controla e planeja o tráfego de veículos na cidade. Saído da Secretaria da Saúde, onde seu jaleco de médico era credencial maior, ele aceitou o desafio de trabalhar com motoristas, veículos, ruas congestionadas, tráfego quase caótico em alguns momentos. No começo, andou um tanto estático, mas, seguramente, estava pensando na melhor forma de prescrever receitas. Aplicadas agora, elas dão visíveis resultados. O trânsito flui mais facilmente no centro da cidade, ônibus circulam mais livremente. Mudanças nos trajetos, extensão dos retornos, corredores para os coletivos, proibição do estacionamento nas ruas centrais, todas essas medidas aliviaram a congestão no tráfego do centro da cidade, e também o tornaram mais desimpedido em artérias vitais para a ligação do centro com alguns bairros.
Há quem não se conforme com o estacionamento que não mais pode ser feito quase à porta do local de trabalho, também com as novas extensões a percorrer, até encontrar-se um retorno, mas essas são medidas indispensáveis, que, se desagradam uns poucos, facilitam a vida da maior parte das pessoas. É preciso que se tire definitivamente da cabeça aquela ideia de Aracaju como uma cidadezinha acanhada. A capital que completa 157 neste sábado já se tornou uma quase metrópole. É preciso então discipliná-la, para que viva sem comoções maiores os novos tempos. Aracaju tem hoje uma das mais elevadas taxas de veículos por habitante do país, e suas artérias se mostram incapazes de suportar o fluxo crescente, são hoje cerca de dois mil veículos novos acrescentados a cada mês. Lembram, os saudosistas, que até o início da década dos setenta, Aracaju tinha a circular nas suas ruas menos de cinco mil automóveis. Os acidentes de trânsito eram raríssimos. Indo-se mais longe, fica-se sabendo que, em toda a década dos cinquenta, quando havia rodando uns trezentos automóveis em Aracaju, morreram, em acidentes de trânsito, menos de dez pessoas. Uma delas foi a senhora Bebé Fontes, irmã do senador Lourival Fontes, criadora do Oratório de Bebé, uma instituição que ainda hoje ampara menores. Ela foi morta na rua João Pessoa, quando um carro dirigido pela esposa de um comerciante desgovernou-se e subiu à calçada; outra, foi uma irmã do comerciante Carlito Krauss, esmagada contra um poste por um Jeep dirigido pelo deputado Filadelfo Dória, que fora abalroado por outro veículo no cruzamento das ruas Lagarto e Boquim. Houve mais duas vítimas de atropelamentos, um morto em acidente com uma lambreta, e dois mortos na colisão de uma camionete com um trem da Leste, no cruzamento da rua Laranjeiras com a avenida Rio de Janeiro. Hoje, morrem pessoas todos os dias no trânsito de Aracaju, então, para problemas assim, certamente precisamos de receitas novas. E o Dr. Samarone, agora, dá a nítida impressão de que é capaz de prescrever essas receitas.
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