sábado, 21 de janeiro de 2012

PROTESTO CONTRA O NADA FAZER



Uma renúncia, ao que quer que seja, pode ter significados diversos, desde a barreira da impossibilidade total, ao desinteresse puro, à omissão covarde, ou a reafirmação forte de princípios, o protesto contra, por exemplo, um cargo que se exerce sem poder fazê-lo socialmente útil. Este foi o caso do médico Gilberto Santos. Homem de ação, militante político dos mais ativos, dinâmico diretor do Hospital de Cirurgia, não se conformava em exercer um cargo que para ele se tornara meramente decorativo: o de vice-prefeito da sua terra, Nossa Senhora das Dores. Desejava encargos, não apenas um cargo para receber ao final do mês salário que reputava injusto. Constatou que ser Vice sem ter o que fazer era uma absoluta inutilidade. E o atormentava, muito mais, ver o prefeito que ajudou a eleger, sem ter disposição ou vontade para trabalhar pelo desenvolvimento do município. Dessa forma, preferiu exonerar-se do cargo. Enviou a renúncia à Câmara de Vereadores e comunicou o gesto ao seu partido, o PT. O Dr. Gilberto, contudo, permanece em plena atividade política e na direção do Hospital Cirurgia. Em uma e outra atividade, estará, com entusiasmo, produzindo resultados, o que não conseguia fazer como vice sem atribuições, numa administração onde sequer podia oferecer ideias. Bom que tantos outros vices, vereadores, e até mesmo prefeitos, fossem suficientemente dignos para seguir o exemplo do Dr. Gilberto. 

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